29 setembro 2014

Pessoas Problemáticas x Pessoas Solucionáticas

© Alessandro Loiola




Pessoas problemáticas teimam em atormentar os amigos se queixando da vida dizendo coisas como “Não sei o que está acontecendo com ela/ele/meu trabalho/minha vida/tudo”.

Além de inútil, esse tipo de questionamento causa grande sofrimento, porque as pessoas estão sempre se perguntando “o que está acontecendo” ao invés de se preocuparem com “o que estão causando”.

Quando você atua como uma CAUSA ao invés de um EFEITO, você estabelece um exemplo fácil de ser seguido: você não é mais um crítico, mas um produtor. É extraordinário como somos capazes de crescer a partir do milésimo de segundo em que decidimos viver para além das histórias sobre nós mesmos (fraquezas) e dos outros (ameaças).

Cada decisão que você toma, cada pequena decisão, não é uma decisão sobre o que fazer. É uma decisão sobre QUEM VOCÊ É. Perceber isso muda tudo. Todos os eventos, situações e experiências de sua vida se transformam em oportunidades para fazer aquilo que você nasceu para fazer: ser você mesmo/mesma. Decidir torna-se um fator permanente de mudança.

Procurar fazer as coisas como todo mundo faz é desperdiçar a chance de descobrir quem você realmente é – como disse Arthur Schopenhauer, “investimos três quartos de nossas vidas para sermos como as outras pessoas”. Não caia nessa armadilha. Supere-se e tome a frente para causar a mudança que você deseja. Nada é mais inspirador que isso. Todo mundo prefere ser inspirado, estimulado, motivado, ao invés de punido ou corrigido. O impacto do exemplo é mais profundo e dura mais tempo que qualquer outra tática. Por isso: SEJA o que você DESEJA ver.

Se você quer uma vida mais positiva ou pessoas mais atenciosas ao seu redor, tome a dianteira e seja VOCÊ a causa da positividade e da atenção. Mostre como fazer, transforme-se em uma pessoa solucionática. E então surpreenda-se com os resultados.

28 setembro 2014

Qual a Pressão Arterial Ideal?

© Dr. Alessandro Loiola


Pacientes hipertensos que mantém sua pressão arterial (PA) acima ou abaixo dos níveis considerados ideais apresentam um risco maior de morte precoce ou de desenvolver insuficiência renal.

O estudo, envolvendo mais de 390 mil pacientes acompanhados por 4 anos e publicado em agosto de 2014 no Journal of the American College of Cardiology, foi importante por ter enfatizado o risco do tratamento excessivo em pessoas hipertensas.

Os pesquisadores observaram uma curva mostrando prognósticos piores para pessoas com PA sistólica acima de 139 e abaixo de 130 mmHg e diastólica acima de 79 e abaixo de 60. Uma PA de 137/71 mmHg foi a que apresentou o menor risco de morte precoce ou insuficiência renal.

Para pacientes diabéticos, a PA com o menor risco foi de 131/69 mmHg; e para pacientes com idade igual ou acima de 70 anos, a PA de menor risco foi de 140/70 mmHg.

E você, já verificou sua pressão arterial essa semana?

27 setembro 2014

Deficiência de Vitamina D está associada a Esquizofrenia

© Dr. Alessandro Loiola


Uma pesquisa publicada online em julho de 2014 no Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism mostrou que a deficiência de vitamina D está ligada ao aumento do risco para esquizofrenia.

A revisão de 19 estudos científicos, totalizando mais de 2800 participantes, mostrou que aqueles com deficiência de vitamina D apresentavam uma chance duas vezes maior de serem diagnosticados com esquizofrenia em comparação às pessoas sem deficiência. Além disso, 65% dos pacientes sabidamente portadores de esquizofrenia também apresentavam baixos níveis de vitamina D no organismo.

A deficiência de vitamina D é um problema relativamente prevalente no mundo todo, e está associada a várias consequências deletérias. Por exemplo: pesquisas mostram que esta hipovitaminose está intimamente associada à depressão e outros transtornos psiquiátricos. E é assustador quando pensamos nesse dado associado às estatísticas que apontam que 30% das pessoas (adultos e crianças) apresentam deficiência – e outros 30% apresentam níveis insuficientes da vitamina no organismo.

A Sociedade Americana de Endocrinologia recomenda a suplementação de vitamina D nas seguintes doses:
- crianças com mais de 1 ano de idade: 600 a 1000 unidades por dia.
- adultos dentro do peso ideal: 800 a 2000 unidades por dia.
- obesos e pessoas com sobrepeso: 2 a 3 vezes a dose recomendada para adultos dentro do peso.

Ainda não existem especificações desse tipo para gestantes e crianças com idade inferior a 1 ano. Contudo, muitos especialistas concordam que, no caso das gestantes, seria prudente recomendar a suplementação com 2000 a 4000 unidades de vitamina D diariamente, além de estimular o consumo de outras fontes dietéticas ricas em vitamina D, como leite, e o uso das vitaminas habituais do pré-natal.

26 setembro 2014

Frutas e vegetais aumentam a vida útil do coração

© Dr. Alessandro Loiola


Uma meta-análise realizada por pesquisadores chineses esclareceu a quantidade de frutas e vegetais que uma pessoa deve ingerir diariamente para diminuir seu risco de morte precoce por doenças cardiovasculares: o número mágico é 5.

O consumo diário de pelo menos uma porção de frutas ou legumes por dia (em comparação ao não-consumo) associou-se a uma redução de 8% no número de mortes precoces. O consumo de 5 ou mais porções associou-se a uma redução de 26%. Para além de 5 porções, não foi observada diminuição adicional no risco.

Leve esta ideia na cesta quando for fazer a próxima feira.

25 setembro 2014

Peixe na cabeça

© Dr. Alessandro Loiola


Confirmado: o consumo regular de peixe cozido ou assado ajuda a evitar o envelhecimento cerebral. Frito não vale.

Mais de 250 adultos idosos e cognitivamente saudáveis foram acompanhados por 2 anos, e o consumo semanal de peixe associou-se a um aumento no volume de massa cinzenta no hipocampo e no córtex frontal, entre outras regiões do cérebro.

No estudo, publicado online em julho no American Journal of Preventive Medicine, os cientistas observaram que pessoas que comiam peixe cozido ou assado pelo menos uma vez por semana apresentavam um volume de massa cinzenta respectivamente 4% e 14% maior em áreas do cérebro associadas à memória e cognição.

A alimentação rica em peixe aumenta os níveis sanguíneos dos ácidos docosahexaenoico (DHA) e eicosapentaenoico (EPA), duas substâncias que atuam aumentando a fluidez da membrana plasmática no nível sináptico, otimizando sua permeabilidade, potencializando a ação de fatores neurotróficos e promovendo o metabolismo e o crescimento neuronal. Em resumo: fazem um bem danado para sua cabeça.

Então que tal aproveitar e pesquisar agora mesmo uma receita de peixe para sua próxima refeição ?

O cérebro - SEU cérebro - agradece.

Andropausa e Reposição de Testosterona: é seguro?

© Dr. Alessandro Loiola


Os níveis de testosterona reduzem progressivamente com o tempo, e uma porcentagem significativa de homens com mais de 60 anos de idade apresentam níveis sanguíneos de testosterona bem abaixo dos limites inferiores recomendados para homens entre 20-30 anos.

A Síndrome de Hipogonadismo Tardio – popularmente chamada de Andropausa - é uma síndrome clínica e bioquímica associada ao processo de envelhecimento e caracterizada por uma diminuição importante nos níveis de testosterona, além de muitas outras manifestações – incluindo uma grande perda de qualidade de vida.

Ao longo da última década, vários especialistas avaliaram os benefícios da Terapia de Reposição de Testosterona (TRT) em homens na Andropausa, incluindo seus efeitos sobre a libido, a performance sexual, o humor, a massa e a força muscular, a concentração de gordura corporal e a densidade mineral óssea. Permeando todos esses anos de estudos, houve sempre a preocupação de que a TRT pudesse aumentar o risco de crescimento exagerado ou mesmo câncer na próstata.

Pensando nisso, alguns pesquisadores realizaram uma extensa revisão da literatura identificando todos os estudos controlados e randomizados (ECR) envolvendo testosterona no tratamento do hipogonadismo. Foram encontrados 22 ECR, totalizando 2.351 pacientes que utilizaram TRT por meio de injeções, comprimidos ou adesivos transdérmicos. O resultado: menos da metade dos ECR relatou aumento da incidência de câncer prostático.

A despeito do método de administração, no curto prazo (menos de 12 meses), a TRT parece ser segura e não aumenta o risco de hipertrofia prostática ou desenvolvimento ou progressão de tumores na próstata, desde que o paciente seja cuidadosamente monitorizado para manter os níveis de testosterona dentro dos limites fisiológicos recomendados e faça dosagens periódicas dos níveis de PSA.

24 setembro 2014

Vacina contra Parkinson

© Dr. Alessandro Loiola

A primeira vacina para evitar a Doença de Parkinson parece estar a caminho.

Um estudo clínico de fase 1 avaliando uma vacina subcutânea deste tipo – chamada PD01A – foi concluído este ano na Áustria e mostrou que (1) a vacina foi bem tolerada e segura, (2) produziu uma resposta imune e (3) esta resposta imune resultou em melhora dos sintomas da doença.

A vacina é direcionada contra a alfa-sinucleína, uma proteína que tende a se acumular de modo anormal no cérebro de pacientes com Parkinson. A PD01A estimula o corpo a formar anticorpos que se ligam e eliminam o excesso de alfa-sinucleína.

Os cientistas calculam que ainda serão necessários cerca de 6 anos de estudos, em uma previsão bastante otimista, para que a vacina passe por todos os testes clínicos necessários para avaliar sua segurança e eficácia.

Vamos aguardar. Essa é uma espera que pode valer muito a pena.

23 setembro 2014

Adolescentes, Maconha e Psicose

© Dr. Alessandro Loiola

A disponibilidade da maconha vem crescendo a cada dia: apenas nos EUA, mais de 24 estados permitem seu uso medicinal e 2 (Colorado e Washington) já descriminalizaram o uso pessoal - e esta tendência vem aumentando no mundo todo. Com estas mudanças, algumas preocupações de saúde pública também surgiram, especialmente aquelas relacionadas aos efeitos neurocognitivos e neuropsiquiátricos da maconha sobre os jovens.

Um estudo publicado em agosto de 2010 na revista Drug and Alcohol Dependence avaliou o impacto da maconha no desempenho escolar de 6000 adolescentes na Austrália e na Ásia. Os pesquisadores descobriram que os usuários de maconha apresentavam um risco até 5 vezes maior de largar a escola até os 15 anos de idade quando comparados aos não-usuários.

Além de uma geração com péssimo rendimento escolar, o uso em larga escala da maconha pode levar a uma outra epidemia. Podemos estar observando o nascimento de uma geração de psicóticos.

O uso pesado de maconha entre os 15 e 17 anos, um período crítico para o desenvolvimento cerebral, pode resultar em crises precoces de psicose em pessoas com fatores de risco para transtornos mentais.

Dados preliminares do projeto ACES II (Allied Cohort on the Early course of Schizophrenia) mostrou que jovens nesta faixa etária que utilizaram maconha apresentaram seu primeiro surto de psicose em média 4 anos antes em relação às contrapartes sem história de uso do entorpecente. Quanto mais cedo ocorre a primeira crise, piores o prognóstico, a severidade dos sintomas e a intensidade da incapacitação funcional.

Aproximadamente 4% da população mundial usa maconha. O uso é mais prevalente entre homens adultos jovens, solteiros ou divorciados, e brancos. De 1990 a 2006, houve um incremento de 10% no consumo mundial de cannabis.

Terceira Idade e Sexo

© Dr. Alessandro Loiola


Um estudo da revista médica New England Journal of Medicine revelou que 73% das pessoas entre 57-64 anos, 53% entre 65-74, e 26% daqueles entre 75-84 de idade encontram-se sexualmente ativos.

Até aí, nada demais. O problema surgiu em outro trabalho, publicado no Annals of Internal Medicine, mostrando aumento na incidência de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) na população acima dos 65 anos de idade. Mais especificamente, um aumento de 31% nos diagnósticos de clamídia e de 52% de casos documentados de sífilis.

Homens com mais de 50 anos de idade em uso de medicamentos para disfunção erétil apresentam uma probabilidade 6 vezes menor de usar camisinhas quando comparados a homens de 20 e poucos anos.

O lance é que a Terceira Idade está fazendo mais sexo, mas de um modo inseguro. 

Compreensão e dedicação não são as únicas coisas que nossos pacientes na Melhor Idade precisam. Educação sexual, incluindo um papo bastante franco sobre DSTs, é um tópico que também merece ser colocado na ordem do dia.

22 setembro 2014

Ansiedade & Tímpanos

© Alessandro Loiola




Depois de atender como médico praticamente 7 dias na semana nos últimos 20 anos, aceitei o fato de que você não pode alcançar uma pessoa que não lhe dá atenção. Se o que você está dizendo causa desconforto demais, não adianta ser gentil ou falar de mansinho. Você não será ouvido/ouvida. O outro tem que lhe escutar para entender.

Agora, o pulo do gato: para que alguém lhe escute, primeiro a pessoa tem que ser ouvida. Não funciona ao contrário. Nunca funciona quando você toma a frente: a outra parte tem que perceber primeiro que você está na mesma sintonia e que você a compreende completamente.

Um paciente – vamos chamá-lo de Flávio – veio fazer um check up e conversa vai, conversa vem, reclamou de ansiedade aguda. A causa? Estava tendo problemas no noivado, justamente agora que estava a poucas semanas do casamento. Discutiam o tempo todo e ele não sabia mais o que fazer.

- Eu simplesmente não sei onde está o problema. O que você sugere?
- Comece preparando um jantar em casa.
- Tá, e daí? O que eu digo pra ela?
- Nada. Apenas ouça.
- Ouvir o quê?
- A pessoa do outro lado da mesa.
- E sobre o que deve ser a conversa?
- Sobre nada específico. Apenas pergunte como anda a vida dela. Se está tudo bem, o que ela acha que está acontecendo e o que poderia ser mudado para melhorar as coisas, por exemplo.
- Hum, entendi. E daí?
- Daí nada. Apenas ouça.
- Olha, não sei se eu vou conseguir fazer isso...
- Ótimo. Então você acabou de encontrar a fonte do problema. A partir daí é com você, campeão.

19 setembro 2014

Como mudar o outro?

© Alessandro Loiola




Uma ocasião, batendo papo na varanda de casa com um casal de amigos que estava atravessando um período de turbulência, caí na asneira de comentar no meio da conversa que eles poderiam mudar em um estalo de volta ao mar de rosas. E que isso era absurdamente fácil.

   - Fácil é dizer, você que está de fora... – ele disse.
   - Além do mais, se é tão fácil assim, então por que você separou e casou de novo e separou e... – ela completou, virando os olhos para cima, já demonstrando impaciência.
   - Fiz escolhas erradas, muitas, e me comportei mal várias vezes. É verdade. Mas tive a sorte de conseguir aprender algumas coisas valiosas no caminho, e hoje vivo em paz comigo mesmo, que é o mais importante.
   - Então tá – ele falou. - Vamos dizer que todo nosso problema está no fato de que um determinado comportamento dela me irrita profundamente e que isto é o motivo de 99% das nossas brigas.
   - Hum.
   - Como eu faço para mudá-la?
   - E isso é tudo que você deseja saber?
   - Sim, saber isso praticamente resolveria a situação.
   - Rapaz, então vou te poupar um bocado de tempo e terapia de casal! Vou lhe dizer em três palavras como você pode mudar o comportamento dela.
Ele colocou o copo sobre a mesa e inclinou-se em minha direção, enquanto ela o olhava apreensiva.
   - Diga! – ele pediu, esperando pelas três palavras mágicas.
   - Digo. É o seguinte: Você Não Pode.
   - Como?
   - É isso aí. Você não pode. Ninguém pode mudar ninguém.
   - Que diabos de resposta é essa, homem? Como assim ninguém muda ninguém?
   - Ao longo da minha carreira de médico, posso dizer com uma boa dose de certeza que devo ter atendido mais de 250 mil pessoas. Uma conclusão a que eu cheguei depois de passar pela vida dessa multidão toda é que ninguém, ninguém!, é capaz de mudar outra pessoa. A mudança tem que vir de dentro. Do contrário, não é mudança: é controle por condicionamento, coerção ou fingimento.

Não sei se eles entenderam, mas a verdade é indiscutível.

Tentar gerenciar o comportamento e as consequências emocionais de outra pessoa, quem quer que seja ela, é uma receita pronta para o desapontamento. Mas você pode criar um ambiente favorável que ESSTIMULE a mudança dentro do outro - e ESSA é a grande aposta que faz o resto do truque dar certo.

16 setembro 2014

Você está na equação?

© Alessandro Loiola




Reflexão para começar a manhã: levar os dias como uma sequência de escolhas e oportunidades ao invés de tentar se passar por vítima de todas as circunstâncias aumenta suas chances de sucesso. Isso parece óbvio, mas esse cenário de dissimulação infantil pode se infiltrar de modo bastante sutil na sua vida.

Quando você vive nesse nível e compreende que as coisas que você faz são escolhas que você tomou (ou consequências dessas escolhas), a vida assume uma nova dimensão. Seja planejar um passeio, ir trabalhar, fechar um contrato, cuidar das crianças, preparar o almoço ou arrumar a casa, tudo se torna mais divertido.

Se deseja que as coisas dêem certo, precisa se incluir na equação das suas escolhas 100% das vezes.

“Pode contar comigo” é uma frase típica do sujeito que encara a vida de modo consciente, adulto e comprometido com suas decisões. 

Pessoas não comprometidas, ansiosas por assumir o papel de vítimas, em geral se saem com “Resolva aí do seu jeito e vamos ver como fica” ou “Faça como você achar melhor”. E na primeira situação de dificuldade, atacam com o velho “Não aguento mais fazer só o que os outros querem!”.

O espírito de colaboração com a sua vida não tem coisa alguma a ver com quem merece o quê. Ele tem, sim, a ver com o seu comprometimento pessoal em ter uma grande experiência de existência. O hábito de personalizar negativamente as consequências, retirando sua parcela de responsabilidade da equação, deveria ser considerado uma forma de doença mental.

Se você tem hábito de fazer isso, mude agora. Ou marque uma consulta.

12 setembro 2014

Você tem força de vontade?

© Dr. Alessandro Loiola


Praticamente todas as pessoas acreditam que “força de vontade” seja algo embutido dentro de nós, um presente genético, e que alguns nascem com uma boa dose de força de vontade enquanto outros, menos favorecidos, simplesmente não foram abençoados com essa faculdade.

A verdade é que todos nós podemos “ter” força de vontade. A pergunta é se você irá aprender a desenvolver e usar essa qualidade, ou não.

Lendo alguns bons livros, entendi que força de vontade é como um idioma. Qualquer criança pode aprender um idioma (a bem da verdade, todas as crianças aprendem um idioma). Uma pessoa de 90 anos de idade também pode aprender um novo idioma. Se você tem 9 ou 90 anos de idade e está perdido em Londres, saber um pouco de inglês ajuda bastante para conseguir comida e abrigo.

Se você não sabe inglês, você pode aprender a língua, o quanto quiser. E quanto mais você utilizá-la, maior será seu domínio e mais coisas estarão ao seu alcance. Mesmo que você jamais tenha tido contato com inglês antes, é perfeitamente possível reconhecer, aprender e utilizar o idioma como quem usa uma ferramenta qualquer: carregue seu pequeno dicionário inglês-português para cima e para baixo, anote suas dúvidas, pergunte, converse, ouça músicas, leia jornais e revistas, escreva bilhetes, envie e-mails, assista TV, tente se virar do jeito que for. Convenhamos: você não precisa nascer com uma habilidade especial para isso. É só querer.

O mesmo vale para força de vontade, ainda que muitas pessoas não acreditem nisso e considerem a tenacidade no caráter como um aspecto intrínseco da personalidade. Isto é um grande equívoco. Pensar assim é um erro que pode arruinar sua vida e a vida a dois.

Mas a boa notícia é que nunca é tarde demais para corrigir o rumo.

Você nunca ouviu alguém dizer ou disse para si mesmo: “Eu sei que isso está atrapalhando meu relacionamento e até queria mudar, mas não tenho força de vontade suficiente”?

Nada mais distante da verdade: você tem tanta força de vontade quanto qualquer outra pessoa. Pode ter acontecido apenas que você até agora não decidiu utilizá-la plenamente.

Quanto mais você consulta seu dicionário de inglês-português e utiliza as palavras que encontra, mais fácil vai se tornando se comunicar na língua. Se você fizer seu dever de casa direito, treinar e praticar suas frases no espelho, logo falar inglês se tornará algo natural, como se aquilo fizesse parte de você desde o princípio. A força de vontade funciona da mesma maneira.

Se você compreender lá dentro do seu coração que força de vontade é algo que se usa, não algo que se possui, então você pode utilizar essa ferramenta para realizar praticamente qualquer coisa que queira, sempre que quiser.

Lamentavelmente, vejo pessoas preocupadas se elas “tem” força de vontade ou não para empreender uma determinada mudança. Esqueça esse conceito e aceite: força de vontade não é um dom, uma benção ou uma dádiva. É uma ferramenta, como um martelo. Como um dicionário.

Esqueça as desculpas, sabotagens e fatalismos melancólicos que seu subconsciente pode insistir em vender como se fosse a verdade derradeira. Não engula isso. Mude sua história agora. Desenvolva com coragem e utilize sua força de vontade disciplinadamente a seu favor.

11 setembro 2014

A responsabilidade é de quem?

© Dr. Alessandro Loiola


Você pode até reclamar dessa forma de colocar as coisas, mas costumo dizer que “errar é humano e colocar a culpa em alguém é sábio”. Deve ser verdade, ou não seria por outro motivo que também dizem que “ri melhor quem ri por último”. Quem ri por último teve tempo mais que suficiente para descobrir em quem colocar a culpa.

Achar culpados faz parte da nossa natureza. É uma estratégia primária do caráter humano, construída sobre um tipo de curiosidade destrutiva que trazemos desde as primeiras artes na infância. Você apronta - de modo consciente ou não -, e então tenta colocar a culpa em outra pessoa para ver o que acontece. Assumir sua parcela no problema, na maioria das vezes, é constrangedor demais para a autocrítica (leia-se Ego).

Mas, quando falamos do verdadeiro crescimento pessoal, aquela parte mais íntima do que nos é mais íntimo, diagnosticar erros e dividir culpas se torna uma questão de sobrevivência: rir e eximir-se poderá salvar seu orgulho por algum tempo. Entretanto, isso não produzirá progresso ou qualquer outra forma de evolução.

O presente tem esse nome porque ele é um presente em todo significado: é uma porta para o futuro. Não merece ser crucificado e celebrado como uma oportunidade de repetir dolosamente os mesmos problemas e erros do passado.

Ao longo da vida, percebi que muitas pessoas insistem em fazer o não funciona. Pais e mães são mestres em fazer isso, e acabamos por aprender esse padrão de comportamento e o repetimos na vida. Alguma coisa no outro nos frustra, angustia, magoa? Prontamente colocamos esses sentimentos todos em uma sacola e esperamos a primeira oportunidade para virar tudo do modo mais desajeitado do mundo sobre a cabeça da primeira pessoa ao nosso lado. Que ótimo: agora serão DOIS frustrados, angustiados e magoados!

Ao conversar com pessoas em conflito, a história costuma ser uma só: o problema é sempre do outro. Deixe-me lhe dizer uma coisa: o problema é seu. Você tem responsabilidade, é tanto parte como o problema por inteiro.

Assuma isso para resolver situações de impasse, romper a mediocridade de ideias pré-concebidas e inspirar a reconstrução de sua vida em uma espiral de paz e prosperidade.

Vai valer à pena. Experimente.

10 setembro 2014

QUEM TEM MEDO DE INJEÇÃO?

© Dr. Alessandro Loiola


As primeiras campanhas de vacinação no Brasil foram uma verdadeira operação de guerra. Nos longínquos idos de 1904, o médico sanitarista Oswaldo Cruz quase (quase?) virou o Rio de Janeiro de cabeça para baixo. A varíola matava mais de 3.500 brasileiros por ano. Peste bubônica, febre amarela, sarampo, escarlatina, difteria, coqueluche e tifo assolavam nossas cidades, e o Sr. Oswaldo, altamente sensível, ordenou que o exército invadisse casas e despejasse pessoas em nome das vacinas. É de se imaginar o que uma atitude como essa causaria hoje...

De qualquer forma, muitos bondes virados e janelas quebradas depois, o vírus da varíola ficou restrito a 02 laboratórios do mundo, e quase ninguém mais sabe como é uma epidemia de coqueluche, tifo, escarlatina, sarampo ou difteria.

Tudo bem, trocamos velhas doenças por novas ameaças, mas em alguns casos você está correndo risco à toa. Deixe seu medo de agulhas de lado e fique sabendo que durante a idade adulta existem seis vacinas principais que você deve prestar atenção: (1) contra Influenza (é a famosa vacina contra gripe), (2) anti-pneumocócica, (3) contra Hepatite B, (4) contra Hepatite A, (5) vacina tríplice e (6) dupla tipo adulto.


VACINA CONTRA INFLUENZA

O Vírus Influenza, responsável pela Gripe, é capaz de deixar qualquer candidato a Don Juan de queixo caído: a cada ano, ele leva mais de 10 milhões de pessoas para a cama! Mas, ao contrário do conquistador romântico, cerca de 80% das pessoas vítimas do vírus poderiam ter evitado o problema através da vacinação. Mesmo quando não confere proteção, a vacina é capaz de reduzir a intensidade dos sintomas e a duração da Gripe.

A vacina contra Influenza está indicada para todas as pessoas com 60 anos ou mais de idade ou que apresentem fatores de risco para Gripe, tais como mulheres no segundo ou terceiro trimestre de gravidez e portadores de doenças cardiovasculares, diabetes, asma e outros problemas respiratórios crônicos. Os sintomas colaterais da vacina são leves e ocorrem em apenas 01 a cada 05 pacientes vacinados.


VACINA ANTI-PNEUMOCÓCICA

A bactéria Pneumococo é responsável 15% dos casos graves de Pneumonia. A Vacina Anti-Pneumocócica, em uso desde 1983, oferece uma proteção de até 90% por cerca 05 anos ou mais. Ela está indicada para todas as pessoas com 50 anos de idade ou mais, portadores de insuficiência renal, HIV, alguns tipos de câncer, doenças cardiovasculares ou pulmonares crônicas (p.ex., insuficiência cardíaca, enfisema, asma), diabetes, cirrose, alcoolismo, que receberam órgãos transplantados ou que tiveram o Baço retirado cirurgicamente. Os efeitos colaterais da vacina são leves e incluem principalmente dor no local da injeção.


VACINA CONTRA HEPATITE B

A Hepatite B é uma doença potencialmente grave e pode resultar em Cirrose ou mesmo câncer no fígado. A parte boa da notícia está no fato desta doença também poder ser evitada através da vacinação. O esquema vacinal contra Hepatite B oferece uma proteção superior a 95%. Um esquema de reforço é recomendado aos 60 anos de idade.


VACINA CONTRA HEPATITE A

Mais de 40% dos casos de Hepatite A ocorrem em adultos entre 20 e 40 anos de idade. Uma única dose da vacina confere uma proteção de 90-100%, que pode durar até 20 anos. As reações colaterais da vacina contra Hepatite A incluem febre, dor de cabeça e desânimo, ocorrendo em 1 a cada 3 pessoas imunizadas.


VACINA TRÍPLICE

Protege contra Sarampo, Caxumba e Rubéola. Toda pessoa nascida após a década de 1950 deve receber a vacina tríplice durante a infância, com uma dose única de reforço entre os 20 e 40 anos de idade. Este é o esquema recomendado pelo Ministério da Saúde. A vacina possui uma eficácia superior a 95% e os efeitos colaterais são considerados leves – pesquisas científicas mostraram que a maioria das pessoas que aplicam as vacinas em você não sente coisa alguma.


VACINA CONTRA TÉTANO E DIFTERIA

Você sabia que os adultos com mais de 50 anos de idade respondem pela maioria dos casos de tétano? O tétano ainda é uma doença altamente letal, causando a morte em mais de 20% das pessoas afetadas. Felizmente, a vacina é capaz de oferecer uma proteção excelente, superior a 90%.

A vacina contra tétano e difteria, também chamada de Dupla Tipo Adulto, deve ser aplicada aos 15 anos de idade e daí em diante a cada 10 anos. Se você não lembra mais o que é uma antitetânica, aproveite a dica! Passe no posto de vacinação mais próximo e descubra como deve ser levar um cruzado de direita do Anderson Silva no ombro. E enquanto o Sr. Silva estiver lhe enviando o recado, lembre-se: tudo vale por uma boa causa!

09 setembro 2014

Sobre relacionamentos: a escolha é sua.

© Alessandro Loiola




Alguns relacionamentos dão tão certo que chegamos a acreditar que amor à primeira vista e almas gêmeas realmente existem. Sinceramente, isso é o tipo de esperança fútil que tira todo o mérito do esforço que casais que deram certo tiveram para que o relacionamento deles vicejasse.

Um relacionamento não é um jogo de dados. Ele é uma construção diária. E conservá-lo é uma habilidade que pode ser adquirida, como andar de bicicleta ou jogar xadrez – desde que o nível adequado de comprometimento, coragem e disciplina estejam presentes dos dois lados.

Se preservar um relacionamento é algo que pode ser ensinado e aprendido em qualquer idade, por que todas as pessoas não trabalham nesse sentido? A resposta é simples: porque as pessoas não sabem o que é um relacionamento ou o que deveriam esperar dele – como poderiam então aprender a conservá-lo?

A maioria não lê artigos, revistas ou livros sobre relacionamento, não participa de seminários e discussões sobre o tema, então não sabe definir o que é uma relação. Essas pessoas confiam em seus instintos e fecham-se para qualquer aprendizado. Quando as coisas dão errado, se escondem sob o edredon confortável do Orgulho e do Ego e consolam-se com a ideia de que um dia, ah um dia hão de finalmente encontrar a outra metade da laranja que merecem e apaixonar-se à primeira vista.

O remédio para esse tipo de cegueira é revisar a imagem que você tem do que seria um relacionamento de verdade e quais as ferramentas comportamentais necessárias para mantê-lo vivo por muitos e muitos anos.

Ou nos tornamos miseráveis, ou nos tornamos fortes. Para qualquer lado, o esforço é o mesmo (Carlos Castaneda).

Comprometa-se com essa ideia e parta em busca do que falta - e importa.

SOJA PARA SUA SAÚDE

© Dr. Alessandro Loiola


Quando a primeira filha nasceu, minha esposa não teve leite suficiente para alimentá-la e fui encaminhado pelo pediatra à farmácia mais próxima para comprar uma lata de leite de vaca em pó. Voltei praguejando aos sete ventos pelo preço da lata – que, depois de aberta, mostrou ser ainda mais cara, pois metade era cheia de vento. Apenas a outra metade continha o famigerado pó.

Para provar que nada está tão ruim que não possa piorar um pouquinho, a pequena cria que colocamos no mundo teve alergia também ao leite de vaca em pó. Mais uma vez, o pediatra me encaminhou à farmácia mais próxima, mas dessa vez pelo menos ele foi camarada e avisou:
- Você vai comprar esse aqui, de soja. É muito bom, praticamente não dá alergia, mas é um pouco mais caro que o leite que você estava comprando antes.

Um pouco mais caro? Pura modéstia dele. Cada lata do leite de soja para bebês valia umas 5 latas do leite em pó comum. Naqueles tempos de inflação galopante, investir em latas de leite de soja quase superava a especulação com dólares, aproximando-se com vantagens do overnight.

Apesar de todo meu investimento nas latas terminar se transformando em fraldas e mais fraldas contendo subprodutos do metabolismo do bebê, o gasto valeu à pena. A soja mostrou-se uma excelente opção de suplemento alimentar e a pequena criança indefesa cresceu para se tornar uma típica adolescente inteligente, emburrada e com crises de TPM assustadoras.

O contato mais aprofundado com a soja naqueles anos despertou em mim um sincero respeito por este alimento excepcional. Leguminosa pertencente à mesma família do feijão, da lentilha e da ervilha, a soja é altamente nutritiva e riquíssima em proteínas.

Originário da China, o grão adaptou-se bem ao clima brasileiro. Atualmente, sua área de plantio no país é quase duas vezes maior que o tamanho da Inglaterra. Para você ter uma idéia melhor do que é isso: uma fila de caminhões, contendo a produção brasileira de soja de todo um ano, seria suficiente para dar mais de uma volta e meia em torno do planeta.

Nas últimas décadas, as pesquisas vêm mostrando que a soja pode fazer pequenas maravilhas à sua saúde. Quer exemplos?

Uma pesquisa publicada em 1995 na prestigiada revista cientifica New England Journal of Medicine mostrou que o consumo de produtos derivados da soja é capaz de reduzir os níveis sangüíneos de gorduras. Estudos subseqüentes realizados na Itália e no Canadá comprovaram este efeito protetor da soja: pessoas com concentrações muito elevadas de colesterol LDL (o colesterol “ruim”) podem reduzir estes níveis em até 24% apenas diminuindo o consumo de carnes vermelhas e consumindo pelo menos 50 gramas proteínas de soja por dia.

Os cientistas descobriram ainda que fitoquímicos presentes na soja, especialmente um chamado Genisteína, parecem ser capazes de reduzir o risco para osteoporose e doenças cardiovasculares.
Um modo bem simples de incorporar a soja à sua dieta habitual consiste em tomar um ou mais copos de leite de soja por dia: cada copo contém cerca de 4-10 gramas de proteína de soja. Cem gramas de Tofu, um queijo elaborado a partir do leite de soja, possuem cerca de 12 gramas de proteína de soja, e representa outro modo saboroso de consumir o grão.

A soja pode ser consumida ainda na forma de farinhas, pasta (Missô), molho (Shoyu), torrada (como amendoim) ou em cápsulas contendo extratos padronizados.

Mas lembre-se: o equilíbrio é fundamental. O consumo excessivo de soja (p.ex.: mais de 500 mL de leite de soja, ou 200 gramas de Tofu ou 50 gramas do grão torrado) pode resultar em problemas na glândula tireóide (Hipotireoidismo) e dificuldade de absorção de alguns sais minerais importantes para sua saúde. Ao introduzir a soja na sua dieta, faça-o de modo sensato e balanceado, de preferência após aconselhamento de um médico ou nutricionista.

08 setembro 2014

Estatinas: o que fazer?

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Sempre fui meio pirracento com novas drogas vendidas como panaceia para certas doenças. Isso foi algo bem típico no caso das Estatinas, medicamentos utilizados para corrigir os níveis de colesterol no organismo.

Existe um consenso de que a redução do colesterol reduz também o risco de doenças cardiovasculares – é a chamada “prevenção primária”.

O problema começa com o fato de que as estatinas ainda não foram bem estudadas em todos os grupos etários. A maior parte dos estudos envolvendo essas drogas foi patrocinada por indústrias farmacêuticas (oh, não...!) e realizada em adultos jovens e do sexo masculino. E esta é uma pegadinha maldosa, pois BAIXOS níveis de colesterol em idosos TAMBÉM estão associados a um aumento no número de mortes.

E então: vamos tratar pessoas ou continuar tratando doenças?

A verdade dos fatos (leia-se: evidência científica) é que dar estatinas a pacientes de baixo risco, sem doença cardíaca prévia, não produz qualquer efeito sobre os índices de mortalidade. Suas chances de morrer SEM a droga são as mesmas que COM a droga, a despeito do quanto a estatina reduza seu colesterol.

Como se isso não bastasse, as estatinas aumentam o risco de desenvolver diabetes, principalmente em mulheres. A incidência de outros potenciais efeitos colaterais das estatinas – tais como: dores musculares, problemas de raciocínio, sensação de baixa energia, problemas sexuais, lesões nos rins e no fígado, entre outros – também vem sendo bastante discutida.

Se pensarmos um pouco e considerarmos qualquer medicamento como uma substância química capaz de modificar processos celulares em sistemas biológicos tão complexos como um corpo humano, fica fácil compreender que a saúde jamais será alcançada com pílulas. Mesmo que essas pílulas sejam de estatinas.

07 setembro 2014

Sexualidade na Menopausa: tem remédio para melhorar?

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Em 2013, o FDA aprovou um medicamento que vem sendo chamado de “o novo Viagra feminino”. Trata-se do ospemifeno, uma droga da classe dos moduladores de receptores seletivos de estrogênio (selective estrogen receptor modulators ou SERMs). Apesar de não ter qualquer efeito sobre o apetite sexual em si, o ospemifeno é indicado no tratamento da dispareunia secundária à atrofia vaginal típica da menopausa – o que certamente torna o intercurso sexual beem mais confortável.

A aprovação do FDA baseou-se em 3 estudos clínicos placebo-controlados envolvendo mais de 1800 mulheres na pós-menopausa, que demonstraram a eficácia e segurança do medicamento no uso em longo prazo.

A chegada da menopausa, com seus níveis de estrogênio em queda, causa enfraquecimento do tecido que reveste o canal vaginal, tornando-o mais ressecado, frágil e friável. Apesar dos cremes vaginais com estrogênio serem boas soluções para esse problema, eles devem ser aplicados no local, ao passo que este novo medicamento consiste em uma pílula de 60 mg que deve ser tomada uma vez ao dia (de preferência junto a uma refeição).

O ospemifeno potencializa o efeito do estrogênio sobre os tecido vaginal e vulvar. Como qualquer outro SERM, ele também age sobre o endométrio (revestimento interno do útero), e seu uso deve ser acompanhado de um tratamento simultâneo com progestágenos. Qualquer sangramento vaginal deve ser considerado um sinal de alerta a ser avaliado por um médico.

As partes ruins da notícia: o ospemifeno pode intensificar os sintomas de fogacho e o suor excessivo. Nas mulheres com estas manifestações vasomotoras, ele pode não ser a melhor escolha. E por último: até a data da publicação deste texto (setembro/2014), o remédio ainda não estava à venda no Brasil.

06 setembro 2014

SEIS REGRAS DE OURO PARA MEDICINA ALTERNATIVA

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Vou admitir antes que me acusem: sou fã de medicina alternativa e natural. Mas nem sempre foi assim. Houve época em que acreditava que ervas e plantinhas deveriam ficar no jardim de onde vieram. Tinha certeza mais que absoluta de que a Medicina era coisa para gente grande, antibióticos potentes, procedimentos invasivos e tudo mais quanto parecesse sofisticado e distante do conhecimento popular.

Felizmente, ser alfabetizado ajuda. Então há algum tempo dei um “pause” nos meus preconceitos e fui à luta. Ou melhor: aos estudos. E descobri um universo fantástico de novas possibilidades que ainda não fazem parte da realidade da maioria dos médicos – pelo menos, não até que algum grande laboratório “descubra” aquela substância bioativa, patenteando-a e vendendo-a de volta para nós.

Discussões sobre royalties à parte, hoje me sinto bastante à vontade para afirmar que a Medicina Alternativa funciona, sim, e tem muito a oferecer. Mas alguns cuidados devem ser tomados. Para facilitar seu trabalho e aumentar sua segurança, preparei uma lista com 6 Regras de Ouro que merecem ser seguidas caso você esteja pensando em optar por tratamentos alternativos. Espero que elas lhe sejam úteis!

AS SEIS REGRAS DE OURO

Atualmente, “Medicina Alternativa” parece englobar abordagens tão diversas quanto Acupuntura, Homeopatia, Fitoterapia, Macrobiótica, técnicas de relaxamento e meditação, etc. Independente do tipo de “medicina alternativa” que estamos falando, ela não vem para substituir a medicina tradicional, mas para ser somada a ela, aumentando a eficácia ou reduzindo os efeitos colaterais dos remédios e tratamentos convencionais.

Muita gente costuma defender a medicina alternativa com a famosa frase “se é natural, não faz mal”. Eu costumo responder que veneno de cobra é uma substância completamente natural – e pode fazer um estrago danado. Para não comprar gato por lebre e ser capaz de escolher um tratamento alternativo que funcione, verifique sempre estas 6 regras de ouro:


REGRA NÚMERO 01: TENHA UM DIAGNÓSTICO

Você deve ter um diagnóstico médico antes de iniciar um tratamento alternativo. Afinal, você tem que saber O QUÊ pretende tratar. Não confie em tratamentos alternativos que propõem curar, com uma só ‘garrafada’, desde unha encravada a espinhela caída, queda de cabelo, inchaços, dores, ansiedade e etc. Remédios naturais ainda são remédios, não milagres. E possuem indicações, limitações e efeitos colaterais.


REGRA NÚMERO 02: NÃO SE AUTO-MEDIQUE

Nunca, em hipótese alguma, abandone por conta própria um tratamento tradicional por uma terapia complementar. E não caia na armadilha de que, se um tratamento alternativo foi bom para uma determinada pessoa, ele certamente será para você também. Não sei se você sabe, mas as pessoas não foram feitas em formas: somos diferentes uns dos outros. E a solução para o seu problema pode não ser exatamente a mesma do seu vizinho.


REGRA NÚMERO 03: ANTES DE INICIAR O TRATAMENTO ALTERNATIVO, CONVERSE COM SEU MÉDICO

Não custa tanto assim, confesse. Além disso, se ele tiver uma mente aberta e estiver disposto a ampliar seus conhecimentos, será uma ajuda bem vinda. Porém... (existe sempre um porém!), a maioria dos médicos prefere perder o paciente e arder no mármore da ignorância a se envolver com práticas pouco convencionais. Ele poderá dizer que você está perdendo o seu tempo ou tentará assustá-lo(a) com possíveis (e em geral terríveis) efeitos colaterais.

Se for este o caso, procure saber até onde a posição do seu médico se baseia em uma compreensão detalhada da terapia que você escolheu, ou se ele está apenas refletindo posições conservadoras que foram impregnadas durante a sua formação profissional.

Em outras palavras: se for puro preconceito, bom... paciência, ninguém é perfeito. Vá para a regra número 04.


REGRA NÚMERO 04: DIFERENCIE “PROFISSIONAL ALTERNATIVO” DE “AVENTUREIRO ALTERNATIVO”

Então você saiu à caça de alguém que saiba lhe oferecer um tratamento alternativo. Cuidado: não se deixe seduzir pela aparente simplicidade de alguns medicamentos e técnicas alternativos, pois as interações com outros remédios podem causar problemas.

É sempre recomendável que seu terapeuta alternativo tenha uma boa formação biomédica para saber o que fazer se alguma coisa correr errado. E lembre-se: a recomendação de um amigo pode ser a melhor referência, mas não deixe que seja a única.


REGRA NÚMERO 05: ATENÇÃO COM A QUALIDADE DO QUE VOCÊ COMPRA E CONSOME

Ao comprar ingredientes naturais embalados, avalie se a embalagem está em boas condições e se o vendedor é digno de confiança. Se você mesmo estiver cultivando ou colhendo ervas medicinais, não colete plantas em locais onde se usa agrotóxico, à beira de rios poluídos ou junto a estradas. Plantas medicinais devem ser cultivadas com cuidado e em locais limpos, e os chás e infusões devem ser preparados preferencialmente em utensílios de louça, esmalte, porcelana ou vidro.

Evite usar panelas e chaleiras de alumínio ou cobre. Faça o chá na quantidade certa que irá utilizar no momento: ele perde boa parte do seu valor medicinal nas primeiras 24h dia após o preparo, mesmo se conservado na geladeira.


REGRA NÚMERO 06: AO BUSCAR INFORMAÇÕES, TOME CUIDADO COM A INTERNET

Você não está proibido(a) de procurar informações sobre o que é melhor para sua saúde, mas só porque algo apareceu na Internet não quer dizer que é verdade.

A Internet tem de tudo um pouco. Sites com informações sobre Medicina Alternativa e que oferecem um determinado produto para venda devem ser colocados imediatamente na categoria “sob suspeita”.

Lembre-se: em geral, eles não querem lhe informar. Querem apenas lhe convencer a gastar algum dinheiro.

MELQUÍADES CIRRÓTICO ETÍLICUS DE SOUZA

© Alessandro Loiola



Ainda me lembro do primeiro paciente complicado colocado sob meus cuidados. Estava no 4º ano de medicina, naqueles dias de besouro de hospital, cheio de entusiasmo, garra e cabelos.... Com os anos, os cabelos se foram, o entusiasmo e a garra continuaram os mesmos, e os pacientes complicados se multiplicaram em progressão geométrica.

O tal Sr. Melquíades estava internado por causa de uma barriga d’água de dar inveja em grávidas de trigêmeos. Era uma coisa amazônica, oceânica, aquela barriga. E ele deitava com a blusa puxada até à altura do peito, orgulhoso, exibindo a gestação improvável com garbo e pouca elegância.

- Sr. Melquíades, vamos conversar. Seus exames chegaram.
- Pois pode ir cantando as pedras, doutor, que eu nasci pronto.
- Os exames de sangue e o ultra-som (sim, acredite: já existia ultra-sonografia naquela época. Sou do Século passado mas nem tão velho assim...) mostraram que o senhor está com uma cirrose avançada.
- Cirrose, doutor?
- Sim, cirrose.
- Afmaria! Valhame Jesus! – e eu achei que ele iria recitar uma ladainha de lamentações, mas não – Graças a Deus!
- Como?
- Graças a Deus que deu cirrose, doutor! E se fosse câncer hein? Ainda bem que é só uma cirrosezinha de nada. Meu compadre morreu de câncer e foi uma tristeza. Câncer é fogo. Mas uma cirrose, ah, coisa à toa!

Fui então obrigado a explicar que uma bala calibre 38 também é uma coisa à toa, mas com a velocidade certa e a mira errada, pode causar uma desgraça sem fim. Não é só porque  seus exames não deram câncer que você não está sofrendo nada sério. No caso do Melquíades, era até compreensível: menosprezar a cirrose tornava viável permanecer no vício que o havia levado até ali

A bebida alcoólica pode ser uma amante tão exigente quanto perspicaz.

A cirrose é uma doença grave que afeta o fígado, o maior órgão sólido do corpo humano. O fígado está envolvido com mais de 500 funções vitais, desde produção de bile e proteínas, até armazenamento de nutrientes, desenvolvimento de fatores da coagulação e eliminação de substâncias tóxicas da corrente sangüínea.

No Brasil, a cirrose é responsável por mais de 12.000 óbitos a cada ano. Os sintomas da doença variam de acordo com o estágio: nas fases iniciais, a pessoa pode não sentir coisa alguma. À medida que a doença avança, surgem diminuição do apetite, fadiga, perda ou ganho súbito de peso, hematomas espontâneos, pigmentação amarelada na parte branca dos olhos (icterícia); retenção de líquidos, causando inchaço principalmente nos tornozelos, pernas e abdome; urina com cor de coca cola, fezes esbranquiçadas ou com sangue, febre e alterações mentais (estas, mais comuns nos estágios finais da doença).

O alcoolismo causa cerca de 80% dos casos de cirrose, mas a doença também estar relacionada à hepatite C, esquistossomose e intoxicações medicamentosas, entre outros. O diagnóstico é feito através do exame médico no consultório e de alguns exames complementares.


A cirrose pode resultar em sangramento pelo esôfago, insuficiência renal, diabetes, anemia, infecções, crescimento da mama nos homens, menopausa prematura nas mulheres, e perda de massa muscular. Felizmente, com o tratamento adequado, a maioria destas complicações pode ser evitada ou revertida nas fases iniciais da doença.

Para conservar seu fígado saudável e lustroso, diminuindo o risco de receber uma carteirinha do Clube dos Amigos do Melquíades, anote aí:

- Não abuse das bebidas alcoólicas: o risco para cirrose começa a aumentar quando você ultrapassa o limite de duas taças de vinho ou uma lata de cerveja por dia.

- Evite a promiscuidade sexual e vacine-se contra Hepatite B

- Cuidado ao manusear substâncias químicas, tais como produtos de limpeza e pesticidas. Muitos deles podem causar sérios danos no fígado.

- Jamais tome remédios sem orientação médica específica.

- Siga uma dieta nutritiva, bem balanceada, pobre em gorduras e rica em frutas e vegetais frescos.

05 setembro 2014

Sofro com a menopausa mas não quero usar hormônios. O que fazer?

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Uma leitora do blog enviou essa mensagem e, como acredito que ela pode ser de relevância para muitas outras, aqui vai um breve bate-papo sobre o assunto, com um alerta: fiz minha pesquisa com base nas alterantivas que tem embasamento científico. Não quero achismos ou panaceias místico-holísticas por aqui. Nada contra quem queira ou goste, mas para tanto favor referir a outro grupo ou blog de saúde.

O fato é que, depois da lua de mel com a TRH ter terminado em um quase divórcio, os especialistas foram em busca de alternativas tão eficazes quanto os hormônios para controlar os sintomas da menopausa. Logo descobriu-se que drogas da conhecida classe dos moduladores de receptores seletivos de estrogênio (selective estrogen receptor modulators ou SERM) e o emprego de doses novas de uma antiga medicação para depressão eram capazes de mudar o cenário.

Paroxetina

Para mulheres que desejam se livrar dos fogachos sem utilizar hormônios, a paroxetina pode ser uma boa pedida. Classicamente utilizada para tratar depressão, ansiedade e transtorno obsessivo-compulsivo, a paroxetina se mostrou um sucesso no controle dos sintomas vasomotores. Mas a dose é diferente: o Food and Drug Administration (FDA) recomenda 7,5 mg tomados à noite, ao deitar, para o controle de fogachos moderados a severos.

A segurança e eficácia da paroxetina foram bem documentadas em dois estudos clínicos envolvendo mais de 1100 mulheres sintomáticas. O mecanismo de ação... bom, o mecanismo de ação no controle desses sintomas da menopausa ninguém descobriu ainda. Mas a paroxetina funciona e isso é o que conta por enquanto.

Um detalhe importante: apesar de não ser um método hormonal, a paroxetina não deve ser dada a mulheres em uso de tamoxifeno (droga utilizada no tratamento do câncer na mama). A paroxetina inibe uma enzima chamada citocromo P450 CYP2D6, a mesma enzima que converte o tamoxifeno em seu metabólito ativo, o endoxifeno, e reduz a eficácia do controle do câncer na mama.

SERM

A família dos SERM é velha conhecida: seu representante mais famoso é o Tamoxifeno, um medicamento descoberto na década de 1970 e que há décadas vem sendo uma ferramenta estratégica na terapia adjuvante do câncer de mama.

Mais recentemente, um bom estudo clínico conhecido como SMART (Selective Estrogens, Menopause, And Response to Therapy) mostrou que os SERM são capazes também de reduzir em até 74% a incidência de fogachos severos após 12 semanas de tratamento.

O bazedoxifeno, por exemplo, é um SERM com propriedades estimulantes sobre os ossos e inibidores sobre o endométrio (revestimento interno do útero). O bazedoxifeno atua inibindo a proliferação endometrial, reduzindo o risco de câncer uterino. Isto é especialmente importante em mulheres que estejam utilizando estrogênio como reposição hormonal e oferece uma alternativa à combinação estrogênios + progestágenos.

A combinação de estrogênio + SERM está indicada APENAS para mulheres que ainda têm o útero, sendo que qualquer sangramento vaginal em pacientes utilizando esta medicação deve ser avaliada. Além disso, o uso simultâneo de eritromicina, claritromicina, cetoconazol ou itraconazol pode reduzir o efeito protetor endometrial do SERM e não é recomendado.

 Até a data da publicação deste texto (setembro/2014), o bazedoxifeno ainda não estava à venda no Brasil.

SEM TOALHA E DE PONTA CABEÇA

© Dr. Alessandro Loiola
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A leitora escreve: “Dr. Loiola, o que leva um ser humano sem problemas mentais a tê-lo? Minha mãe nasceu uma pessoa normal, cresceu, casou, mas no primeiro filho digamos que jogou a toalha e virou de ponta cabeça. Já fez vários tratamentos psiquiátricos, tomou diversos medicamentos ao mesmo tempo e agora, justamente o remédio que estava dando certo, foi retirado do mercado. Não sei como ela irá ficar. Talvez tenha novas crises. Queria uma explicação. Porque uma mente sã fica ruim como um computador cheio de vírus precisando ser formatado? Desde já agradecida, Fulana de Tal”.

Lamentavelmente, ela não forneceu outras pistas sobre o mal que estava afetando a mãe, mas após mais de uma década perdendo os fios de cabelo no consultório, é possível compreender a natureza por trás da moléstia.

Com a melhora na qualidade de vida (não ria: ela melhorou sim, até mesmo em países do Quinto Mundo como o Brasil), conseguimos um controle paliativo razoável para boa parte das ameaças oferecidas por vírus, bactérias, diabetes, hipertensão arterial, tumores, etc.

Entretanto, para manter a máquina tecnológica avançando, precisamos de uma sociedade extremamente produtiva e trabalhadora, capaz de suportar pressões inimagináveis em outros tempos. Esse ciclo de pressão-produção-pressão não poderia levar a outro lugar, e atingimos o nível em que a mesma tecnologia que protege a saúde de seu corpo, ameaça agora a saúde de sua mente.

A cada ano, cerca de 40% das pessoas experimentam sentimentos intensos de tristeza, infelicidade e desapontamento. Destas, 20% desenvolverão depressão propriamente dita. Em números tupiniquins, significa o mesmo que 10 milhões de brasileiros deprimidos anualmente.

Os transtornos psiquiátricos possuem várias causas. Por exemplo: gêmeos idênticos possuem uma concordância de 60% para depressão. Alterações bioquímicas no cérebro e problemas hormonais (como redução na produção de cortisol ou melatonina) também possuem sua parcela de culpa. Mas são os eventos estressantes os responsáveis por cerca de 60% dos casos de depressão e distúrbios da ansiedade. A gota d’água de estresse pode ser representada pelo nascimento de novos filhos, por uma demissão esperada ou não, pelo término de um relacionamento ou pelo choque de uma doença crônica.

O diagnóstico clássico de depressão depende da presença de certos sinais e sintomas por um determinado período de tempo. Além da perda de interesse na vida diária, é preciso que 4 das seguintes manifestações estejam presentes de modo contínuo por pelo menos duas semanas:

- Perda do apetite com perda de peso;
- Insônia e/ou sonolência durante o dia;
- Agitação ou lentidão excessiva;
- Diminuição do apetite sexual;
- Evidência de problemas de concentração;
- Sentimento de culpa ou auto-crítica exagerada;
- Pensamentos (ou tentativas) recorrentes de suicídio.

Nem toda pessoa deprimida ou ansiosa necessita de remédios. O acompanhamento psicológico, sem drogas, é capaz de resolver os casos mais simples e certamente deve fazer parte do tratamento dos episódios mais graves de depressão.

Caso os anti-depressivos sejam necessários, existem características e dicas que podem facilitar a escolha entre as dezenas de marcas disponíveis. Por exemplo: muitos antidepressivos causam sono. Pessoas que necessitam manter o nível de atenção para dirigir ou operar máquinas podem se beneficiar do uso de antidepressivos que não causam tanta sonolência, como a Paroxetina.

Na depressão relacionada à menopausa, a terapia de reposição hormonal pode resolver os sintomas, mas este recurso não deve ser empregado em mulheres com alto risco para câncer de mama. Muitos antidepressivos tradicionais não funcionam muito bem em adolescentes. E por aí vai.

04 setembro 2014

POR UM CONGRESSO BRASILEIRO DE TAUTOLOGIA MÉDICA

© Alessandro Loiola


"Tautologia" é o termo empregado para definir vícios de linguagem caracterizados pela repetição de uma idéia, porém com palavras diferentes. Se quiser, também pode chamar de pleonasmo ou redundância.

“Subir para cima” e “descer para baixo” são exemplos bem conhecidos de tautologia, mas existem outros que, de tão comuns, podem passar despercebidos: elo de ligação, acabamento final, certeza absoluta, quantia exata, livre escolha, multidão de pessoas, surpresa inesperada, outra alternativa, retornar de novo, planejar antecipadamente, empréstimo temporário, seu critério pessoal, gritar bem alto, encarar de frente, dividir em duas metades iguais... e por aí vai.

Em medicina, a detecção da tautologia se transformou em uma arte, especialmente nos pronto-socorros. Por exemplo: obeso sedentário, diabético teimoso, hipertenso ansioso... Nenhuma dessas figurinhas estaria ali se não fosse pela repetição da mesma idéia, com palavras diferentes.

O obeso não malha porque está gordo e está gordo porque não malha. O diabético insiste em não seguir a dieta porque a glicose está sempre descontrolada – e adivinhe por que ela vive assim? O hipertenso se preocupa tanto com medo de morrer de pressão alta que termina enfartando de qualquer forma. E a fila anda.

De todos os seres tautólogos que freqüentam as salas de espera e pronto-atendimentos da cidade, os Poliqueixosos Carentes são certamente os mais numerosos. Os representantes do gênero chegam cheios de dores, palpitações que não aparecem nos eletrocardiogramas, cansaço com insônia, falta de ar com bolo na garganta, coceira nos dentes, cãibras nas unhas, formigamento nos cabelos e toda espécie de queixa surrealista capaz de virar uma consulta.

Não que não estejam sofrendo de algum mal – a bem da verdade, não existe sofrimento mais honesto que aquele que aflige a alma. Mas os pelotões de poliqueixosos que se aglutinam querendo vários tratamentos para o mesmo diagnóstico fazem pensar: que diabos está acontecendo com o mundo de hoje? Parte da resposta pode estar do outro lado do mundo, na China.

Uma pesquisa realizada há alguns meses mostrou que o número de divórcios nunca foi tão grande entre os chineses. Mais surpreendente que a quantidade de separações foi a constatação do motivo: durante muitas décadas, os chineses foram estimulados a terem apenas 1 filho. Isso criou legiões acostumadas desde a infância a terem toda a atenção somente para si, sem necessidade de estabelecer e dividir vínculos com irmãos, tios, tias ou primos – simplesmente porque eles não existem.

A falta de um amadurecimento emocional na tenra infância, compartilhando as agruras e alegrias do núcleo familiar, resultou em levas de chineses-únicos com um lastro emocional muito volátil. Ao menor sinal de problema com amigos, colegas de trabalho, maridos ou esposas, eles simplesmente tendem a abandonar o barco - e bau-bau casamento.

Diferentemente das gerações de filhos únicos chineses, a maioria de nós não é tão órfã de famílias. A amputação de valores, contudo, é a mesma. Estamos perdendo a noção do que realmente importa nesta vida.

Os poliqueixosos carentes e suas sacolas de antidepressivos, ansiolíticos, sedativos, lamentações e perturbações do sistema nervoso, são como pelotões de cegos, surdos e mudos incapazes de cultivar um olhar de contemplação e agradecimento pela oportunidade de estar neste mundo, errar, aprender, ensinar e ajudar seus semelhantes.

Os poliqueixosos são fissurados por pequenos fungos de angústia que crescem em seus próprios umbigos. Estes seres pleonásticos vagam não à procura de tratamento ou cura, mas de uma platéia disponível para ter pena do seu sofrimento. Eles chegam conversando, andando com as próprias pernas, respirando pelos próprios pulmões, fazendo todas as necessidades fisiológicas pelos orifícios apropriados, e ainda assim se sentem capazes de colocar uma sacola de autopiedade sobre a mesa.

Lamentavelmente, não existe uma matéria chamada Tautologia no curso médico. Mas bem que poderiam organizar um congresso sobre o tema. Seria um bom lugar para discutir melhor sobre como diagnosticar e tratar os sintomas do egoísmo generalizado. Minha inscrição está garantida.

03 setembro 2014

GESTANTE MUTANTE

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Quando estávamos na escola, lá naqueles idos quando chamávamos a professora de “tia”, aprendemos que os seres vivos possuem um conjunto bastante peculiar de características. Eles são formados por células, necessitam de alimento, nascem, crescem, morrem, etc. De todas estas estranhezas que nos cercam, o fato de sermos capazes de produzir descendentes é um requinte miraculoso.

A metamorfose envolvida na geração de nossas pequenas fotocópias devoradoras de fraldas descartáveis seria um bom tema de ficção-científica. A gestante é um mutante e não é preciso ser um cientista para perceber as alterações que ocorrem no organismo feminino durante este período. Entretanto, existe muito mais ocorrendo entre o céu e a placenta do que julga nossa vã filosofia.

Alguns dias após a fecundação do óvulo, o organismo materno – faminto por energia - inicia uma série de saques nas reservas de gordura, podendo ocorrer uma discreta perda de peso no início da gravidez. A atividade enzimática e a síntese de proteínas aumentam, agregando valores à construção do pequeno novo ser humano.

Com toda essa movimentação molecular, os níveis de glicose no sangue diminuem e o corpo retém líquido. Alterações renais promovidas por hormônios como a Aldosterona farão com que até o final da gravidez sejam acumulados mais de 7 litros de água! O acúmulo de líquido responde por boa parte das alterações sensoriais, como a diminuição da audição, as alterações do paladar e do tato.

Nos primeiros 3 meses de gravidez, o trabalho do coração aumenta 40%. Para manter níveis adequados de oxigenação para a mãe e o feto, incrementam a necessidade de ferro e a freqüência respiratória materna.

As adaptações anatômicas também repercutem sobre sistema digestivo: náuseas no período da manhã são comuns. A produção de saliva é maior. O intestino passa a funcionar com mais lentidão e a constipação é freqüente. À medida que o útero ocupa boa parte do espaço na cavidade abdominal, o estômago se torna menos capaz de distender, provocando o refluxo e azia.

As mudanças hormonais são sentidas literalmente na pele: estrias gravídicas podem surgir nos seios, nos flancos, na parte anterior do abdome, nas nádegas e na raiz dos membros inferiores. É comum o escurecimento da linha que vai do umbigo ao púbis (Linha Nigra) e o rosto pode apresentar áreas de hiperpigmentação (cloasma). O balanço dos hormônios também pode provocar balanços no humor, com extremos de irritabilidade e melancolia.

Por todos estes motivos, o acompanhamento pré-natal é fundamental. É essencial que a grávida compreenda as modificações e adaptações do seu corpo à presença do parasita, digo, do bebê, pois isso ajudará a diminuir a ansiedade e a insegurança associadas à gestação.

Para facilitar um pouco sua vida, reuni 7 macetes que podem lhe ajudar a contornar os problemas mais comuns:

ENJÔOS MATINAIS: as náuseas começam 3-4 semanas após o atraso da menstruação, durando até o final da 12ª semana de gravidez. Prefira alimentos de digestão mais fácil, como batatas amassadas, torradas, arroz e frutas, ingerindo as refeições em porções menores, porém mais freqüentes.

CÃIBRAS: mais comuns durante a noite. O remédio mais fácil e rápido consiste em ficar de pé e alongar os músculos que estão doendo. Aproveite para chorar uma promoção e conseguir uma massagem alentadora nos pés.

DORES NAS COSTAS: quanto mais peso, mais trabalho para a coluna vertebral. Procure utilizar sapatos baixos e manter as costas bem apoiadas quando estiver sentada. Cuidado ao curvar-se, levantar pesos ou fazer exercícios.

AZIA: a barriga está toda ocupada pelo bebê e ele não sabe que você come. Para reduzir o desconforto, evite alimentos muito temperados ou ácidos, frituras e refeições muito volumosas. Para descansar depois de uma refeição, recoste sobre uma pilha de travesseiros ou almofadas ao invés de deitar.

FALTA DE AR: a pressão progressiva do útero sobre os pulmões pode causar falta de ar. Repouse e aceite os novos limites do seu corpo. Estes limites podem ser temporários, mas existem.

DORES NOS QUADRIS: nas últimas semanas da gravidez, as cartilagens que unem os ossos da pelve começam a se afastar, preparando para a passagem do alien. Isso faz com que os quadris doam e pareçam “soltos” durante a caminhada. Repouso e compressas mornas ajudam a aliviar o desconforto.

INCHAÇO NOS PÉS E TORNOZELOS: sempre que possível, mantenha os pés levantados ou apoiados na altura do corpo, evitando permanecer de pé por longos períodos de tempo. Essas mesmas dicas se aplicam para evitar as famigeradas varizes. Mas atenção: se os inchaços começarem a parecer fora de proporção, conte sempre com a ajuda de seu médico de confiança!

02 setembro 2014

Ah, a Menopausa...

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Os ovários possuem uma vida útil limitada. Eles começam seu ciclo de atividade regular por volta dos 11-12 anos de idade. Com o tempo, a quantidade de folículos germinativos diminui até um ponto crítico onde novos folículos não podem mais ser recrutados, e o comércio ovariano fecha as portas lá pelos 50 e poucos anos, dando início à menopausa.

Todavia, pouco antes da menopausa propriamente dita, existe um período turbulento de 5-7 anos, com alterações dos ciclos menstruais, transtornos hormonais e vários distúrbios tão típicos quanto incômodos. Os níveis sanguíneos de estrogênio e androgênio caem significativamente, produzindo sintomas vasomotores, problemas no sono e no humor, e atrofia vaginal – que se manifesta na forma de irritações no local, desconforto durante o intercurso sexual e problemas urinários mais frequentes.

Outras alterações menos óbvias também ocorrem sob a superfície: perda mais rápida de cálcio dos ossos, aumento do risco para doenças cardiovasculares, comprometimento cognitivo e maior incidência de alguns cânceres.

Os sintomas vasomotores, principalmente fogachos e suores noturnos, afetam 60-80% das mulheres no começo da menopausa. Acredita-se que eles decorram de uma redução na zona termoneutra no hipotálamo, fazendo com que pequenas alterações na temperatura interna disparem mecanismos compensatórios exagerados.

Apesar de transitórios na maioria das mulheres, os sintomas da menopausa persistem por 10 anos em 10% delas, e pesquisas mostram que até 16% das mulheres com 85 anos ou mais ainda apresentam problemas do tipo.

O tratamento sempre incluiu recomendações para mudanças nos hábitos de vida, interrupção do tabagismo, redução do consumo de bebidas alcoólicas, uso de roupas dispostas “em camadas” (facilita o controle da temperatura corporal) e dieta saudável.

Todavia, é a terapia de reposição hormonal (TRH). Esses hormônios podem ser encontrados na forma de comprimidos por via oral, adesivos transdérmicos, gel vaginal e injetável.

Nas mulheres que ainda tem útero intacto, o estrogênio deve ser combinado a um progestágeno para proteger o endométrio. Nas mulheres cujos sintomas vaginais são o único motivo para TRH, pode-se optar pelo uso de estrogênio na forma de gel para aplicação local.

Estas orientações gerais vinham valendo bem até recentemente, quando os resultados do Women's Health Initiative Trial – o maior estudo já feito para avaliação dos efeitos da TRH com estrogênio conjugado + acetato de medroxiprogesterona – promoveram uma revolução no modo como tratamos a menopausa.

Este estudo mostrou um aumento no risco de problemas cardiovasculares (incluindo tromboembolismo) e câncer na mama na TRH hormonal combinada. Apesar de isso poder ser explicado por algumas características da população avaliada e pelo tipo de hormônios empregados, muitos pacientes e médicos optaram por suspender a TRH, e pesquisas subsequentes passaram a avaliar os efeitos de configurações e doses diferentes de TRH.

O consenso atual consiste em utilizar a menor dose eficaz pelo menor tempo possível. Mulheres com alto risco cardiovascular (p.ex.: hipertensão arterial sem controle adequado) não devem receber TRH. Naquelas com risco cardiovascular baixo, a TRH pode ser recomendada, mas por no máximo 5 anos. Nas mulheres com risco médio, os estrogênios transdérmicos são os mais recomendados para evitar efeitos pró-trombóticos. E durante todo o tempo de TRH, devem ser realizadas consultas de acompanhamento periodicamente.

01 setembro 2014

DEZ DICAS PARA EVITAR O CÂNCER

© Dr. Alessandro Loiola
Médico – CRMSP 142.346
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Dia desses recebi um boletim do National Cancer Institute dizendo que, apesar de todos os avanços para detecção e tratamento, os tumores malignos ainda ceifam mais de 01 vida por minuto em todo o Mundo. Imediatamente lembrei de um outro e-mail bem mais antigo, recebido há uns 15, 20... minutos (em Internet, minutos são anos!).

Como quem fuça uma gaveta de brinquedos, esvaziei o disco rígido do computador na mesa e ahá! lá estava ele: o encarte anual da American Cancer Society, ou Sociedade Americana do “Deus-que-me-livre-não-quero-fazer-parte-disso-não”. O encarte dizia que metade das mortes causadas por tumores malignos poderiam ter sido evitadas através dos métodos preventivos que nós JÁ conhecemos.

Muito bonito. Somando as duas notícias, significa que as pessoas continuam morrendo por minuto mesmo quando o conhecimento atual já torna possível evitar mais de 50% dessas mortes.

O problema, do meu ponto de vista, é que as recomendações sobre como proceder para evitar o câncer nem sempre são passadas de um modo prático e compreensível. Os cientistas dizem coisas como “diminuir o consumo de aminas heterocíclicas”, “orientações profiláticas para reduzir a exposição a carcinógenos ambientais” e “estimular a atividade das células NK através de abordagens dietoterápicas”, entre outros xingamentos que nem mesmo a ferramenta de tradução do Google é capaz de desdobrar.

Uma vez que ajudar alguém não é fazer o que você quer, mas o que o outro precisa, decidi sair para um passeio na base de dados científicos Entrez-PUBMED (www.pubmed.com), para fazer a lista que você verá na crônica de hoje. Com ela, espero ser claro e objetivo o suficiente para conseguir que você implemente pelo menos uma meia dúzia de 3 ou 4 mudanças importantes nos seus hábitos de vida.

Então borá lá conferir as famigeradas...

... DEZ DICAS PARA EVITAR O CÂNCER:

Quem nunca teve medo do Bicho-Papão ou da Cuca quando era criança? Crescemos e passamos a acreditar que estas criaturas assustadoras eram frutos da imaginação... mas estávamos errados. O Bicho-Papão da idade adulta é bem palpável e atende pelo nome de... Câncer.

Você pensou ‘Imposto de Renda’? Não, não, é Câncer mesmo.

Estimativas feitas na década de 1980 pelos respeitados epidemiologistas ingleses, os Drs. Richard Doll e Richard Peto, mostraram que o fumo e a dieta respondem cada um por 30 a 35% do risco de uma pessoa ter câncer. Isso significa que simplesmente escolher hábitos de vida mais saudáveis pode reduzir em até 70% suas chances de desenvolver um tumor maligno. Partindo desta premissa e com base nas evidências científicas mais recentes, relacionei as 10 dicas mais comprovadamente eficazes para evitar o Câncer:


1. FAÇA EXAMES MÉDICOS PERIÓDICOS

O Câncer no testículo é mais comum em homens entre os 15-35 anos de idade. Após os 40 anos, o problema pode ir para a próstata, os pulmões e o intestino grosso. Mulheres em idade fértil devem fazer o preventivo ginecológico a cada 12 meses, e, a partir dos 50 anos de idade, devem incluir mamografias também e...

Em resumo: facilite sua vida e não fique tentando descobrir sozinho(a) o que pode dar errado. Conte com seu médico para saber os tipos de exames preventivos que devem ser feitos. Estes exames podem variar de acordo com a presença de alguns fatores de risco específicos da sua família.

A avaliação médica periódica também é importante para checar a presença de infecção pelo HPV, ou Papilomavírus Humano. Este micróbio, transmitido pelo contato sexual, pode levar ao desenvolvimento de câncer no útero ou no pênis.


2. CUIDADO COM SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS POTENCIALMENTE DANOSAS

Produtos químicos contidos em alguns pesticidas e sprays podem aumentar o risco para câncer. Alimentos industrializados ou muito processados também podem ser perigosos.

O próprio ambiente de trabalho pode oferecer risco: a exposição repetida e prolongada a gasolina, diesel, arsênico, berílio, cloreto de vinil, cromados, gás mostarda e certos éteres pode resultar em vários tipos de câncer.


3. NÃO FUME

E por falar em substâncias químicas perigosas... Fumar é a causa número 1 de várias doenças evitáveis, tais como câncer nos pulmões, infecções das vias respiratórias, problemas cardíacos, desentendimentos na praça de alimentação do shopping, e 342.112 outros distúrbios.

Eu sei que você não vai fumar para sempre, porém, quanto mais fumar, mais vai estar perto do “para sempre”. Faça todo esforço possível para largar o cigarro – e passe esta iniciativa adiante.


4. NÃO CONSUMA BEBIDAS ALCOÓLICAS EM EXCESSO

O consumo regular de bebidas alcoólicas (mais de duas doses por dia, todos os dias) aumenta o risco para cânceres na cavidade oral, na garganta e no esôfago. Acredita-se isto esteja relacionado à deficiência de vários nutrientes.


5. MANTENHA-SE NA FAIXA DE PESO IDEAL

A Obesidade aumenta o risco para câncer nas mamas, no intestino grosso e na próstata – isso se a pessoa não sofrer um infarto ou derrame antes. A Obesidade é uma doença e deve ser tratada não com descaso ou preguiça, mas com força de vontade e amor próprio. Você foi o espermatozóide mais rápido e esperto daquela noite! Faça valer a diferença!


6. LEVE UMA ALIMENTAÇAO RICA EM NUTRIENTES E POBRE EM CALORIAS

Vários estudos indicam que dietas pobres em fibras e ricas em gorduras aumentam o risco para câncer no intestino grosso, na próstata, nas mamas, nos ovários e no útero. Defumados e picles também aumentam seu risco. Dê preferência para frutas, legumes, cereais integrais e peixes.

Eu adoro um churrasco e confesso que fiquei um pouco (‘um pouco’ é mentira, mas me dê algum crédito, ok?) assustado quando pesquisas realizadas pelo National Cancer Institute mostraram que o cozimento de carne vermelha é capaz de produzir mais de 17 tipos diferentes de Aminas Heterocíclicas – todas elas potencialmente causadoras de câncer. Pessoas que comem carne vermelha bem-passada mais de 4 vezes por semana possuem um risco até 3 vezes maior para câncer no estômago.

Para meu alívio, os cientistas também descobriram que pré-cozinhar as carnes no forno microondas por 2 minutos, antes de levá-las ao fogo, é capaz de reduzir em 90% o conteúdo de Aminas Heterocíclicas. Esta é uma boa maneira de manter as carnes na sua dieta (pois elas são uma fonte importante de nutrientes), ao mesmo tempo em que você reduz a concentração de substâncias nocivas.


7. USE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS

Frutas, vegetais e cereais integrais ricos em carotenóides, vitamina A e vitamina C ajudam a proteger contra cânceres nos pulmões, no intestino grosso, nas mamas, na cavidade oral, no esôfago, no estômago, no pâncreas, no colo do útero e nos ovários.

Os Carotenóides são encontrados em vegetais e frutas de cor amarela ou alaranjada (p.ex.: cenouras e batata doce) e vegetais folhosos de cor verde escura (p.ex.: brócolis e espinafre). Os cientistas descobriram que os Carotenóides são capazes de reduzir a incidência de câncer no pulmão até mesmo em pessoas fumantes.

É óbvio que parar de fumar é a principal medida para evitar o câncer no pulmão, mas mesmo entre os fumantes, aqueles que apresentam baixas concentrações de carotenóides no organismo possuem um risco maior.


8. PRATIQUE EXERCÍCIOS REGULARMENTE

Os exercícios melhoram a oxigenação dos órgãos e tecidos, removem radicais livres e ajudam a manter o peso ideal, além de promoverem um bem estar tremendo, graças à liberação de endorfinas e outros neurotransmissores ‘do bem’.


9. APRENDA A LIDAR COM O ESTRESSE

“Será que não tem nada fácil nessa lista?”, você deve estar pensando. Passar pelo médico periodicamente, não comer, não fumar, não beber, fazer exercícios e ainda aprender a lidar com o estresse!!?? Como !!!!!!!?????? @@$%)E*&/#]+!

Calma, calma. A fúria e a ansiedade diminuem a eficácia do Sistema Imune, o guarda-costas do seu organismo. Entre outras coisas, ele gerencia uma célula chamada Natural Killer, responsável pela eliminação de qualquer foco potencialmente canceroso. O Estresse contínuo diminui o nível dessa proteção e abre caminho para uma série de doenças, inclusive o câncer.

Para reduzir o estresse, não tenha vergonha de experimentar uma massagem de verdade, uma sessão revigorante de ioga, meditação, tai-chi, etc. E faça sexo pelo menos algumas vezes por semana.


10. TENHA UMA ATITUDE POSITIVA

Ei, diga a verdade: com essa dica do sexo, você já começou a ter uma atitude positiva! Tente mantê-la pelo resto do dia – mas guarde o sorrisinho quando estiver naquela reunião com seu chefe.

“Uma atitude positiva” significa amar a vida que existe em você. Ela é um tesouro ÚNICO e lhe pertence acima de todas as coisas. Assim que você tomar consciência disso, verá como é simples seguir o que foi dito até aqui.