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15 dezembro 2014

TOMAR PÍLULA ENGORDA?

A pílula anticoncepcional foi um sucesso estrondoso quando surgiu no começo da década de 1960. Meio século depois, continua sendo um dos métodos contraceptivos reversíveis mais populares do mundo. Apesar disso, meias verdades e ideias equivocadas insistem em contaminar essa conquista. E um dos mitos mais recorrentes é o fatídico “pílula engorda”.

Os efeitos colaterais mais comuns da pílula incluem sangramento fora hora, mamas doloridas, náuseas e dores de cabeça. EM ALGUMAS POUCAS MULHERES – leia essas palavras maiúsculas novamente -, a pílula pode resultar em um PEQUENO ganho de peso devido retenção hídrica. A bem da verdade, uma revisão de 44 estudos científicos não encontrou qualquer evidência de que a pílula cause ganhe ponderal na maioria das usuárias. Naqueles raros casos, o ganho de peso foi irrisório, mínimo e temporário, desaparecendo em 2 a 3 meses.

Se você foi uma das sorteadas por este fenômeno da natureza e ganhou alguns gramas a mais depois da pílula, converse com seu médico. Ele(a) poderá sugerir uma pílula de um tipo diferente. Isso porque nem todas as pílulas são a mesma coisa, você sabia?

Existem dois tipos de pílula: as de hormônios combinados (contendo estrogênio e um progestágeno) e as de progestágeno isolado. Apesar do estrogênio ser quase sempre o mesmo (estradiol), o progestágeno varia bastante. Marcas diferentes possuem doses diferentes de tipos diferentes de progestágenos, e os efeitos colaterais podem ser maiores ou menores dependendo disso. Independente do tipo de pílula, é importante usar pelo menos durante 3 meses para que os efeitos colaterais iniciais desapareçam.

Quando foi que o mito de que pílula engorda começou?

Quando a pílula surgiu, ela continha uma quantidade de estrogênio muito muito muito maior que aquela encontrada nas formulações mais modernas. Coisa de 1000 vezes mais hormônios que o necessário. Altas doses de estrogênio podem causar ganho de peso devido ao aumento do apetite e da retenção hídrica. Ou seja: nos dias da sua avó, a pílula de fato engordava.

Hum... Tinha smartphone naquela época? Pois é, algumas coisas mudaram.

As pílulas atuais possuem uma quantidade bem menor de hormônios, e não engordam mais.

Correlação não significa causa

Existem várias explicações para o fato das mulheres associarem o uso da pílula ao ganho de peso.
A principal e mais importante: o início do anticoncepcional em geral marca um período de transição de etapa e estilo de vida.

A taxa de metabolismo basal começa a desacelerar a partir dos 12 anos de idade, a auto-percepção corporal se intensifica na adolescência (qualquer gordurinha fora do lugar é o prenúncio de um terrível apocalipse inclemente de auto-crítica), o nível de atividade física diminui (você não vai exatamente brincar de pique esconde ou amarelinha com seu namorado aos 19 anos de idade...) e a autonomia na escolha dos próprios alimentos aumenta.

Mas é mais fácil culpar a coitada da pílula. Toda a ideia de estar colocando hormônios para dentro do seu organismo... puxa, isso deve causar alguma coisa, certo? Vai ver que é o ganho de peso. Bingo!

Do meu ponto de vista, a noção (equivocada) de que a pílula engorda atingiu um ponto que está além do alcance da ciência. As mulheres QUEREM acreditar nisso e nenhuma evidência científica neste planeta irá tirar essa pré-concepção da sua cabeça. Não interessa quantos estudos sejam feitos, quantas entrevistas de especialistas sejam lidas, a imensa maioria das senhoras e senhoritas DESEJA ARDENTEMENTE apontar a pílula como a responsável pelo excesso de peso.

Aceitar que as frustrações, a falta de planejamento e a ansiedade desmedida estejam sendo descontadas em calorias e transformadas em obesidade é simplesmente duro demais. Comprimidos não reclamam – nem acusam.

Eu acredito em você quando você diz que ganhou peso quando começou a tomar a pílula. Mas não acredito que você tenha percebido que a culpa nem de perto foi do contraceptivo.

Se você ainda duvida, seguem abaixo 10 referências científicas para justificar meu ponto de vista. Se ainda discorda, é bem simples: basta fazer SUA pesquisa e enviar SUAS referências científicas, ok? Aguardo ansiosamente.

  1. Uras R et al (2009). Evidence that in healthy young women, a six-cycle treatment with oral contraceptive containing 30 mcg of ethinylestradiol plus 2 mg of chlormadinone acetate reduces fat mass. Contraception, 79 (2), 117-21 PMID: 19135568
  2. Berenson AB, Rahman M (2009). Changes in weight, total fat, percent body fat, and central-to-peripheral fat ratio associated with injectable and oral contraceptive use. American journal of obstetrics and gynecology, 200 (3), 3290-8 PMID: 19254592 
  3. Beksinska ME et al. (2010). Prospective study of weight change in new adolescent users of DMPA, NET-EN, COCs, nonusers and discontinuers of hormonal contraception. Contraception, 81 (1), 30-4 PMID: 20004270 
  4. Edelman A et al (2010). Combined oral contraceptives and body weight: do oral contraceptives cause weight gain? A primate model. Human Reproduction, 26 (2), 330-336. 
  5. Adeghate E (2000). Effect of oral contraceptive steroid hormones on metabolic parameters of streptozotocin-induced diabetic rat. Contraception, 62 (6), 327-9 PMID: 11239621 
  6. Göretzlehner G et al (2011). Extended Cycles with the Combined Oral Contraceptive Chlormadinone Acetate 2 mg/Ethinylestradiol 0.03 mg: Pooled Analysis of Data from Three Large-Scale, Non-Interventional, Observational Studies. Clinical drug investigation PMID: 21250761 
  7. Teepker M et al. (2011). The effects of oral contraceptives on detection and pain thresholds as well as headache intensity during menstrual cycle in migraine. Headache, 51 (1), 92-104 PMID: 20946429 
  8. Breech LL, Braverman PK (2010). Safety, efficacy, actions, and patient acceptability of drospirenone/ethinyl estradiol contraceptive pills in the treatment of premenstrual dysphoric disorder. International journal of women's health, 1, 85-95 PMID: 21072278
  9. Procter-Gray E et al. (2008). Effect of Oral Contraceptives on Weight and Body Composition in Young Female Runners Medicine. Science in Sports & Exercise, 40 (7), 1205-1212.
  10. Gallo MF et al FM (2008). Combination contraceptives: effects on weight. Cochrane database of systematic reviews (Online) (4) PMID: 18843652

03 outubro 2014

A alimentação e o cérebro do bebê

© Dr. Alessandro Loiola


Será que a saúde mental de um bebê pode ser afetada pela qualidade da alimentação materna durante a gravidez e sua própria alimentação nos primeiros anos de vida?

Para responder a essa pergunta, mais de 20 mil gestantes norueguesas foram acompanhadas entre 1999 e 2008. Os resultados foram surpreendentes.

As causas dos transtornos comportamentais e emocionais em adultos jovens são muitas e variadas. Identificar os fatores de risco para essas anormalidades tem ocupado a cabeça dos cientistas há um bom tempo. Quase sempre, as pesquisas enfatizavam fatores psicossociais, tais como a qualidade da atenção dos pais, o nível de estresse no núcleo familiar e a presença de transtornos mentais na família. Finalmente, alguém fez uma pergunta diferente e partiu em busca de novas respostas.

O estudo norueguês mostrou, sem muita sombra para dúvidas, que uma dieta não-saudável durante a gravidez e na tenra infância aumenta o risco de produzir crianças com problemas de conduta oposicional e desatenção. Os resultados poderiam ser explicados pelo impacto da falta de nutrientes estratégicos durante a fase de crescimento e maturação do cérebro, mas para provar quais nutrientes e de que modo isto ocorre ainda serão necessárias mais pesquisas.

Atualmente, existe um movimento para explicar os transtornos mentais e somáticos utilizando os mesmos mecanismos que determinam a boa saúde de um modo geral. Ao sugerir que a alimentação tem um papel tão crucial no desenvolvimento do cérebro, este estudo reforçou esta tendência, abrindo uma enorme janela para intervenções profiláticas e a própria compreensão de bem-estar.

03 setembro 2014

GESTANTE MUTANTE

© Dr. Alessandro Loiola
Médico – CRMSP 142.346
dralessandroloiola.blogspot.com/
https://br.groups.yahoo.com/neo/groups/saudeparatodos


Quando estávamos na escola, lá naqueles idos quando chamávamos a professora de “tia”, aprendemos que os seres vivos possuem um conjunto bastante peculiar de características. Eles são formados por células, necessitam de alimento, nascem, crescem, morrem, etc. De todas estas estranhezas que nos cercam, o fato de sermos capazes de produzir descendentes é um requinte miraculoso.

A metamorfose envolvida na geração de nossas pequenas fotocópias devoradoras de fraldas descartáveis seria um bom tema de ficção-científica. A gestante é um mutante e não é preciso ser um cientista para perceber as alterações que ocorrem no organismo feminino durante este período. Entretanto, existe muito mais ocorrendo entre o céu e a placenta do que julga nossa vã filosofia.

Alguns dias após a fecundação do óvulo, o organismo materno – faminto por energia - inicia uma série de saques nas reservas de gordura, podendo ocorrer uma discreta perda de peso no início da gravidez. A atividade enzimática e a síntese de proteínas aumentam, agregando valores à construção do pequeno novo ser humano.

Com toda essa movimentação molecular, os níveis de glicose no sangue diminuem e o corpo retém líquido. Alterações renais promovidas por hormônios como a Aldosterona farão com que até o final da gravidez sejam acumulados mais de 7 litros de água! O acúmulo de líquido responde por boa parte das alterações sensoriais, como a diminuição da audição, as alterações do paladar e do tato.

Nos primeiros 3 meses de gravidez, o trabalho do coração aumenta 40%. Para manter níveis adequados de oxigenação para a mãe e o feto, incrementam a necessidade de ferro e a freqüência respiratória materna.

As adaptações anatômicas também repercutem sobre sistema digestivo: náuseas no período da manhã são comuns. A produção de saliva é maior. O intestino passa a funcionar com mais lentidão e a constipação é freqüente. À medida que o útero ocupa boa parte do espaço na cavidade abdominal, o estômago se torna menos capaz de distender, provocando o refluxo e azia.

As mudanças hormonais são sentidas literalmente na pele: estrias gravídicas podem surgir nos seios, nos flancos, na parte anterior do abdome, nas nádegas e na raiz dos membros inferiores. É comum o escurecimento da linha que vai do umbigo ao púbis (Linha Nigra) e o rosto pode apresentar áreas de hiperpigmentação (cloasma). O balanço dos hormônios também pode provocar balanços no humor, com extremos de irritabilidade e melancolia.

Por todos estes motivos, o acompanhamento pré-natal é fundamental. É essencial que a grávida compreenda as modificações e adaptações do seu corpo à presença do parasita, digo, do bebê, pois isso ajudará a diminuir a ansiedade e a insegurança associadas à gestação.

Para facilitar um pouco sua vida, reuni 7 macetes que podem lhe ajudar a contornar os problemas mais comuns:

ENJÔOS MATINAIS: as náuseas começam 3-4 semanas após o atraso da menstruação, durando até o final da 12ª semana de gravidez. Prefira alimentos de digestão mais fácil, como batatas amassadas, torradas, arroz e frutas, ingerindo as refeições em porções menores, porém mais freqüentes.

CÃIBRAS: mais comuns durante a noite. O remédio mais fácil e rápido consiste em ficar de pé e alongar os músculos que estão doendo. Aproveite para chorar uma promoção e conseguir uma massagem alentadora nos pés.

DORES NAS COSTAS: quanto mais peso, mais trabalho para a coluna vertebral. Procure utilizar sapatos baixos e manter as costas bem apoiadas quando estiver sentada. Cuidado ao curvar-se, levantar pesos ou fazer exercícios.

AZIA: a barriga está toda ocupada pelo bebê e ele não sabe que você come. Para reduzir o desconforto, evite alimentos muito temperados ou ácidos, frituras e refeições muito volumosas. Para descansar depois de uma refeição, recoste sobre uma pilha de travesseiros ou almofadas ao invés de deitar.

FALTA DE AR: a pressão progressiva do útero sobre os pulmões pode causar falta de ar. Repouse e aceite os novos limites do seu corpo. Estes limites podem ser temporários, mas existem.

DORES NOS QUADRIS: nas últimas semanas da gravidez, as cartilagens que unem os ossos da pelve começam a se afastar, preparando para a passagem do alien. Isso faz com que os quadris doam e pareçam “soltos” durante a caminhada. Repouso e compressas mornas ajudam a aliviar o desconforto.

INCHAÇO NOS PÉS E TORNOZELOS: sempre que possível, mantenha os pés levantados ou apoiados na altura do corpo, evitando permanecer de pé por longos períodos de tempo. Essas mesmas dicas se aplicam para evitar as famigeradas varizes. Mas atenção: se os inchaços começarem a parecer fora de proporção, conte sempre com a ajuda de seu médico de confiança!

04 agosto 2014

Gestante Mutante

© Dr. Alessandro Loiola

Quando estávamos na escola, lá naqueles idos quando chamávamos a professora de “tia”, aprendemos que os seres vivos possuem um conjunto bastante peculiar de características. Eles são formados por células, necessitam de alimento, nascem, crescem, morrem, etc. De todas estas estranhezas que nos cercam, o fato de sermos capazes de produzir descendentes é um requinte miraculoso. 

A metamorfose envolvida na geração de nossas pequenas fotocópias devoradoras de fraldas descartáveis seria um bom tema de ficção-científica. A gestante é um mutante e não é preciso ser um cientista para perceber as alterações que ocorrem no organismo feminino durante este período. Entretanto, existe muito mais ocorrendo entre o céu e a placenta do que julga nossa vã filosofia. 

Alguns dias após a fecundação do óvulo, o organismo materno – faminto por energia - inicia uma série de saques nas reservas de gordura, podendo ocorrer uma discreta perda de peso no início da gravidez. A atividade enzimática e a síntese de proteínas aumentam, agregando valores à construção do pequeno novo ser humano. 

Com toda essa movimentação molecular, os níveis de glicose no sangue diminuem e o corpo retém líquido. Alterações renais promovidas por hormônios como a Aldosterona farão com que até o final da gravidez sejam acumulados mais de 7 litros de água! O acúmulo de líquido responde por boa parte das alterações sensoriais, como a diminuição da audição, as alterações do paladar e do tato.

Nos primeiros 3 meses de gravidez, o trabalho do coração aumenta 40%. Para manter níveis adequados de oxigenação para a mãe e o feto, incrementam a necessidade de ferro e a freqüência respiratória materna.  

As adaptações anatômicas também repercutem sobre sistema digestivo: náuseas no período da manhã são comuns. A produção de saliva é maior. O intestino passa a funcionar com mais lentidão e a constipação é freqüente. À medida que o útero ocupa boa parte do espaço na cavidade abdominal, o estômago se torna menos capaz de distender, provocando o refluxo e azia. 

As mudanças hormonais são sentidas literalmente na pele: estrias gravídicas podem surgir nos seios, nos flancos, na parte anterior do abdome, nas nádegas e na raiz dos membros inferiores. É comum o escurecimento da linha que vai do umbigo ao púbis (Linha Nigra) e o rosto pode apresentar áreas de hiperpigmentação (cloasma). O balanço dos hormônios também pode provocar balanços no humor, com extremos de irritabilidade e melancolia. 

Por todos estes motivos, o acompanhamento pré-natal é fundamental. É essencial que a grávida compreenda as modificações e adaptações do seu corpo à presença do parasita, digo, do bebê, pois isso ajudará a diminuir a ansiedade e a insegurança associadas à gestação.  

Para facilitar um pouco sua vida, reuni 7 macetes que podem lhe ajudar a contornar os problemas mais comuns: 

ENJÔOS MATINAIS: as náuseas começam 3-4 semanas após o atraso da menstruação, durando até o final da 12ª semana de gravidez. Prefira alimentos de digestão mais fácil, como batatas amassadas, torradas, arroz e frutas, ingerindo as refeições em porções menores, porém mais freqüentes. 

CÃIBRAS: mais comuns durante a noite. O remédio mais fácil e rápido consiste em ficar de pé e alongar os músculos que estão doendo. Aproveite para chorar uma promoção e conseguir uma massagem alentadora nos pés. 

DORES NAS COSTAS: quanto mais peso, mais trabalho para a coluna vertebral. Procure utilizar sapatos baixos e manter as costas bem apoiadas quando estiver sentada. Cuidado ao curvar-se, levantar pesos ou fazer exercícios. 

AZIA: a barriga está toda ocupada pelo bebê e ele não sabe que você come. Para reduzir o desconforto, evite alimentos muito temperados ou ácidos, frituras e refeições muito volumosas. Para descansar depois de uma refeição, recoste sobre uma pilha de travesseiros ou almofadas ao invés de deitar.  

FALTA DE AR: a pressão progressiva do útero sobre os pulmões pode causar falta de ar. Repouse e aceite os novos limites do seu corpo. Estes limites podem ser temporários, mas existem. 

DORES NOS QUADRIS: nas últimas semanas da gravidez, as cartilagens que unem os ossos da pelve começam a se afastar, preparando para a passagem do alien. Isso faz com que os quadris doam e pareçam “soltos” durante a caminhada. Repouso e compressas mornas ajudam a aliviar o desconforto.  

INCHAÇO NOS PÉS E TORNOZELOS: sempre que possível, mantenha os pés levantados ou apoiados na altura do corpo, evitando permanecer de pé por longos períodos de tempo. Essas mesmas dicas se aplicam para evitar as famigeradas varizes. Mas atenção: se os inchaços começarem a parecer fora de proporção, conte sempre com a ajuda de seu médico de confiança!