© Dr. Alessandro Loiola
A disponibilidade da maconha vem crescendo a cada dia: apenas nos EUA, mais de 24 estados permitem seu uso medicinal e 2 (Colorado e Washington) já descriminalizaram o uso pessoal - e esta tendência vem aumentando no mundo todo. Com estas mudanças, algumas preocupações de saúde pública também surgiram, especialmente aquelas relacionadas aos efeitos neurocognitivos e neuropsiquiátricos da maconha sobre os jovens.
Um estudo publicado em agosto de 2010 na revista Drug and Alcohol Dependence avaliou o impacto da maconha no desempenho escolar de 6000 adolescentes na Austrália e na Ásia. Os pesquisadores descobriram que os usuários de maconha apresentavam um risco até 5 vezes maior de largar a escola até os 15 anos de idade quando comparados aos não-usuários.
Além de uma geração com péssimo rendimento escolar, o uso em larga escala da maconha pode levar a uma outra epidemia. Podemos estar observando o nascimento de uma geração de psicóticos.
O uso pesado de maconha entre os 15 e 17 anos, um período crítico para o desenvolvimento cerebral, pode resultar em crises precoces de psicose em pessoas com fatores de risco para transtornos mentais.
Dados preliminares do projeto ACES II (Allied Cohort on the Early course of Schizophrenia) mostrou que jovens nesta faixa etária que utilizaram maconha apresentaram seu primeiro surto de psicose em média 4 anos antes em relação às contrapartes sem história de uso do entorpecente. Quanto mais cedo ocorre a primeira crise, piores o prognóstico, a severidade dos sintomas e a intensidade da incapacitação funcional.
Aproximadamente 4% da população mundial usa maconha. O uso é mais prevalente entre homens adultos jovens, solteiros ou divorciados, e brancos. De 1990 a 2006, houve um incremento de 10% no consumo mundial de cannabis.
23 setembro 2014
Adolescentes, Maconha e Psicose
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