© Dr. Alessandro Loiola
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Sempre fui meio pirracento com novas drogas vendidas como panaceia para certas doenças. Isso foi algo bem típico no caso das Estatinas, medicamentos utilizados para corrigir os níveis de colesterol no organismo.
Existe um consenso de que a redução do colesterol reduz também o risco de doenças cardiovasculares – é a chamada “prevenção primária”.
O problema começa com o fato de que as estatinas ainda não foram bem estudadas em todos os grupos etários. A maior parte dos estudos envolvendo essas drogas foi patrocinada por indústrias farmacêuticas (oh, não...!) e realizada em adultos jovens e do sexo masculino. E esta é uma pegadinha maldosa, pois BAIXOS níveis de colesterol em idosos TAMBÉM estão associados a um aumento no número de mortes.
E então: vamos tratar pessoas ou continuar tratando doenças?
A verdade dos fatos (leia-se: evidência científica) é que dar estatinas a pacientes de baixo risco, sem doença cardíaca prévia, não produz qualquer efeito sobre os índices de mortalidade. Suas chances de morrer SEM a droga são as mesmas que COM a droga, a despeito do quanto a estatina reduza seu colesterol.
Como se isso não bastasse, as estatinas aumentam o risco de desenvolver diabetes, principalmente em mulheres. A incidência de outros potenciais efeitos colaterais das estatinas – tais como: dores musculares, problemas de raciocínio, sensação de baixa energia, problemas sexuais, lesões nos rins e no fígado, entre outros – também vem sendo bastante discutida.
Se pensarmos um pouco e considerarmos qualquer medicamento como uma substância química capaz de modificar processos celulares em sistemas biológicos tão complexos como um corpo humano, fica fácil compreender que a saúde jamais será alcançada com pílulas. Mesmo que essas pílulas sejam de estatinas.
08 setembro 2014
Estatinas: o que fazer?
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