© Dr. Alessandro Loiola
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Um trabalho publicado dia desses na Lancet (Agosto/2014) jogou mais lenha na fogueira da obesidade.
Há muito se sabe, a partir de pequenos levantamentos estatísticos, que o peso corporal está relacionado ao desenvolvimento de certos tipos de cânceres. Mas os ingleses levaram isso um (graaande) passo adiante: utilizando registros clínicos do Clinical Practice Research Datalink, eles identificaram mais de 5 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 16 anos e que não apresentavam diagnóstico de câncer no momento da avaliação. O IMC médio calculado para o grupo foi 25,5 kg/m².
Durante 7 anos e meio, esse coorte foi acompanhado e aproximadamente 170 mil indivíduos desenvolveram pelo menos uma das 22 neoplasias de interesse do estudo. Os 22 tipos escolhidos respondiam por 90% de todos os tipos de tumores malignos diagnosticados na Grã-Bretanha, e o aumento no IMC mostrou estar associado a nada menos que 17 deles.
O aumento no peso foi determinante para aumentar o risco de câncer na mama (em mulheres na pós-menopausa), na vesicular biliar, nos rins, no fígado, no intestino grosso, na tireóide, nos ovários, na região cervical e para leucemia. Por outro lado, algumas evidências sugeriram que o IMC aumentado exercia um certo efeito protetor para câncer de mama na pré-menopausa e para câncer na próstata.
Cada aumento de 5 kg/m² no IMC (equivalente a 15,5 kg) associou-se a um aumento de 62% no risco de câncer no útero, 25% para câncer renal e 10% para câncer no intestino grosso.
A temporada de caça à obesidade está aberta há muito tempo, graças à sua associação com hipertensão arterial e diabetes – e todas as consequências e custos daí decorrentes. Mas agora este estudo confirma, sem a menor sombra de dúvida, que o papel desempenhado pela obesidade representa um fator de risco de verdade, sólido, progressivo e definitivo.
O excesso de peso é certamente uma causa evitável de câncer. Ponto.
Agora resta saber se a moeda vai cair.
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