22 agosto 2014

Ftalatos e Testosterona: você já ouviu falar?

© Dr. Alessandro Loiola
https://br.groups.yahoo.com/neo/groups/saudeparatodos

Segundo a Mãe Wikipedia, “os ftalatos são um grupo de compostos químicos derivados do ácido ftálico, tal como o cloro ftalato, utilizado como aditivo para deixar o plástico mais maleável. Dentre os ftalatos existentes, o DEHP (ftalato de di-2-etilhexila) é um dos mais difíceis de serem biodegradados”.

Ótimo, mas... e você com isso?

“Você com isso” é o seguinte: um novo estudo publicado online no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism (agosto/2014) mostrou que a exposição a ftalatos está associada a uma redução significativa dos níveis de testosterona em homens, mulheres e crianças.

A pesquisa envolveu 2208 participantes arrolados no National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) entre 2011 e 2012. Apesar de muitos ftalatos terem sido associados a reduções significativas nos níveis de testosterona em ambos sexos e em faixas etárias diferentes, as associações mais fortes foram encontradas em mulheres entre 40 e 60 anos de idade: nestas, os níveis de testosterona caíram até 24%, especialmente quando expostas ao mono-benzil ftalato.  

A exposição à DEHP também associou-se a uma redução de 20,1% nos níveis de testosterona em geral, chegando a 29% nos meninos entre 6 e 12 anos de idade.

Curiosamente, a maior exposição a ftalatos não pareceu afetar os níveis de testosterona em homens adultos.

A testosterona é um hormônio importante, mesmo nas mulheres: a deficiência deste hormônio prejudica o desempenho sexual, a libido, as funções cognitivas, a densidade óssea, o sistema cardiovascular e a sensação geral de bem-estar. 

Ainda que as implicações clínicas ainda não estejam bem claras, parece seguro afirmar que estes achados adicionam evidências importantes quanto ao risco reprodutivo associado a exposição a estes produtos químicos. 

Como a maioria dos produtos que contém ftalatos não informa isso em seu rótulo, a Sociedade Americana de Endocrinologia e a OMS emitiram recomendações para que sejam realizadas maiores pesquisas sobre o tópico e emitidos alertas sobre o potencial de risco.

Não sou a OMS e isso é só mais um blog. Mas o alerta tá aí.

Nenhum comentário: