O fato do cigarro poder causar má-formações no bebê é um dado bastante conhecido, mas será que a exposição gestacional ao tabagismo poderia afetar também o comportamento da criança mais tarde?
Utilizando imagens de Ressonância Nuclear Magnética (RNM), pesquisadores do Central Institute of Mental Health (Universidade de Heidelberg, Alemanha) descobriram que adultos jovens cujas mães fumavam durante a gestação apresentavam baixa atividade em regiões do cérebro envolvidas com o controle da impulsividade. Estas alterações são semelhantes àquelas observadas em indivíduos com Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
O estudo envolveu 178 mulheres e seus respectivos bebês, que foram acompanhados desde o nascimento. Catorze mulheres gestantes (7,9% do total) relataram fumar 1 a 5 cigarros por dia; 24 (13,5%) fumaram mais que 5 cigarros por dia, e o restante não era tabagista (78,7%). As crianças cresceram e aos 25 anos foram submetidas a uma série de RNM. Em todas elas, a presença de sintomas de TDAH foi avaliada dos 2 aos 15 anos de idade.
Adultos com história de exposição ao tabaco durante a gestação apresentaram mais sintomas de TDAH entre os 2 e 15 anos de idade em comparação às crianças cujas mães não fumaram.
As alterações cerebrais que o cigarro provoca no bebê comprometem o bom funcionamento neural em regiões estratégicas, dificultando o aprendizado e favorecendo o desenvolvimento de comportamentos impulsivos na idade adulta – como o consumo de drogas, por exemplo.
Vale a reflexão.
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