28 março 2016

Por que deveríamos visitar cemitérios?

© Alessandro Loiola


 
 
Essa é uma Ideia estranha, não? Visitar cemitérios... por que diabos você se daria ao trabalho de algo assim?

Muitos países não-latinos têm cemitérios amplos, abertos, que convidam à visitação. Nós, latinos sulamericanos, cercamo-los com muros bem altos, talvez por medo que alguma alma pule na calçada e tente arrastar você para o submundo. Não tenho notícia de que algo assim tenha ocorrido, mas prevenir é como caldo de galinha, certo? Que mal faz... Então fazemos muros.

Mas existem outros cemitérios. Muitos. Os cemitérios das ideias que não vingaram, das certezas que abandonamos, dos relacionamentos naufragados, das escolhas que nos foderam, dos empreendimentos que não deram certo. E esses cemitérios jazem no esquecimento, a despeito das enormes lições contidas lá.

Diz a lenda que Thomas Edison tentou 1000 vezes até encontrar uma combinação de componentes para o filamento incandescente capaz de produzir a lâmpada como a conhecemos. Quando lhe pergutaram se havia valido à pena 1000 tentativas para acertar somente uma, ele respondeu: "Mas eu não aprendi apenas COMO FAZER uma lâmpada. Eu agora também sei 999 maneiras de não fazê-la". Edison conhecia o valor dos cemitérios.

Aprendemos por "tentativa e erro", é o que me disseram a vida toda. Se aprendêssemos por "tentativa e acerto", teríamos um mundo mais prático e eficiente, mas certamente bem menos poético. O método "tentativa e erro" preenche o mundo com tumbas de equívocos. Existem sabedorias incríveis enterradas nessas lápides, se você souber avaliá-las. Basta caminhar por entre elas de olhos e ouvidos abertos.

Você tem visitado seus cemitérios?

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