Pessoas
que sofrem de insuficiência cardíaca do tipo Hipertrofia Ventricular Esquerda
(HVE) podem evitar o avanço da doença utilizando periodicamente inibidores da fosfodiesterase
tipo-5 (FDE-5), tais como o sildenafil (famoso sob a alcunha de Viagra).
Esta
foi a conclusão da meta-análise de 24 estudos (total de 1.622 pacientes)
conduzida pela Dra. Elisa Gianetta na Universidade Sapienza de Roma, na Itália,
e publicada em outubro/2014 na revista BMC Medicine.
Há
algum tempo já se falava que os medicamentos para disfunção erétil eram capazes
de melhorar a performance cardíaca. A bem da verdade, o sildenafil foi
descoberto durante pesquisas de drogas antianginosas e para combate à
hipertensão pulmonar, antes de ganhar fama como “o melhor amigo do homem”.
O
raciocínio validando o uso de sildenafil em pacientes com insuficiência
cardíaca vem da observação de que a FDE-5 é principal enzima responsável pelo
catabolismo da guanosina monofosfato cíclica (GMPc) nas células de músculo liso
nas paredes dos vasos sanguíneos. A disfunção sistólica crônica do ventrículo
esquerdo caracteriza-se exatamente pelo comprometimento da vasodilação mediada
pelo óxido nítrico e pela GMPc no leito pulmonar e circulatório. Então bastou
ligar os pontos e.. tchã-raam!
Em sua
avaliação, Dra. Gianetta observou que o uso periódico de sildenafil foi capaz
de melhorar em 3,56% a 4,38% a fração de ejeção quando comparado ao placebo. O
tratamento com inibidores de FDE-5 não afetou o ritmo cardíaco, a pressão
arterial ou a resistência vascular sistêmica. Os efeitos colaterais mais comuns
foram aqueles de sempre: vemelhidão, dor de cabeça, sangramento nasal de
pequena monta e desconforto gástrico.
Os pesquisadores
afirmam que os inibidores da FDE-5 seguramente podem ser oferecidos a homens
com insuficiência cardíaca em estágio inicial. Ainda faltam estudos avaliando o
efeito destas drogas em grandes populações do sexo feminino. Mas de qualquer
modo, a dica tá dada.
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