19 dezembro 2014

O Efeito Placebo

© Alessandro Loiola


Quando comecei a ter contato pacientes, lá nos anos neolíticos da faculdade de medicina, logo de cara fiquei abismado com uma coisa chamado Efeito Placebo. Basicamente, este Efeito diz que pessoas podem apresentar uma melhora – ou até mesmo cura – de seus problemas por pura sugestão, tomando balas e comprimidos de açúcar que acham que são remédios 100% eficazes. Incrível.
 
O primeiro passo para a valorização dos Placebos partiu de um estudo conduzido por Levine e colaboradores, que demonstraram que a administração de naloxona era capaz de bloquear a analgesia por Placebo. Este trabalho apontou a participação direta de opióides endógenos na analgesia por Placebo e foi crucial para elevar o Efeito Placebo da categoria de “evento falso-positivo capaz de ser corrigido por grupos-controle duplo-cego” para um patamar de fenômeno psicobiológico com grande potencial de utilidade médica.
 
Desde então, houve uma explosão de pesquisas para elucidar os mecanismos envolvidos na resposta aos Placebos. Muitas críticas pejorativas foram deixadas de lado por cientistas de renome, e os Placebos deixaram a terra da fantasia e do ridículo para ocupar seu espaço como medidas cientificamente eficazes baseadas em complexas interações psicobiológicas. 
 
Se você anda considerando que é hora de expandir seu arsenal terapêutico, que tal fazer isso utilizando Placebos?

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