Quando comecei a ter contato
pacientes, lá nos anos neolíticos da faculdade de medicina, logo de cara fiquei
abismado com uma coisa chamado Efeito Placebo. Basicamente, este Efeito diz que
pessoas podem apresentar uma melhora – ou até mesmo cura – de seus problemas
por pura sugestão, tomando balas e comprimidos de açúcar que acham que são
remédios 100% eficazes. Incrível.
O primeiro passo para a
valorização dos Placebos partiu de um estudo conduzido por Levine e
colaboradores, que demonstraram que a administração de naloxona era capaz de
bloquear a analgesia por Placebo. Este trabalho apontou a participação direta
de opióides endógenos na analgesia por Placebo e foi crucial para elevar o
Efeito Placebo da categoria de “evento falso-positivo capaz de ser corrigido
por grupos-controle duplo-cego” para um patamar de fenômeno psicobiológico com
grande potencial de utilidade médica.
Desde então, houve uma explosão
de pesquisas para elucidar os mecanismos envolvidos na resposta aos Placebos.
Muitas críticas pejorativas foram deixadas de lado por cientistas de renome, e
os Placebos deixaram a terra da fantasia e do ridículo para ocupar seu espaço
como medidas cientificamente eficazes baseadas em complexas interações
psicobiológicas.
Se você anda considerando que é
hora de expandir seu arsenal terapêutico, que tal fazer isso utilizando
Placebos?
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