18 julho 2016

MULHERES AGUENTAM MAIS DOR QUE HOMENS?



* Especial para Manhood Brasil


Dos vários mitos que cercam a eterna disputa entre os gêneros, a questão de quem suporta mais a dor frequentemente é colocada sobre a mesa. "Os homens são uns molengas", elas dizem, antes de completar: "Se dependesse deles para enfrentar as dores do parto, não teríamos uma única criança nesse mundo"; "Não podem nem ver uma seringa com agulha e já desmaiam"; "Queria ver se tivesse cólica menstrual - aí sim, saberiam o que é dor", e etc. 

Será que isso corresponde à realidade? As mulheres são mesmo mais resistentes à dor que os homens? 

O QUE MOSTRAM AS EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS? 

Em um estudo realizado pelo Departamento de Anestesia da Universidade de Bogotá (Anesth Analg. 2003 Nov;97(5):1464-8), os pesquisadores tentaram determinar o papel do gênero na percepção da dor. O estudo prospectivo incluiu 423 mulheres e 277 homens em situação pós-operatória imediata. Após estratificação de suas dores, aqueles com sofrimento igual ou superior a 5 em uma escala de 0 a 10 receberam 2,5 mg de morfina a cada 10 minutos até que a dor cedesse para uma pontuação igual ou inferior a 4. Após ajuste das variáveis (tipo de cirurgia realizada e idade), os cientistas descobriram que as mulheres indicavam suas dores como mais intensas que os homens, e consumiram uma quantidade 30% maior de morfina. 

Em outro estudo (Pain. 2004 Dec;112(3):248-53) realizado no hospital universitário de Rikshospitalet, em Oslo, na Noruega, envolvendo homens e mulheres submetidos a procedimentos artroscópicos nos joelhos, os pesquisadores encontraram resultados similares: as mulheres se queixavam mais de dores que os homens (84 versus 57%).

Ao analisar a incidência de dor após cirurgias no tórax (Clin J Pain. 2006 Jun;22(5):491-8.), médicos do departamento de anestesia da Universidade da Pensilvânia encontraram o mesmo padrão: entre os 58 homens e as 62 mulheres avaliados, as mulheres se queixavam com muito mais frequência de dores que os homens, e utilizaram dores maiores de analgésicos. 

Em pacientes com câncer, homens não apresentam queixas mais intensas de dor que as mulheres (J Pain Symptom Manage. 2004;28:225–232). Algumas vezes ocorre justamente o contrário: mulheres parecem suportar menos a dor oncológica que os homens (J Pain. 2008;19).

A dor Neuropática (dores que surgem quando as fibras nervosas são danificadas ou funcionam de modo anormal), além de ser bem mais comum em mulheres, elas apresentam queixas que se estendem por mais tempo que os homens (8% versus 3%). 

Dores Musculoesqueléticas também são mais comuns em mulheres que em homens: em um estudo realizado  em 6 continentes diferentes, envolvendo 17 países e uma amostragem de 85.052 adultos, a prevalência de dores crônicas foi maior em mulheres (45%) que em homens (31%), e as mulheres tendem a reagir à dor desenvolvendo transtornos depressivos com uma frequência maior que os homens (J Pain. 2008;3). Elas também apresentam uma limitação funcional maior à dor (J Pain. 2009 May; 10(5): 447–485.).  

A Fibromialgia, esta entidade mítica que provoca dores no corpo inteiro, parece afetar 4,9% das mulheres e apenas 1,6% dos homens (J Pain. 2009 May; 10(5): 447–485). Queixas de dores de cabeça também são duas a três vezes mais comuns entre mulheres que homens (Neurology. 2004;63:427–435). 

Finalmente, uma metanálise avaliando resultados de 9 estudos sobre dor experimental (dor provocada para medir o grau de tolerância) mostrou que as mulheres tem um limiar de dor menor que os homens (Pain. 1998;74:181–187).  

NO FRIGIR DOS OVOS 

A literatura médico-científica recente oferece incontáveis evidências para a hipótese que as mulheres NÃO SÃO (eu lamento) mais resistentes à dor. Na verdade, o que acontece é justamente o contrário: elas são MAIS sensíveis à dor que os homens.

Anatomicamente, as mulheres de nossa espécie são, sim, mais fracas e frágeis que os homens. Isso vale para a média da humanidade, e não para comparações puntuais entre um nerd obeso de meia idade e uma jovem fisiculturista de 22 anos, ok?

Todavia, a maior sensibilidade para dor não fala contra ou a favor de qualquer um dos gêneros. É simplesmente uma característica, nada mais que isso. 

Mulheres são seres extraordinários dotados de qualidades maravilhosas, mas quando o assunto é aguentar firme, não reclamar e suportar a dor, bem... esse troféu vai mesmo para os Homens.

Desfeito o mito?

17 julho 2016

TRÊS MODOS POUCO CONVENCIONAIS DE PENSAR FORA DA CAIXA



* Especial para Manhood Brasil


As pessoas tendem a se acostumar às ideias quando são expostas a elas com frequência suficiente. Ainda que isso não seja sempre um mau negócio, algumas vezes esse hábito pode nos levar a acreditar em coisas que não são boas para nós.

Para reduzir o risco de ser ludibriado por qualquer meia-verdade, é importante cultivar uma mente inquisidora e questionar o modo como vemos o mundo à nossa volta. Certamente existem muitas coisas a seu respeito que não correspondem à realidade.

Vejamos então 3 maneiras diferentes de interpretar o mundo que podem lhe ajudar a sair da caixa e ver tudo por uma outra perspectiva:

1. CULTIVAR "HÁBITOS MELHORES" NÃO LHE AJUDARÁ A ATINGIR OBJETIVOS.

A primeira vista, esta frase não parece muito lógica. Somos escravos de nossos hábitos. Se optássemos pelos "bons hábitos", então só coisas boas aconteceriam, certo?

Olha... não funciona bem assim. A jogada é que existem duas partes do seu cérebro que controlam o processo de tomada de decisões: o sistema límbico e o córtex pré-frontal.

O sistema límbico opera em piloto-automático e não é muito bom para planejamentos de longo prazo. É aquela parte do cérebro que lhe põe para dormir quando você está cansado, comer quando está com fome, e fazer um monte de outras coisas sem refletir muito no que você está fazendo. 

O sistema límbico controla nossas ações não-conscientes - também conhecidas como hábitos. Estes hábitos não são necessariamente baseados em coisas úteis. Eles apenas produzem satisfação imediata e não muito mais que isso.

Sabe quando você TEM que fazer um trabalho, mas a mente prefere ir assistir TV ou fuçar na Internet? Quem está lhe atazanando para fugir do dever é ele, o sistema límbico. Ele lhe diz que espairecer produz uma sensação agradável e trabalhar, nem tanto. 

A procastinação se enraiza e dá frutos no sistema límbico porque ele é focado nessas recompensas de curto prazo. Quando você tenta construir bons hábitos sem refletir seriamente sobre eles, esta parte indolente do cérebro sabota seus planos.

O córtex pré-frontal é outra história. Ele é empenhado e crítico. Poderíamos até chegar ao exagero de dizer que só somos humanos porque temos um córtex pré-frontal capaz de prever consequências de longo prazo de um modo como nenhum outro animal parece capaz. Analisamos o contexto e podemos predizer o desenrolar da coisa: sem trabalho = sem dinheiro. Sem dinheiro = sem TV ou internet ou um monte de outros confortos.

O córtex pré-frontal atua na escolha das opções que irão produzir os resultados futuros que mais desejamos. Essas opções nem sempre oferecem recompensas instantâneas e costumam exigir alguns sacrifícios da sua parte, por isso costumam ter um sabor menos agradável na primeira mordida. 

A grande sacada é compreender que, através do empenho consciente, o córtex pré-frontal é capaz de mudar seus hábitos, evitando o piloto automático. Ao invés de simplesmente tentar construir bons hábitos, reserve um tempo para questionar os motivos dos maus hábitos que você já tem. Permitindo que essa parte mais sensata do cérebro encoste o sistema límbico na parede, você deleta promessas vazias e abre espaço para mudanças reais.

Listar racionalmente seus maus hábitos é um modo eficaz de ver como eles são indesejáveis e forçar uma melhora. Essa inquisição começa como uma curiosidade e termina como uma consciência sólida e vigorosa. 

Não acredite nas promessas do sistema límbico. Hábitos não podem ser vencidos, remodelados ou construídos sem reflexão e empenho conscientes. Reflita MESMO antes de agir, e então aja. 

2. SUA PERSONALIDADE NÃO É DETERMINADA PELA DOMINÂNCIA DE UM DOS LADOS DO CÉREBRO. 

Existe uma ideia bem popular de que o lado dominante do cérebro determina sua personalidade. Dizem que pessoas mais analíticas e práticas possuem uma dominância do hemisfério esquerdo, e que pessoas mais sensíveis e artísticas possuem uma dominância do hemisfério direito.

Tudo bem, também existem pessoas que acreditam em horóscopo, então por que não acreditar em manifestações de pseudo-ciência? Voila.

O problema é que esta afirmação sobre hemisférios dominantes está longe de ser verdade. Você utiliza seu cérebro INTEIRO. Ou, pelo menos, deveria utilizá-lo dessa forma. 

A associação entre sua personalidade e essa massa esponjosa de pouco mais de 1 kg escondida entre suas orelhas é um mistério, mas ela certamente tem pouco a ver com qual lado da esponja é o manda-chuva.

O fato é que VOCÊ é quem determina sua personalidade. É VOCÊ quem está no controle dos seus pensamento, das suas virtudes e do seu caráter. Tarde demais para tentar se eximir dessa responsabilidade agora, parceiro. Mas nada tema: nem tudo está perdido.

Se você conscientemente decidir mudar o modo como enxerga o mundo, eventualmente você irá mudar como pessoa também. Isso não irá acontecer da noite para o dia, mas a mudança É POSSÍVEL - e sem necessidade de uma cirurgia transferindo o lado esquerdo do cérebro para a direita ou vice-versa.

Isso já foi dito acima e você sabe, mas não custa lembrar: seres humanos são criaturas de hábitos. Você pode não perceber, porém esses hábitos se infiltram até mesmo no modo como você raciocina. Quem sabe, pessoas criativas e com inclinações artísticas são assim porque tiveram um péssimo professor de matemática e terminaram acreditando que não eram boas com números e contas. Encontraram a arte como saída e cultivaram esse modo de pensar por muito tempo, e agora não conseguem pensar de outra forma. 

O mesmo raciocínio vale para pessoas que acham ter o hemisfério esquerdo dominante. Talvez ela tenham se restringindo a este estereótipo por se acharem boas em ciências e péssimas em desenho, e então optaram por tomar este caminho.

O mais certo é que ter um comportamento determinista sobre sua personalidade ("É assim que eu sou e pronto!") é uma péssima maneira de podar suas habilidades e esmagar a amplitude extraordinária do mundo.

3. NÃO É POSSÍVEL SER FELIZ SEM APRENDER ALGO NOVO.

Somos programados para aprender. Cada gene no seu corpo traz uma memória de como as coisas eram e um algoritmo para você tirar o melhor possível de como as coisas são agora. Como o aprendizado está intimamente alojado no nosso software de sobrevivência, aprender nos traz felicidade. Até seu sistema límbico sabe disso.

Aprender algo novo é uma ferramenta maravilhosa para deixar a vida interessante e escapar do massacre da rotina. Vamos ser sinceros: você resolve 99% do seu trabalho sem se dar ao trabalho de pensar muito sobre ele. A coisa flui, simples assim. Um dia depois do outro. E então uma bela manhã você acorda se perguntando: por que não estou feliz, leve e alegre? Onde se escondeu a mágica?

A mágica está onde sempre esteve: no aprendizado. Quando você alimenta sua mente com novas ideias, o cérebro as reproduz em outras guloseimas. Novas ideias se transmutam em mais oportunidades, mais criatividade, mais crescimento, maior qualidade do seu tempo e uma experiência de vida mais profunda.

Fomentar a criatividade é uma das melhores coisas que você pode fazer por você mesmo. É uma estratégia super competente para sair da caixa e descobrir novas maneiras para resolver velhas questões. A criatividade faz a mente focar-se em si, enxergando-se como uma fonte intrínseca de satisfação ao invés de vagar pelo mundo procurando satisfação em outros lugares. 

Ao invés de abordar apenas a parte externa dos problemas, aprenda a internalizá-los e transformar a construção da solução um tipo de brincadeira. Tudo - problemas E soluções -, sempre estiveram DENTRO de você. 

O aprendizado é a diferença entre fazer as coisas no automático e pensar de modo crítico. Quando você se compromete em ser um aprendiz para a vida inteira, nesta decisão vem embutida a premissa de pensar em coisas novas o tempo todo. O córtex pré-frontal se fortalece, você se torna mais proativo, molda sua personalidade dentro dos ajustes que lhe dão maior satisfação e se torna uma pessoa profundamente mais sábia e feliz.

15 julho 2016

O PODER DAS HISTÓRIAS


* Especial para Manhood Brasil

Uma pessoa média ouve cerca de 100.000 palavras diariamente - um volume absurdo de informação e ensinamentos. Contudo, 80% do que aprendemos é deletado da memória em 24h. Qual a chance de sua mensagem ser ouvida e guardada?

Se você é daqueles super modestos que falam pouco e observam muito, a possibilidade das ideias que você compartilha surtirem efeito é praticamente zero. Elas serão esquecidas tão rápido quanto foram enunciadas. Mas se você souber como falar abertamente sobre suas conquistas e planos, então suas chances voltam a aumentar, e as pessoas se recordarão de você e serão influenciadas por suas propostas.

A noção de autopromoção é de torcer o nariz. Ela soa imediatamente como algo arrogante e presunçoso, antipático, prepotente. Mas a propaganda ainda é a alma do negócio - e se o "negócio" tem a ver com sua evolução e prosperidade, então você não pode abrir mão dela. O segredo é fazer isso utilizando o método correto.

Qual o método correto? Contando histórias. Grandes histórias tornam a vida mais interessante, e ser excessivamente modesto pode lhe custar excelentes oportunidades. Além disso, suas histórias são capazes de contar boas verdades sobre você - e boas verdades são tudo que precisamos para nos conectarmos uns aos outros, fazer amizades genuínas e aprofundar vínculos.

DEZ MANEIRAS DE CONTAR SUAS HISTÓRIAS SEM PARECER PEDANTE


Aqui vai o pulo do gato: é essencial que você torne o relato de suas experiências agradável e divertidas, sem apelar para a arrogância. Isso pode ser obtido por meio de 10 técnicas. Utilize-as isoladamente ou faça uma combinação dinâmica delas:

1. MOSTRE DESLUMBRAMENTO. As coisas importantes que lhe aconteceram e resultaram em aprendizado produziram no final um sentimento de extraordinário, de deslumbramento. Certifique-se de que este sentimento está inserido no modo como você conta o ocorrido.

2. MOSTRE GRATIDÃO PELO SEU SUCESSO. Você fez uma viagem maravilhosa graças aos frutos do seu trabalho? Mostre as fotos no seu celular, conte a história e transmita honestamente aos ouvintes sua gratidão pela oportunidade.

3. DEPRECIE-SE. Uma ocasião, quando ainda era novo e com cabelos, levei uma gata que estava a fim para conhecer algumas falésias no litoral sul do Espírito Santo. Me sentia o máximo, carregando minha garota para um programa de aventura em um lugar que desconhecíamos e que era famoso pela beleza natural. Sempre gostei de praias, passeios inusitados e lugares desertos, e aquele parecia ser o tour ideal para mostrar a ela todo meu espírito selvagem.

No auge do ímpeto desbravador, tentando acessar uma parte mais remota do lugar, entrei com meu "potente" Uno 1.0 em um trecho de areia e o bendito atolou quase até o teto. Então, ao cair da tarde, enquanto ela assistia ao pôr do sol, eu recolhia pedaços de madeira pela praia e escavava praguejando sob os pneus para me livrar da enrascada. Levei até à noite para tirar o carro do atoleiro e o passeio foi pelas cucuias. 

Conclusão: coloque uma pitada de m*rda em sua conquista. Funciona sempre.

4. NÃO SEJA FANFARRÃO. O sujeito chega e diz: "Quando cheguei do meeting em São Paulo, achei que teria o fim de semana para descansar, mas mal coloquei a mala dentro de casa, o gerente da empresa ligou avisando que teria uma reunião no dia seguinte em Florianópolis... #malasprontas #partiucostaodosantinho".

O fanfarrão é assim. Ele comenta uma linha sobre sua vida e nessa linha vem camuflado um caminhão de ostentação. Esse tipo de comportamento vem se tornando cada vez mais popular nas redes sociais. Twitter e Facebook estão cheios de exemplos de fanfarronice.

Nada contra você compartilhar suas conquistas, desde que faça isso de modo aberto e franco. Não camufle sua presunção com falsa modéstia: isso tira todo o brilho da história. Ao invés de fazer isso, prefira empregar a técnica 1 ou 2 descrita acima.

5. ARRUME UM PARCEIRO DE HISTÓRIA. Leve um amigo e combine com ele que vocês irão oferecer "suporte" um para a história do outro. Ele poderá fazer comentários no seu relato depreciando você e vice-versa. As pessoas ao redor ficarão muito mais à vontade quando ouvirem alguém sacaneando seu relato "extraordinário".

6. NÃO FUJA DE SUAS CONQUISTAS. Se você fez algo fora de série, para quê se esconder dos méritos? Não se esforce para evitar o assunto. Passou no vestibular para uma boa faculdade? Escreveu um livro? Abriu uma empresa? Vai viajar dois anos para um doutorado no Canadá? A conquista é SUA. Celebre-a comentando com seus amigos e colegas!

7. USE HUMOR. Assim como a autodepreciação (técnica 3), o humor é uma excelente ferramenta para tornar sua história memorável sem parecer pedante. Um comentário inesperado e criativo realça suas ideias e torna você alguém diferente da manada.

8. SEJA BREVE. Quer contar sua aventura com todos os infinitos pormenores? Abra um blog ou escreva um livro. Seu relato deve ser simples, interessante e nunca looooooooooooongo demais.

9. SEJA PESSOAL. Você está contando uma história ou imitando um robô lendo um slide do Power Point? Ainda que você tenha uma carreira de fama e sucesso, cheia de superações motivacionais, algumas vezes a coisa mais memorável a seu respeito - e que fará sua história permanecer guardada para sempre na lembrança das pessoas - será uma pitada de intimidade. 

10. NÃO CONTE TUDO DE UMA VEZ. Lembre-se da técnica 8. Conte o suficiente, mas nunca 100%. Tudo bem, existe o risco de deixar de lado tópicos interessantes da sua vida, mas não faz mal. Ao invés de enfastiadas, as pessoas ao seu redor ficarão curiosas e acharão você uma pessoa afável e intrigante - e isso é sensacional.

SEJA HUMILDE, MAS NÃO HUMILDE DEMAIS


* Especial para Manhood Brasil


Nada mais irritante que um sujeito exibido. A arrogância afasta as pessoas e torna a convivência um inferno. Ter autoconfiança é importante, mas ser pretensioso é um risco que deve ser evitado.

Então nos ensinam: seja humilde e deixe que suas ações falem por você. Ensinam que as coisas que você conquistou e sua capacidade de influenciar os outros à sua volta irão falar mais alto que suas palavras. A humildade é uma virtude a ser cultivada, dizem - mas será que é ruim ser humilde DEMAIS?

Sim, é ruim. E 3 aspectos mostram bem por quê:

1 - AS PESSOAS IRÃO SUBESTIMAR VOCÊ. 

Provavelmente, este é o efeito mais direto em ser humilde demais. Se ninguém tem ideia das grandes coisas que você fez, ou dos projetos sensacionais que está desenvolvendo, as pessoas podem achar que você está fazendo nada de importante. Ok, nem todo mundo irá ter este mesmo conceito a seu respeito, mas certamente várias pessoas pensarão assim e irão julgar sua capacidade com base naquilo que você mostrou ou falou.

A solução? Não seja tímido e elabore um mostruário de suas conquistas. Apresente às pessoas de relevância o que você é capaz de fazer e as coisas que já desenvolveu.

2 - SUAS HABILIDADES PASSARÃO DESPERCEBIDAS. 

Isto é óbvio. Sem uma mínima propaganda de suas capacidades, quem conseguirá notar seus talentos? Se suas habilidades passam sempre desapercebidas, quem está de fora conclui que você é uma pessoa limitada.

A solução? Rompa o véu do silêncio. Fale! Converse com seus superiores sobre a confiança que você tem em suas habilidades e de como você poderia agregar valor ao time. Não apenas apresente seus resultados, mas fale sobre eles, sem modéstia. Não fique sentado quieto achando que alguém irá fazer isso por você: hasteie você mesmo a sua bandeira.

3 - VOCÊ TERMINARÁ SENDO UM SEGUIDOR E NUNCA UM LÍDER. 

O excesso de humildade manifestado por uma fala mansa e um comportamento não intrusivo, permitindo que os outros tomem as decisões ao invés de participar ativamente das situações de conflito, colocará você sempre no final da fila. Aqueles que estão dispostos a falar e provar às pessoas o que são capazes de fazer, ou mostrar-lhes seus feitos, serão derradeiramente os sobreviventes que liderarão a manada.

A solução? Aproveite as oportunidades para liderar e ensinar. Não pense que todas as outras pessoas irão apresentar propostas melhores que as suas: tome a iniciativa, contribua com ideias, lidere a discussão, distribua tarefas. Se você tem um entendimento que pode aumentar a eficiência das tarefas, exponha-o. Destaque-se. Não deixe que a humildade acorrente você na mediocridade.

PASSADOS COMPLICADOS, PESSOAS FORTES


* Especial para Manhood Brasil

O que significa ser forte? Certamente, o conceito de Força não possui o mesmo significado de milhares de anos atrás. Hoje, ele tem muito mais a ver com força cognitiva e nem tanto com força física. O tamanho da pedra que você é capaz de erguer tem menos influência no seu futuro que o tamanho do problema que você consegue resolver.

Problemas pesados costumam vergar pessoas fracas. Eles exigem mais espaço na sua mente, mais atenção. É preciso uma boa dose de força mental para fazê-los se mover.

Os mais fortes de nós são capaz de lidar com muito mais merda que o resto. Eles tomam a pancada, cambaleiam, mas não caem. Contudo, esse tipo de força não é algo que já nasce com você: ele deve ser desenvolvido. 

Os sujeitos mais resistentes em geral possuem os passados mais complicados. E aqui estão os 3 PRINCIAIS motivos para essa afirmação:

1. PARA SER MENTALMENTE FORTE, VOCÊ DEVE SER CAPAZ DE NAVEGAR PELO NEGATIVISMO. 

Os assuntos mais complexos costumam ser os que mais pesam sobre nós, mas eles são apenas a parte mais fácil do desafio. Problemas complexos são constituídos por vários problemas menores. Vistos de longe e de relance, eles parecem insolúveis, mas basta você fatiá-lo nas suas partes menores e as soluções começam a pular na sua frente.

Ser capaz de "fatiar um problema" não é algo que você adquire sem experiência. É preciso ser confrontando com um número suficiente de situações complexas e errar sequencialmente em várias delas para entender a mecânica de como achar as saídas - e um passado recheado com equívocos deste tipo certamente é um passado bem complicado.

2. É IMPOSSÍVEL TER FÉ EM SI MESMO SE SUAS MÃOS ESTÃO LIMPAS.

Força é uma combinação de resistência e força de vontade. Porém, esta última é a mais difícil de ser recrutada. Somos especialistas em arrumar desculpas para nós mesmos, mas no final, o que acontece sob a superfície, é um fato incontestável: nos desculpamos porque estamos sofrendo de Medo. Meso de falhar, medo de cometer um erro, medo de se embaraçar.

O Medo nasce da pouca fé que você tem em sua própria capacidade. Se você acredita que é capaz de realizar qualquer coisa que desejar, e se tem fé em seu conjunto de habilidades, então você alcançará seu objetivo. Ainda que não seja na primeira ou segunda ou terceira tentativa, mas você chegará lá.

Sujar as mãos e testar-se em campo, errando um pouco, acertando um pouco, tentando sempre, é a única maneira de vencer. A vida irá lhe derrubar muito, a pergunta é: quantas vezes você será capaz de se levantar?

3. UM PASSADO COMPLICADO REFORÇA A RESILIÊNCIA. 

Força é manter-se inteiro na hora que o bicho pega. É robustez, firmeza e resistência naqueles momentos críticos em que a maioria das pessoas entrega os pontos. É preciso aguentar, uma onda após a outra, mantendo o foco no longo prazo e jogando para ganhar, sem plano B. Ou você vence, ou você vence, sem negociações intermediárias.

Você só será capaz de enxergar a complexidade do mundo à sua volta depois que descobrir uma filosofia íntima simples para compreendê-lo. Esse sentimento de entendimento e aceitação é a raiz da força que levará você aonde você quiser, e ele não será encontrado nos tempos de calmaria e segurança. Esse tipo de iluminação acompanha os raios das piores tempestades.

No final, Força não se trata de conquistar o mundo como um tirano. Trata-se de conquistar a si mesmo. Com a devida sabedoria, todos os problemas do seu passado podem ser canalizados para o desenvolvimento dessa energia sólida e robusta - e a partir dela, meu amigo, nem o céu será um limite para você.

14 julho 2016

VOCÊ DOMINA A ARTE DE SE FAZER OUVIR?

* Especial para Manhood Brasil



Você certamente já passou por alguma situação deste tipo. Durante uma cerimônia de casamento, enquanto os noivos dizem "sim", internamente você pensou na sua esposa e se viu renovando os mesmos votos.

Ou, enquanto estava curtindo um bom livro, você teve uma ideia que foi tão profunda que lhe fez ficar de boca aberta por alguns segundos, o olhar perdido na distância, absorvendo a significância daquele insight.

Ou, depois de assistir aquele filme da hora, você saiu do cinema ou desligou a TV e ficou cheio de perguntas não apenas com relação ao filme, mas no modo como ele tecia paralelos e intersecções com a sua própria vida.

Ou, quando um amigo seu lhe contou um ocorrido, aquilo lhe ajudou a resolver um dilema da sua própria vida que ele nem tinha ideia.

Em todas estas situações acima, você captou uma mensagem ou uma experiência que não era direcionada explicitamente para você. Você escutou nas entrelinhas. E ser atingindo por uma forma de comunicação indireta tornou a mensagem ainda mais poderosa.

COMUNICAÇÃO DIRETA VERSUS COMUNICAÇÃO INDIRETA


Qual a melhor maneira de passar uma mensagem para outras pessoas, especialmente se esta mensagem contem princípios e verdades importantes? A resposta para isso é vale ouro para qualquer um que anseie em influenciar as pessoas à sua volta - professores, parentes, amigos, cônjuges. 

Ser capaz de fazer com que seu filho ou filha escute seus ensinamentos sobre os caminhos da vida, evitando esforços e frustrações inúteis, é tudo que um pai ou uma mãe quer da vida.

Examinado o modo como interagimos, o filósofo Soren Kierkergaard propôs que existem basicamente dois tipos de comunicação, cada uma voltada para um diferente tipo de ensino e aprendizado.

Primeiro, existe a Comunicação Direta, ou a comunicação do conhecimento. Ela consiste na transferência direta de informações objetivas. Pense em um cientista coletando dados, em uma mesa com vários executivos apresentando resultados e traçando metas, ou em uma criança aprendendo tabuada. Todos estes trabalham no nível da comunicação direta.

E então existe a Comunicação Indireta, ou a comunicação das capacidades. Muito mais que simplesmente desenvolver o conhecimento objetivo, a comunicação indireta ocupa-se de tudo que se relaciona à sua existência filosófica e ética - porquê você é de um determinado jeito e como deveria agir.

O lance é que a Comunicação Indireta não tem a ver com adicionar conhecimentos que não existiam em seu HD, mas em aprofundar seu autoconhecimento, em acordar você para todas aquelas verdades que você sempre soube, mas permitiu-se esquecer.

Kierkegaard acreditava que a overdose de informações objetivas soterra as verdades. Por exemplo: alguém pode discursar a vida inteira sobre ética, ler TODOS os livros escritos sobre o assunto, fazer cursos em série sobre o tema, saber todas as definições acadêmicas, e até começar a agir de modo absolutamente ético, mas essa pessoa pode ser incapaz de interiorizar estes conceitos se jamais fizer para si mesma a pergunta mais importante de todas: "Como alguém deveria viver?".

A informação, Kierkegaard escreveu, não leva automaticamente a uma decisão ou a uma mudança de comportamento, e fará pouca ou nenhuma diferença se não migrar da sua cabeça para o seu coração. O objetivo da comunicação indireta é mas modificar seu relacionamento cognitivo com a informação para um relacionamento mais íntimo, profundo e existencial. A meta é catalisar uma convicção que reforce seu caráter e lhe faça agir.

COMO UTILIZAR A COMUNICAÇÃO INDIRETA?


O segredo está em respeitar o ouvinte, envolvendo-o e fazendo-o participar do assunto. A tática de abordagem do tema deve evitar o didatismo obtuso e o confronto: ela deve promover o diálogo por meio de perguntas abertas. A Comunicação Indireta não é um jogo a céu aberto, ela é um Cavalo de Tróia.

Ao invés de fazer seu interlocutor sentir que você está falando diretamente com ele, deixe-o sentir com se você estivesse recordando e refletindo sobre alguma coisa - e por acaso o outro está ali, ouvindo seus pensamentos.

O invés de cuspir as conclusões e aplicações de sua mensagem, permita ao ouvinte tirar suas próprias conclusões.

Ao invés de entupir a cabeça do outro com suas ideias e crenças, faça perguntas que o levem a descobrir as respostas por si mesmo.

Ao invés de chamar a atenção para si, retire seu ego da frente para dar lugar às realizações de outrens.

Ao invés de forçar o outro a uma decisão, dê-lhe espaço para que faça sua própria escolha.

A Comunicação Indireta faz um amplo uso de histórias, imagens, analogias e metáforas com as quais o ouvinte pode se identificar. Ao invés de criar uma situação, ela permite que a situação se crie com leveza, pontuando uma discussão séria com momentos de humor para aliviar a tensão. O comunicador indireto aborda o assunto em segunda ou terceira pessoa, minimizando o contato visual e, em geral, a conversa é conduzida lado a lado, e não cara a cara.

CRÍTICAS À COMUNICAÇÃO INDIRETA


A lista abaixo apresenta algumas características típicas da Comunicação Direta e seus contrapontos na Comunicação Indireta:

Comunicação Direta:
1 - Você diz na lata como as coisas são. Os fatos falam por si.
2 - Honestidade é a melhor política.
3 - Está tudo bem em dizer "não".
4 - A Verdade é mais importante que os sentimentos dos outros.
5 - A conversa é cara a cara.
6 - Tempo é dinheiro. Você vai direto ao ponto.
7 - Discordar faz parte.

Comunicação Indireta:
1 - Se você não tem nada gentil para falar, fale nada.
2 - Fale o que você acha que o outro quer ouvir. Ser educado é mais importante que ser honesto.
3 - Evite dizer "não". Prefira "talvez", ou "possivelmente".
4 - Se a verdade doer, amenize.
5 - Leia nas entrelinhas.
6 - Um bate papo leve e descontraído tem seu valor. Perguntas triviais não são perda de tempo.
7 - Evite criticar outras pessoas.

Muitas culturas baseiam-se quase inteiramente na forma de Comunicação Direta. Norte-americanos, ingleses, suíços e alemães, por exemplo, são obcecados com esta forma de comunicação. Mas italianos, japoneses, chineses, árabes e indianos acham-na rude e deselegante.

Apesar da Comunicação Direta ser rápida e eficaz, ela pode fomentar atritos e gerar conflitos. Além disso, comunicadores diretos são incapazes de compreender as sutilezas e perceber as vantagens nas possibilidades de arranjos da Comunicação Indireta.

Em contrapartida, é fato que a Comunicação Indireta pode dar margem a uma série de desentendimentos: uma vez que a tarefa de compreender a mensagem cabe derradeiramente ao outro, como você pode certificar-se de que ela foi corretamente entendida?

Parece óbvio que a forma Direta deve ser preferível no ambiente de negócios e torna-se mandatória na cabine de comando de um avião, por exemplo. Ela pode também ser diferencial na hora do flerte: um sujeito cheio de indiretas e evasivas se parece muito com alguém que não sabe o que quer, e isso é péssimo.

Entretanto, a arte de ser um bom comunicador indireto jamais deve ser menosprezada. Aplicada corretamente, a Comunicação Indireta transforma-se em uma ferramenta extraordinária para expressar seu valor, construir redes de contato e abrir portas.

A diferença central entre Comunicação Indireta e Direta está na diferença entre compreender algo e efetivamente expressar este algo em sua vida. É a diferença entre saber sobre algo e SABER ALGO. Vale à pena estudar sobre ambas as formas, dominar seus usos e adaptar-se às situações. Nenhuma arma é tão poderosa quanto o conhecimento.

"FALE UM POUCO SOBRE VOCÊ": COMO AGIR EM UMA ENTREVISTA DE EMPREGO

* Especial para Manhood Brasil



"Fale um pouco sobre você" é uma pergunta besta, aparentemente inócua. Sua professora na quarta série deve ter feito, alguém na sua comunidade deve ter feito, na igreja, em uma festa, aquela gata que você estava a fim, na pizzaria com amigos, etc.

Parando para refletir por dois segundos, esta é uma senhora de uma pergunta em aberto! Existem tantas respostas possíveis...

Então um belo dia você é presenteado com essa pergunta em uma entrevista de emprego. Dependendo do seu desenvolvimento do tema, a conversa daí em diante pode f*der com sua primeira impressão. Quais aspectos você deveria mencionar e quanto deveria falar sobre si mesmo? Como sair dessa sinuca de bico?

NA ENTREVISTA


Praticamente 5 de cada 4 entrevistadores fazem essa pergunta. É um modo rápido e eficaz de quebrar o gelo e iniciar o diálogo. Mas não se iluda achando que isso significa que o papo será leve.

No momento da pergunta, a entrevista já começou: a maioria dos recrutadores decide contratar você ou não nos primeiros 5 minutos da entrevista, então cada frase que você disser conta. Suas respostas devem ser confiantes e eficazes.

Começar pelo clássico "Não sei bem o que você quer que eu diga... minhas informações estão todas aí no currículo" ou "Estou aqui para fazer tudo que for necessário" são péssimas escolhas. Elas dão a entender que você leva tudo excessivamente ao pé da letra, é limitado ou tímido.

Aquele longo monólogo narrando todas as escolas por onde você passou, as cidades onde morou, os trabalhos que você teve, seus relacionamentos, o nome do cachorro da sua vizinha, tudo isso também é um tiro no pé: essas informações, sim, já constam no currículo que você deixou ali, e discursar sobre elas é tedioso.

Lembre-se que o entrevistador recebe centenas de currículos e provavelmente entrevista pencas de candidatos todos os dias. Depois de um tempo, ele começa a classificar os entrevistados rápida e automaticamente em duas categorias: "chato" e "interessante". Sua tarefa é fugir da primeira categoria e fazer com que ele enxergue em você um digno representante da segunda.

O sujeito dono da vaga não está querendo um grande recital sobre a epopeia de sua existência, mas você DEVE oferecer respostas que tenham peso para o desempenho daquela atividade. Fale sobre suas metas e o que você pretende com aquele emprego. "Sempre quis trabalhar em uma empresa de Internet e sinto que aqui vou poder desenvolver meu potencial criativo". ESSE é um bom exemplo de como começar a entrevista

Suas respostas devem ser curtas, de no máximo 1 minuto. Mais do que isso, o entrevistador começará a pensar em colocar seu currículo na caixa escrito "chato". Não seja repetitivo, não divague. Responda de modo a permitir que ele elabore outras perguntas na área de interesse. Se quiser oferecer um sumário de sua história, resuma tudo mais ou menos assim:

“Comecei a trabalhar com 17 anos, fiz um curso técnico ou faculdade na escola X, e então trabalhei com vendas na loja Y por três anos".

Dê um exemplo concreto do valor que você poderia agregar à empresa. Quais habilidades e experiências únicas você possui que poderiam lhe fazer sobressair ante os demais candidatos? De que maneira seus objetivos pessoais estão alinhados com a vaga em questão? Como você espera ajudar a empresa atingir suas metas?

"Na loja Y, eu ajudei a lançar 2 novos produtos que foram um sucesso, aumentando as vendas em 5% naquele ano. Acredito que eu seja capaz de fazer o mesmo aqui".

Mencione aspectos que denotem suas qualidades. Ninguém quer parecer arrogante numa situação dessas, mas é importante que você mostre valor e autoconfiança. Faça isso pontuando coisas como:

"Terminei a faculdade com menos de 25 anos" ou "Fui o gerente de vendas mais novo daquela empresa".

Também é esperto mencionar pontos que você tenha em comum com o entrevistador. Se for possível, faça uma pesquisa rápida sobre quem irá conduzir sua entrevista, ou observe algo na sala que tenha um toque pessoal e que seja interessante para você, dando um jeito de inserir isso na sua resposta. Será que vocês frequentaram a mesma escola ou faculdade? Trabalharam em períodos diferentes em uma mesma empresa? São do mesmo estado ou cidade? As pessoas gostam de pessoas que são parecidas com elas.

Independente das informações que você oferecer em sua conversa, saiba que TODAS elas devem ser relevantes. Relevância é a palavra-chave de uma boa entrevista de emprego. Só porque você tem orgulho de algo, não quer dizer que aquilo seja relevante para a vaga.

JUNTANDO TUDO


O princípio básico da resposta para a pergunta "Fale um pouco sobre você" é cobrir o máximo de território no menor tempo possível. Não se apresse, não atropele as palavras, mas condense o máximo de informações de interesse e mantenha o foco nos seus pontos fortes.

Um bom exemplo:

"Cresci em Minas Gerais e então vim para São Paulo para fazer um curso técnico de mecânica. Gostei da área e terminei fazendo uma faculdade de Engenharia Mecânica na Universidade X. Nesse mesmo período, para pagar minhas contas, trabalhei como mecânico assistente na Oficina Y e depois como técnico de mecânica na Empresa W. Assim que formei, fui chamado para continuar na Empresa W como gerente de produção. Fui uma das pessoas mais novas a ocupar este cargo lá. Ajudei na implantação de novos procedimentos internos que elevaram as vendas em 5% no ano passado. Eu continuo trabalhando na W, mas tenho vontade de enfrentar novos desafios. Acho que posso fazer o mesmo ou ainda melhor em sua empresa".

Fazer bons cursos, estudar, ler bastante e trabalhar honestamente não são suficientes para lhe garantir a vaga dos sonhos. Você deve preparar-se para as entrevistas, ultrapassando a sorte por meio da dedicação.

Pronto para ir conquistar o mundo agora?


13 julho 2016

AS 13 REGRAS DE PATTON SOBRE COMO SER UM CAVALHEIRO

* Especial para Manhood Brasil


O general George S. Patton era lendário entre suas tropas pelas regras de disciplina e caráter. Não interessava se o soldado ou oficial estava em um alojamento ou no meio do campo de batalha: Patton defendia veementemente que a atenção a princípios inegociáveis de etiqueta permitia que um homem tivesse maior valor de si, ganhando respeito de seus líderes e subordinados.

No texto "As Obrigações de Ser Um Oficial", escrito em 1919, Patton discorreu sobre esses padrões de conduta:

"Será que passa pela cabeça dos senhores que nós, oficiais do Exército, não somos apenas membros de uma das profissões mais honradas, mas também representantes modernos dos semideuses e heróis da antiguidade?

Atrás de nós, estende-se uma linhagem de homens cujos atos de valor, serviço e auto-sacrifício têm sido tema de canções e histórias desde muito antes da própria História conhecida começar a ser registrada. Nossos ancestrais foram descritos pelo poeta Homero milhares de anos antes de Cristo, e incontáveis outros registros nos deram inspirações eternas sobre caráter.

Nos dias antigos, na idade de ouro de nossa profissão, os Cavalheiros eram admirados por sua cortesia, benevolência e gentileza com os fracos e oprimidos. Nós, oficiais do exército, devemos ser como eles. Devemos batalhar para estar à altura dos grandes ideais. Sejamos gentis, compreendendo que cortesia significa respeitar os direitos de outrens. Sejamos Homens, destemidos e incansáveis na busca do nosso máximo melhor possível.

Ao trazer este assunto à sua atenção, não tenciono fazê-lo por puro criticismo. Espero, sim, articular nossas obrigações e deveres de modo a extrair delas a perfeição de atitudes como esta se apresenta para mim.

Nossa vocação é das mais antigas e, como muitas outras coisas antigas, ela acumulou ao longo das eras certos costumes que a ornam e dignificam. Essas tradições trazem nobreza a uma ocupação cuja natureza é, basicamente, tornar-nos matadores.

As Obrigações de ser um oficial devem incluir as obrigações de ser, antes de tudo, um cavalheiro. E aqui saliento os principais pontos dessa tarefa diária:

1. Quando convidado para algum evento, todo cavalheiro deve responder imediatamente ao convite, aceitando-o ou recusando-o.

2. Durante as refeições, um cavalheiro porta-se como se estivesse na presença de seus familiares mais íntimos. Ele não conta histórias impróprias, não xinga e não palita os dentes. Também não se refere às mulheres presentes pelo nome, mas chama-as de Senhoras ou Senhoritas, como melhor convier.

3. Um cavalheiro mantém seus aposentos organizados, limpos e decorados com bom gosto.

4. Cavalheiros não fazem fofocas. Elas não se prestam a coisa alguma e são injustas. Muitos homens que jamais apunhalariam outro pelas costas são capazes de atacar seu caráter por trás, com palavras. O efeito é o mesmo. Ainda que não seja resultado de um vício de comportamento, mas apenas o desejo de contar uma boa história, a fofoca é a forma mais vil de pecado.

5. Um homem que reclama do seu dever em geral é incapaz de fazer qualquer coisa que preste. Se ele reclama de seu superior na presença de outros subordinados, seu comportamento deve ser considerado profundamente desleal e repugnante.

6. Um cavalheiro escolhe com cuidado aqueles com quem irá beber. Nada produz mais familiaridade que a bebida. 

7. Um cavalheiro sabe lidar com dinheiro e jamais se apropria do que não lhe pertence ou se endivida. Se ele recebe um valor para ser repassado para um terceiro, ele nunca trapaceia a si mesmo com a ideia de que "irá pegar um pouco daquilo e restituirá antes que o outro perceba". Esta é uma estrada direta para a penúria e o desrespeito.

8. Cortesia é fundamental. Um cavalheiro jamais cumprimenta outra pessoa com as mãos nos bolsos, ou com um cigarro ou um palito na boca.

9. Um cavalheiro tem a virtude de estar sempre pronto e disposto. 

10. As roupas de um cavalheiro são impecáveis, alinhadas e asseadas, assim como sua aparência geral. Ninguém respeita um maltrapilho.

11. Um cavalheiro não faz propaganda de si mesmo. Ele permite que os outros descubram. E ele nunca chama a atenção para si mostrando saber tudo ou quase nada de um assunto - ele comenta apenas o suficiente.

12. Um cavalheiro não fica sentando pensando ou fazendo nada. Ele tem sempre algo para fazer - ler um livro, escrever um texto, aprender uma habilidade, programar uma missão.

13. Um cavalheiro não diz às pessoas quanto pagou pelas suas coisas, tampouco faz perguntas nesse sentido".


Até onde sei, essas recomendações dificilmente são todas atendidas por uma só pessoa, mas oferecem boas pistas. Se alguma carapuça coube, não fuja dela: reconheça-a e corrija seu comportamento. Seu crescimento será sua maior recompensa.

SER UM GÊNIO É FRUTO DA SORTE?

* Especial para Manhood Brasil


Terminei a leitura "Outliers", mais uma obra do pequeno gigante Malcolm Gladwell, e fiquei matutando. Que livro show de bola!

Nas páginas de "Fora de Série" (título em português), ele começa fazendo uma excelente analogia sobre QI e estatura. Por exemplo: um jogador de basquete de 1,73m (minha altura) provavelmente não teria grande sucesso, mas um jogador de 1,85m pode começar a ter alguma esperança nas quadras. Michael Jordan tinha 1,98m. Existe um ponto na estatura a partir do qual, se você pretende ser um jogador profissional, seu tamanho deixa de fazer diferença. Em teoria, um atleta de 2,00m e outro de 2,10m são igualmente competitivos.

Então qual QI seria o suficiente para um "gênio"? A resposta: 130. A partir de 130 pontos, os acréscimos não fazem grandes diferenças por si. Alguém com um QI de 135 pode ser tão genial quanto outra pessoa ostentando um portento de 210 pontos, por exemplo.

A bem da verdade, segundo a tese defendida por Gladwell, a genialidade depende de outros 3 fatores, além do QI:

1 - O momento em que você nasceu.

Pessoas geniais nascidas na metade dos anos 1950 e com grande facilidade para lógica e cálculos - ambos essenciais para linguagem de programação, por exemplo -, estavam no momento certo e na onda certa. Os anos de 1980 e 1990 pegaram esses caras no pico de sua maturidade e em pleno boom da informática. Não parece ser obra do acaso que Paul Allen, Steve Jobs e Bill Gates tenham nascido neste período (meados da década de 1950).

2 - Seu nível de inteligência emocional.

Christopher Michael Langan tem um QI estimado acima de 200, mas o cara nunca emplacou direito. Ele sempre teve problemas de autoestima e de negociação com a autoridade. Inteligência não basta: é preciso ser maleável e aprender a trabalhar em equipe.

3 - Sua dedicação.

Aqui, Gladwell tece uma hipótese interessante, a Teoria das 10.000 horas. Ele calcula que são necessárias 10.000 horas de dedicação a uma determinada atividade para que você alcance um nível de excelência nela. O cestinha Oscar Schmidt que o diga: o cara praticava mais de 1.000 arremessos TODOS os dias. Sua mão não era "santa": ela era treinada. Exaustivamente treinada.

Então, brother, ser um gênio não basta. Pra falar a verdade, seu QI bruto responde por 25% do seu sucesso. Na falta de neurônios geniais, você pode compensar com a identificação de seu momento, incrementar sua capacidade de lidar com a adversidade e dedicar-se ao seu objetivo com sangue nos olhos. 

Estas três coisas te levarão aonde você quer chegar. E, se você conseguir dominar estes 3 pontos, então por que não dizer que você é, sim e de fato, um gênio?

12 julho 2016

A DIFERENÇA ENTRE CORAGEM E OUSADIA.

Especial Manhood Brasil




Links para a série completa:

Parte I de 6 - ESPARTA E ATENAS: UMA FÁBULA DE DUAS CIDADES  https://www.facebook.com/manhoodbrasil/posts/1744025509171204:0

Parte II de 6 - A BRAVURA ESPARTANA  https://www.facebook.com/manhoodbrasil/posts/1744029775837444:0

Parte III de 6 - A OUSADIA É COBIÇOSA, A CORAGEM É DESAPEGADA
https://www.facebook.com/manhoodbrasil/posts/1744031802503908:0

Parte IV de 6 - A OUSADIA É ORGULHOSA, A CORAGEM É HUMILDE
https://www.facebook.com/manhoodbrasil/posts/1744038025836619:0

A IMPORTÂNCIA DE FAZER A SUA PARTE

* Especial para Manhood Brasil

A Geração Y, formada por indivíduos nos seus 20 anos, tem uma característica bastante comum: quando arrumam um emprego, todos eles querem garantias de sucesso, mas recusam compromisso com os esforços necessários para alcançá-lo. Isso não ocorre apenas no Brasil: diversos países compartilham pessoas de 20 e poucos anos com esta mesma característica de personalidade. Os jovens simplesmente querem a parte dos "direitos" sem arcar com sua parcela de "deveres".

Isso não deveria ser surpreendente. Muitos membros da Geração Y cresceram ganhando troféus e prêmios apenas por "tentarem". Na escola, muitos desses molengas ganhavam boas notas apenas por comparecerem na aula e pouquíssimos perdiam o ano, pois eram beneficiados com toda sorte de incentivos e subterfúgios para avançarem de série. Consequentemente, eles adotaram a ideia de que "merecem" o sucesso - sem ter que ralar por ele. 

Muitos projetos de homens recusam trabalho e continuam morando com seus pais porque não encontram um emprego "à sua altura". Eles esperam pelo "empregos dos sonhos", descartando sumariamente qualquer oportunidade intermediária.

Esses malucos parecem não notar uma coisa óbvia: os caras que conseguiram seus "empregos dos sonhos" começaram por baixo e foram ganhando recompensas à medida que subiam - por experiência e mérito - na hierarquia do mercado de trabalho.

O sucesso vem de anos de trabalho duro. Mas a Geração Y não quer saber disso. Eles querem acordar em um emprego que lhes pague no mínimo o suficiente para viverem no mesmo conforto que tinham na casa dos seus pais. Eles querem boas roupas, bons móveis, um carro novo e uma boa casa INSTANTANEAMENTE.

Então alguém cita um desses milionários da Internet. O fulaninho Y fala que é possível, sim, se dar bem num piscar de olhos. "Olha só o Mark Zuckerberg! Ele inventou o Facebook e ficou trilionário da noite para o dia". 

Sim, zé ruela. Zuckerberg, "por acaso" um estudante de Harvard, criou o Facebook em 2004 e em poucos anos se tornou um dos caras mais ricos do mundo. CONTUDO, Mr. Mark começou a programar ainda no ensino médio. Enquanto a maioria dos seus amigos dedicava tardes e fins de semana sem fim jogando videogame e assistindo programas babacas na TV, Zuckerberg mastigava e engolia códigos de programação. E mesmo depois de lançado, foram necessários vários anos para que o Facebook decolasse.

No excelente livro "Outliers - Fora de Série", Malcolm Gladwell defende que a excelência está associada a uma regra, a Regra das 10.000 horas. Ele explica que os Beatles e Bill Gates, por exemplo, só atingiram o sucesso porque se dedicaram a desenvolver suas habilidades ao longo de 10.000 intermináveis horas de prática. Genialidade? Sorte? Destino? Não: Prática. Prática mesmo, mão na lama, saca?

Todo mundo sonha em ficar rico num estalo. Mas, a menos que você receba uma herança ou ganhe na loteria, não é assim que isso vai acontecer. O caminho para o sucesso é calçado por anos de dedicação e trabalho duro incansável. Você tem que fazer por merecer ANTES de receber, gafanhoto.

Em muitos artigos e blogs discutindo a Geração Y, os empregadores se queixam que esses jovens não querem trabalhar tanto, mas eles querem os altos salários e todos os demais benefícios. Tudo bem, esta é uma demanda compreensível - quem não quer ganhar bem e ter mais tempo livre? Uma parcela significativa desta geração veio de lares onde os pais eram workaholics, se matavam de trabalhar e tinham pouco ou nenhum tempo para a família. Mas TEMPO É DINHEIRO. Eu lamento por isso. Você dificilmente conseguirá ter muito de ambos ao mesmo tempo. Especialmente se você está no começo da sua carreira.

É preciso estar disposto a fazer sacrifícios de curto prazo para atingir seus objetivos de longo prazo. Este é um traço bem comum na personalidade de todos os homens de sucesso: eles se dispuseram a arcar com seus deveres para receber as recompensas mais tarde.

Albert Einstein não se tornou um físico renomado assim que pegou seu diploma. Após dois anos procurando emprego, ele conseguiu um cargo no escritório de patentes suíço. Você acha que Albert ficou choramingando pela falta de reconhecimento ao seu intelecto? Não. Nas horas vagas, ele deu seguimento ao trabalho como cientista e desenvolveu a Teoria da Relatividade.

Se você tem grandes metas, disponha-se a fazer sacrifícios em nome delas. Se quer começar seu próprio negócio, você deverá virar algumas noites nesse projeto antes de poder largar seu emprego formal. Dedique todo seu tempo livre para adquirir as habilidades necessárias e transformar seu sonho em realidade. Se você quer quitar suas dívidas, pare de comprar coisas novas e arrume um segundo emprego - vá entregar pizzas ou qualquer coisa que lhe dê uma renda extra.

Qualquer que seja seu objetivo, você terá que se empenhar. Onde quer que esteja o seu sucesso, ele dependerá pelo menos da SUA participação.

11 julho 2016

UMA CURA SIMPLES PARA A PREGUIÇA

* Especial para Manhood Brasil


Quem nunca experimentou um sentimento de inquietude na vida? Uma agitação interna, um furdunço ansioso no cérebro... esse tipo de insatisfação silenciosa é uma das grandes mazelas do nosso tempo e possui muitas causas diferentes. 

Desde a velocidade assombrosa com que a informação se move frente à lentidão da vida real, até o nosso distanciamento da natureza de dos seus valores mais puros, passando pela avalanche de opções em todos os segmentos da vida, a insatisfação parece permear tudo.

Existe outra causa bem óbvia para a inquietude: o infinito número de distrações que constantemente dragam sua atenção, correndo seu foco e impedindo você de se concentrar nas tarefas que devem ser cumpridas.  Apesar de muitas causas estarem além do seu controle, ESTA causa você pode resolver, bastando para tanto um pouco de boa vontade e a adoção de uma filosofia bem simples: trabalhe estiver trabalhando, brinque quando estiver brincando.

FAÇA UMA COISA POR VEZ


A sensação de inquietude ocorre quando misturamos lazer com trabalho e vice versa. A incapacidade de manter estas atividades separadas consome a percepção de prazer do lazer e a eficácia do trabalho.

Quando você brinca durante o trabalho - por exemplo, fuçando a internet ou checando sua linha do tempo no facebook a cada 5 minutos -, você não curte de verdade o que está fazendo e tende a se punir com desapontamento por estar se distraindo desse jeito. Simultaneamente, a qualidade do seu trabalho cai pela falta de concentração e o dia passa voando sem que você consiga dar conta do que precisava.

Mais tarde, já em casa, quando você decide brincar - digamos, sair com os amigos ou dar uma volta de bicicleta -, você não aprecia a experiência como um todo. Tem uma voz na sua mente que fica enchendo o saco, dizendo: "você devia ter terminado aquele relatório" ou "você devia ter respondido aquele email". Uma parte de você se sente culpada como se não merecesse aquele descanso totalmente, e então tome tentar recuperar o tempo perdido enviando o trabalho não concluído na hora que você deveria estar descansando.

Ao brincar durante o trabalho e trabalhar durante a brincadeira, você sabota a satisfação e as recompensas de ambas atividades, e extrai menos da vida. O resultado é um sentimento de incerteza sobre estar no caminho certo que termina em um beco de insatisfação.

SEPARE O TRABALHO E O LAZER PARA APROVEITAR O MÁXIMO DE AMBOS


A melhor maneira de separar o trabalho do lazer é criar propositadamente momentos de lazer durante seu horário de trabalho. O problema não está em alternar trabalho com brincadeira, mas o fato de que você faz isso erraticamente, indo na maré. Quando quer que apareça uma distração, qualquer distração que seja, você se deixa levar. Todas as vezes. Estas interrupções quebram seu processo de raciocínio e fazem com que coisas simples levem uma eternidade para serem feitas.

A solução é planejar de modo intencional intervalos de lazer dentro do seu horário de trabalho. Obrigue-se a trabalhar sem intervalo por um certo período de tempo, faça uma pausa de alguns minutos, e então retome o ciclo. É mais fácil manter o foco quando você sabe que sua sessão de mula de carga não será interminável e que você sabe exatamente quando e por quanto tempo terá uma folga - que poderá ser plenamente curtida, sabendo que você fez por merecê-la.

Esta é a beleza e a sabedoria por trás da Técnica de Pomodoro, uma tática de gerenciamento de tempo desenvolvido por Francesco Cirillo no final dos anos 1980. O método consiste em trabalhar sem parar por 25 minutos, fazer um intervalo de 3-5 minutos, e repetir a sequência. Depois de 4 voltas nesse circuito, você pode fazer uma pausa maior de 15-30 minutos. É óbvio que os intervalos devem ser construídos de acordo com a sua realidade, mas você entendeu o conceito.

Outra coisa que ajuda bastante é manter uma "lista de distrações". Sempre que alguma coisa passar pela sua cabeça durante a sessão de trabalho (p.ex.: o nome de um amigo para quem você tem que mandar um zap, ou algum assunto sobre o qual você quer ler mais, etc), ao invés de interromper sua pegada, anote imediatamente a informação na sua "lista de distrações" e volte com foco total à tarefa que estava fazendo antes. Assim que chegar o momento do intervalo, você poderá resolver o que anotou. Você irá ficar surpreso com o número de coisas que pareceram urgentes num determinado momento e puderam esperar com segurança meia hora para serem resolvidas.

Utilize suas Pausas de Pomodoro também para dar uma volta, andar um pouco, bater um papo, navegar na internet, trocar mensagens no celular, tomar um café, comer um lanche, tirar um cochilo, organizar sua gaveta, ler um livro ou uma revista. As opções são inúmeras. 

Se você trabalha em casa, as pausas podem ser utilizadas para aquelas pequenas tarefas domésticas que estão esperando para sempre. Lave um copo, coloque a roupa na máquina de lavar, troque uma lâmpada, jogue o lixo fora... Quando o trabalho real terminar, você terá curtido as pausas e descobrirá que várias coisas que aguardavam sua presença foram resolvidas pelo Gnomo de Pomodoro.

Um das coisas mais difíceis na técnica proposta por Cirilo é não tornar os intervalos demasiadamente divertidos, com o risco de esticar o tempo na pausa para além do programado. Durante as pausas, não faça coisas que causem excesso de distração. Por exemplo: se você sabe que terá dificuldade em largar a leitura de um determinado livro ou antes de conferir todos dos duzentos comentários naquele grupo de Whatsapp, não insira esta tarefa no seu intervalo de 5 minutos. Guarde-a para mais tarde. 

Não há problema algum em seguir com o trabalho e pular um intervalo, caso o trabalho esteja em um ritmo bom ou você tenha sido fisgado por ele. Não se force a uma pausa. Aproveite o veio de entusiasmo e siga em frente até quando achar que aguenta. Se fizer uma pausa e, antes dela acabar, achar que deve retomar seu serviço, faça isso sem piscar os olhos. As pausas são um refresco APENAS se você achar necessário.

O grande lance da técnica de Pomodoro é torná-la flexível, adaptando-a à sua realidade e ao seu ritmo. Saiba que as distrações não programadas fatalmente irão ocorrer - ligações relacionadas à sua atividade, reuniões, intercorrências urgentes, etc. Faça o melhor possível para resolver estas questões e retome seu trabalho, cuidando para que as sessões trabalhando sejam longas e produtivas. 

UM LUGAR PARA CADA COISA, CADA COISA EM SEU LUGAR


A abordagem de trabalho-pausas programadas são excelentes para aprender a gerenciar seu tempo e priorizar as distrações. O trabalho rende e as pausas são bem aproveitadas, sem que você comprometa seu rendimento ou perca-se em sentimentos desnecessários de culpa.

Trabalhe quando estiver trabalhando, divirta-se quando estiver se divertindo - e seu dia será pleno em realizações e contentamento.

Que tal tentar?