10 março 2018

FEMINISMO, HONRA E CONQUISTAS

Não se vê um homem, ao ganhar um prêmio, dizer que tem orgulho de ser um Homem ou atribuir, com frequência, o alcance de uma meta a uma expressão superadora de sua masculinidade. Entretanto, regularmente, vemos mulheres celebrando seus títulos dizendo "estou orgulhosa por ser MULHER!".

Como você pode dizer-se orgulhoso por ser algo que foi-lhe simplesmente dado, não conquistado a duras penas?

As lutas pelo sufrágio e pela educação universal, pelo fim da escravidão e pelo término da Segunda Guerra Mundial não foram suas ou minhas, mas de outras gerações. Não há dignidade alguma em usurpar-lhes a vitória e dizer "tenho orgulho de ser um homem brasileiro por termos combatido na Europa". Se você tem menos de 80 anos, você não lutou essa guerra. Reconheça humildemente que os louros desses combates não lhe pertencem. Não pegue-os para si.

Quando VOCÊ vencer algo, orgulhe-se de seu esforço, de sua garra, de sua disciplina, de sua consistência, e da ajuda de TODOS aqueles que participaram de seu progresso rumo ao objetivo - porque NINGUÉM VENCE SOZINHO.

Mas orgulhar-se de sua nacionalidade, cor da pele, sexo, verrugas, preferências na cama ou dedos do pé - especialmente em nome de batalhas travadas POR OUTROS, há muito tempo - é como um sapo, enquanto dá seus pulos anfíbicos, orgulhar-se de ser um sapo descendente direto de peixes ósseos.

Não quero saber se você tem orgulho de ser um sapo. Ou uma sapa. Ou um descendente de eucariotas. Quero saber de sua história - e da Honra que lhe pertence unicamente e encontra-se de maneira genuína embutida nela.

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