O Ministro da Fazenda, Paulo Guedes, manifestou hoje seu descontentamento com o ritmo das mudanças para incremento da economia. "Assumi com a proposta de lutar duramente para alavancar o crescimento econômico, porém a falta de um apoio mais explícito da Casa Civil tem sido um obstáculo extra para a aprovação de muitas dessas medidas". Paulo Guedes assumiu que "algumas alterações podem ser até impopulares, mas não há como negar que são necessárias e fundamentais para conduzir o trabalho com a seriedade que ele merece. Não colheremos frutos reais repetindo as medidas demagógicas de sempre".
Em entrevista, o Ministro das Comunicações manifestou-se quanto às declarações de Paulo Guedes dizendo que "grandes navios não fazem curvas fechadas", e que "um ritmo de mudanças mais acelerado que o atual poderia provocar instabilidade institucional no país". Além disso, afirmou o Ministro, "o Sr. Paulo Guedes precisa lembrar quem é o Presidente, que foi eleito pelo voto popular, e qual papel cabe a um ministro dentro do governo". "Ou soma, ou some", finalizou.
Dois dias depois: A crise ministerial levou o Presidente Bolsonaro a reunir-se com Paulo Guedes no Palácio Alvorada nesta noite. A reunião exclusiva e a portas fechadas durou mais de 3h e teve como pauta as recentes queixas do ministro com relação às condescendências da política econômica. Segundo o Ministro, a relutância do governo em apoiar propostas feitas durante a campanha tem levado a um desgaste da imagem do presidente e a uma desconfiança do mercado quanto à legitimidade de suas intenções. "Não estamos sendo honestos com a ideologia liberal de Estado Mínimo que defendemos com unhas e dentes antes da eleição", desabafou Guedes.
Cinco dias depois: Em um pronunciamento em cadeia nacional, onde teceu uma avaliação dos rumos e das conquistas dos primeiros 6 meses de gestão, o Presidente Bolsonaro reiterou seu apoio ao Ministro da Fazenda. "O Paulo é um dos pilares do meu governo e conta com minha aprovação incondicional. Estou mais do que empenhado em defender sua permanência no Ministério".
Sete dias depois: Paulo Guedes apresenta sua renúncia ao Ministério da Fazenda. Desentendimentos na condução da política econômica tornaram sua permanência no governo insustentável. "Vim para colaborar em uma reconstrução. A esta altura de minha vida, é inadmissível aceitar ser um coadjuvante em um teatro de fantoches", desabafou o ex-ministro. Para seu lugar, foi indicado o economista mineiro...
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