A atual crise econômica no Brasil teve início em meados de 2014, mas suas raízes começaram a ser plantadas quase 10 anos antes.
A partir do final da década de 1990 até o início de 2012, a explosão do crescimento Chinês ocasionou um enorme aumento na demanda por commodities (matérias-primas e produtos agrícolas), o que favoreceu o Brasil.
Entretanto, a crise econômica mundial de 2008 não tardaria a chegar por aqui: a diminuição da demanda externa, em especial da China, somado à queda nos preços das commodities, revelou as fraquezas estruturais do país, como a baixa produtividade, e começou a minar nossa economia.
Ao final do governo Lula em 2010, o país registrou uma taxa de crescimento do PIB de 7,5%, a maior expansão desde 1986. Porém, o estímulo ao consumo não foi acompanhado pelo crescimento na produtividade. Pelo contrário: o governo manteve seu exagero nos gastos, nos empréstimos subsidiados e em incentivos fiscais equivocados. A política de forte intervenção governamental na economia combinou política monetária (com a redução da taxa de juros) e política fiscal com dirigismo no investimento, elevação de gastos, concessões de subsídios e intervenção em preços.
Como consequência, a taxa de crescimento do produto potencial da economia brasileira saiu da faixa de 4% ao ano para menos de 2% ao ano. O setor público abandonou um superávit primário de 2,2% em 2012 e gerou um déficit primário de 2,7% em 2016. A dívida pública aumentou e as famílias passaram a se endividar mais.
Em 2016, os efeitos da crise econômica - que vinha sendo cozinhada nos anos anteriores - finalmente alcançaram a população. De acordo com uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no ano, quase metade dos entrevistados (48%) passou a usar mais transporte público; 34% deixaram de ter plano de saúde; e 14% das famílias trocaram a escola dos filhos de particular para pública - percentuais superiores aos verificados em 2012 e 2013.
Para sair do buraco, várias medidas foram adotadas - a maioria delas, vistas como impopulares. O Novo Regime Fiscal estabeleceu um limite (teto) para o crescimento dos gastos do Governo Federal por 20 anos. A Lei da Terceirização permitiu a terceirização do trabalho também para atividades-fim. A Reforma Trabalhista alterou itens Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
No começo de 2017, já havia sinais de recuperação econômica. O desemprego recuou 4,8%, o preço dos alimentos diminuiu 1,56%, e as exportações aumentaram 18,5%. A liberação do saque das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) permitiu reduzir a inadimplência e aumentar o consumo, injetando 41,8 bilhões de reais na economia.
Somadas, as medidas do governo pós-Dilma conseguiram fechar 2017 com um índice acumulado de inflação de 2,46% - o menor desde 1999 (2,24%) - e um crescimento de 1% no PIB - certamente pífio, mas pelo menos melhor que o encolhimento de 3,5% em 2016 e 3,8% em 2015.
Apesar de todos estes acertos, o cidadão brasileiro médio ainda parece desejar o retorno dos incompetentes que derrubaram a economia com assistencialismos populistas e irresponsáveis. Se cada povo de fato tem o governo que merece, nosso futuro não parece muito favorável...
11 junho 2018
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