© Dr. Alessandro Loiola
Você certamente já sofreu deste mal: atingir a metade de um dia de trabalho como se tivesse corrido duas maratonas, o corpo afogado em um esgotamento indescritível. Ou então, ao terminar o serviço, chegar em casa com vontade de escrever “sarcófago” na porta do quarto e submergir em um sono semicomatoso por vários séculos.
Mas os séculos duram pouco mais de 6h. Logo o sol raia, a corrida recomeça e você se flagra com um olhar vazio, conjeturando enquanto contempla o salva-telas do Windows: onde foi parar toda aquela energia que achou ter acumulado no final de semana?
A Síndrome da Bateria Descarregada é mais comum do que se pensa. Além da sensação de fadiga eterna, ela pode incluir dores musculares, dores de cabeça, nervosismo, um certo sentimento de frustração para realizar até mesmo pequenas tarefas e aquela percepção subliminar de inadequação – algo como passar o dia considerando a possibilidade de que um planeta gélido e sem atmosfera poderia ser um ambiente mais favorável para sua sobrevivência do que aqui e agora.
Se você acha que seu dia-a-dia se encaixa na descrição acima, bom, receba minhas boas-vindas ao grupo. Você é outra vítima da síndrome. Mas ter as baterias descarregadas não significa correr para a primeira tomada segurando um par de fios desencapados. Existem maneiras mais simples – e seguras – de repor suas energias até o topo:
1) AUMENTE A INGESTÃO DE MAGNÉSIO: ninguém presta muita atenção nele, mas o magnésio está envolvido em mais de 300 reações bioquímicas essenciais para o bom funcionamento do organismo – incluindo a produção de energia a partir da glicose. Acelga, agrião, alcachofra, alface, alho, avelã, brócolis, cebolinha, centeio, cereais integrais, chicória, coentro, couve, espinafre, farinha de soja, germe de trigo, nozes, repolho, salsa e taioba são excelentes fontes de magnésio.
2) DÊ UMA VOLTA NO QUARTEIRÃO: apesar de parecer um contra-senso, exatamente quando você estiver sentindo a exaustão mais profunda é a melhor hora para dar aquela caminhada. Uma caminhada é algo acessível, fácil de fazer, e não serão precisos treinamentos ou equipamento sofisticados. Pesquisas mostram que o bem-estar produzido por uma caminhada de 10 minutos pode durar várias horas.
3) TIRE UMA SONECA REJUVENESCEDORA: uma inocente soneca de 60 minutos no meio do dia é capaz de reverter o abobamento provocado pelo excesso de informação, facilitando o raciocínio, a memória e o aprendizado. Resultados idênticos valem para boas noites de sono.
4) NÃO PULE REFEIÇÕES: seu cérebro é um consumidor voraz de energia, daí a importância de manter sempre algumas gotas de combustível no tanque. Não saia de casa sem tomar um café da manhã adequado, almoce e jante de modo saudável, e faça pequenos lanches entre as refeições (p.ex.: comendo uma fruta ou uma barrinha de cereais).
5) REDUZA SEU ESTRESSE: o estresse é resultado da ansiedade. Assim como a preocupação e o medo, a ansiedade consume um bocado de energia. Você entrou nesta vida com nada e sairá dela com mais ou menos a mesma coisa. Não dê tanta importância a tudo. Ouça uma música, leia um livro, converse com um amigo pela Internet. Semanalmente, pratique yoga ou meditação ou sexo selvagem ou meditação selvagem durante o sexo com yoga, enfim, o que quer que lhe diminua a tensão. Qualquer atividade sem tendências homicidas, capaz de combater sua ansiedade, repercutirá de modo positivo sobre os níveis de energia.
6) BEBA MAIS ÁGUA E MENOS ÁLCOOL: algumas vezes, uma leve desidratação pode ser suficiente para produzir sintomas de cansaço e letargia. Beba mais água, pelo menos 10 copos todo dia. E evite consumir álcool próximo ao seu horário habitual de dormir.
7) SEJA CAFÉ-COM-LEITE: adicionar um pouquinho de leite desnatado ao seu precioso café é uma dica quente. O leite torna o cafezinho um drinque protéico, oferecendo não apenas uma energia extra, mas também cálcio para os seus ossos.
8) GARANTA O EMPREGO DE SEU CLÍNICO GERAL: confira periodicamente com aquele médico de confiança como anda sua tireóide, seu sangue e seu coração. Você leva seu carro para calibrar os pneus e os cachorros para um banho, não leva? Então tome jeito e dedique pelo menos um décimo desse empenho para cuidar da própria saúde.
21 dezembro 2010
SÍNDROME DA BATERIA DESCARREGADA
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28 novembro 2010
A SEMPRE BOA E CONFIÁVEL PANELA DE FERRO
© Dr. Alessandro Loiola
Em um acesso de sinceridade, confesso: tenho um caso mal resolvido na cozinha. Mas calma lá com a interpretação, porque pensão alimentícia anda cara esses dias (né, Romário?). O fato é que na hora de preparar uma refeição, o utensílio que mais uso é o telefone. Nem sei mais a cor da geladeira, soterrada há anos sob várias camadas de ímãs de “disk-tudo”.
Entendo nada de cozinha.
Para evitar que me xinguem de porco chauvinista logo no início da crônica (sei que inevitavelmente farão isso a partir do meio do texto), pensei em colocar em meu histórico culinário as competências “sabe preparar miojo, fazer pipocas no microondas e encher a forma de gelo”. Mas decidi esperar o final do ano para acrescentar “capacitado para cortar ingredientes do salpicão”. É sempre recomendável adicionar um certo nível de sofisticação no currículo.
Então, sendo eu este completo analfabeto de garfo e faca, me vi como um camundongo encurralado pela vassoura no cantinho do gás quando recebi um email perguntando: qual a melhor panela para preparar as refeições?
Pensei em responder “cheia”, mas até o cinismo precisa de tempero. Pesquisando, descobri que assim como existem vários tipos de mulheres, existem vários tipos de panela – cada uma com indicações e efeitos adversos específicos.
Use “porco chauvinista!” à vontade a partir de agora.
Por exemplo: as panelas de alumínio e aço inox são como namoricos de verão - baratas e fáceis de encontrar. Apesar de excelentes para o preparo de carnes, elas podem absorver metais pesados durante o cozimento e afetar sua saúde.
Panelas de vidro são como namoradas de 20 e poucos anos: transparentes, bonitas e decorativas, esquentam muito rapidamente e devem ser desligadas com certa antecedência, ou comprometerão o resultado da refeição. Ao contrário das panelas de inox, elas não produzem só barulho quando derrubadas.
Panelas de cobre são mulheres independentes depois dos 30: mais caras e condutoras, porém menos práticas e potencialmente tóxicas. Causam uma boa impressão se você quiser passar um ar de alquimista e disfarçar seu péssimo molho culpando a limitada versatilidade gustativa dos convidados.
Panelas de teflon costumam ser utilizadas por executivos infiéis em busca de frituras rápidas, com pouco óleo. Estas panelas possuem um revestimento interno de politetrafluoretileno que as torna antiaderentes. Mas atenção: o politetrafluoretileno solta-se com alguma facilidade e jamais deve ser ingerido.
Panelas de porcelana são mulheres em plena TPM: cheias de personalidade, possuem um toque intimista (ou seria intimidador?), mancham fácil e ao menor estresse ameaçam soltar o esmalte.
Uma panela de pressão é uma mulher na pré-menopausa. Experiente, tecnologicamente pensada, não é recomendada para iniciantes. Apesar de cozinhar bem em temperaturas acima de 100 graus, todo cuidado com a válvula de pressão é pouco. Sem manutenção, ela pode explodir na sua cara quando você menos esperar.
Finalmente, a boa e velha panela de ferro é como aquela mulher que escolhemos para casar. Podem ser levadas à mesa, são versáteis e concentram mais o calor, cozinhando tudo ao mesmo tempo.
Além de manterem o sabor e as propriedades do alimento, as panelas de ferro adicionam nutrientes valiosos. Pesquisas mostram que o preparo de alimentos nesse tipo de panela chega a suprir cerca de 20% das necessidades diárias de ferro do organismo, tornando-as especialmente indicadas para quem adota uma alimentação vegetariana.
Para manter uma panela de ferro sempre em ordem, você deve tomar alguns cuidados básicos. Elas devem ser limpas com delicadeza e se possível secadas no forno quente e aconchegante. Uma vez resfriadas ao natural, aplique uma leve camada de óleo e guarde-as em um local apropriado. Com a dose certa de atenção e carinho, elas devem durar bastante. Afinal de contas, panela velha é que faz... você sabe.
Em um acesso de sinceridade, confesso: tenho um caso mal resolvido na cozinha. Mas calma lá com a interpretação, porque pensão alimentícia anda cara esses dias (né, Romário?). O fato é que na hora de preparar uma refeição, o utensílio que mais uso é o telefone. Nem sei mais a cor da geladeira, soterrada há anos sob várias camadas de ímãs de “disk-tudo”.
Entendo nada de cozinha.
Para evitar que me xinguem de porco chauvinista logo no início da crônica (sei que inevitavelmente farão isso a partir do meio do texto), pensei em colocar em meu histórico culinário as competências “sabe preparar miojo, fazer pipocas no microondas e encher a forma de gelo”. Mas decidi esperar o final do ano para acrescentar “capacitado para cortar ingredientes do salpicão”. É sempre recomendável adicionar um certo nível de sofisticação no currículo.
Então, sendo eu este completo analfabeto de garfo e faca, me vi como um camundongo encurralado pela vassoura no cantinho do gás quando recebi um email perguntando: qual a melhor panela para preparar as refeições?
Pensei em responder “cheia”, mas até o cinismo precisa de tempero. Pesquisando, descobri que assim como existem vários tipos de mulheres, existem vários tipos de panela – cada uma com indicações e efeitos adversos específicos.
Use “porco chauvinista!” à vontade a partir de agora.
Por exemplo: as panelas de alumínio e aço inox são como namoricos de verão - baratas e fáceis de encontrar. Apesar de excelentes para o preparo de carnes, elas podem absorver metais pesados durante o cozimento e afetar sua saúde.
Panelas de vidro são como namoradas de 20 e poucos anos: transparentes, bonitas e decorativas, esquentam muito rapidamente e devem ser desligadas com certa antecedência, ou comprometerão o resultado da refeição. Ao contrário das panelas de inox, elas não produzem só barulho quando derrubadas.
Panelas de cobre são mulheres independentes depois dos 30: mais caras e condutoras, porém menos práticas e potencialmente tóxicas. Causam uma boa impressão se você quiser passar um ar de alquimista e disfarçar seu péssimo molho culpando a limitada versatilidade gustativa dos convidados.
Panelas de teflon costumam ser utilizadas por executivos infiéis em busca de frituras rápidas, com pouco óleo. Estas panelas possuem um revestimento interno de politetrafluoretileno que as torna antiaderentes. Mas atenção: o politetrafluoretileno solta-se com alguma facilidade e jamais deve ser ingerido.
Panelas de porcelana são mulheres em plena TPM: cheias de personalidade, possuem um toque intimista (ou seria intimidador?), mancham fácil e ao menor estresse ameaçam soltar o esmalte.
Uma panela de pressão é uma mulher na pré-menopausa. Experiente, tecnologicamente pensada, não é recomendada para iniciantes. Apesar de cozinhar bem em temperaturas acima de 100 graus, todo cuidado com a válvula de pressão é pouco. Sem manutenção, ela pode explodir na sua cara quando você menos esperar.
Finalmente, a boa e velha panela de ferro é como aquela mulher que escolhemos para casar. Podem ser levadas à mesa, são versáteis e concentram mais o calor, cozinhando tudo ao mesmo tempo.
Além de manterem o sabor e as propriedades do alimento, as panelas de ferro adicionam nutrientes valiosos. Pesquisas mostram que o preparo de alimentos nesse tipo de panela chega a suprir cerca de 20% das necessidades diárias de ferro do organismo, tornando-as especialmente indicadas para quem adota uma alimentação vegetariana.
Para manter uma panela de ferro sempre em ordem, você deve tomar alguns cuidados básicos. Elas devem ser limpas com delicadeza e se possível secadas no forno quente e aconchegante. Uma vez resfriadas ao natural, aplique uma leve camada de óleo e guarde-as em um local apropriado. Com a dose certa de atenção e carinho, elas devem durar bastante. Afinal de contas, panela velha é que faz... você sabe.
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17 novembro 2010
EM BUSCA DA BÚSSOLA PERDIDA
Uma amiga desabafa: “sabe, ando passando uma fase estranha, um sentimento de como se estivesse perdida, como em um daqueles pesadelos que você não sabe onde está. Anda, anda e não sabe pra onde ir, entende? Travei. Passei a fazer tudo mecanicamente e precisei dar um tempo em um monte de coisas pra tentar voltar ao normal. Ainda não consegui. Existe algum caminho mais fácil para sair daqui?”
Me identifiquei imediatamente com o bairro dela, ali perto de Perdidos No Espaço. Na última contagem, o rapaz responsável pelo censo da região também se extraviou e não temos estatísticas confiáveis até o momento sobre a população que habita o local. Mas ela parece grande. Muito grande.
No começo dos anos 2000, quando mudei com (ex-)esposa e casal de filhos de uma pequena localidade (33.000 habitantes) para uma enorme região metropolitana (mais de 5 milhões de viventes), nos perdemos em um passeio para conhecer a capital. Estávamos nos informando sobre o caminho de volta para casa quando o de 6 anos perguntou:
- Papai, qual o significado dos nomes nessas placas?
- São os nomes dos bairros, filho, e as saídas que você tem que pegar para ir a cada um deles.
- Ahhhnn... Então aqui é o bairro da Savassi e ali é a saída para o Belvedere?
- Isso.
Andamos mais um pouco.
- E aqui é Lourdes e por ali a gente vai para o Barro Preto?
- É isso aí.
Andamos mais um pouco.
- Pai, olha só, tem um bairro enooorme! Na cidade inteira tem entrada para ele!
- Filho, cada bairro fica em um lugar só. Não tem como um bairro estar para todo lado. – E fiz um “tsc tsc” de desdém.
- Então porque tem tantas placas apontando para esse bairro chamado Retorno?
Crianças. O poço mais profundo da filosofia mais magnânima pelo preço de um picolé.
Todo lugar tem um Retorno. Todo lugar tem uma volta. Sempre é possível recomeçar, reconquistar, refazer, reconstruir, reviver. E foi a partir da vivência de uma criança de 6 anos que desenvolvi uma teoria bem simples, a teoria da Bússola do Crescimento Pessoal, composta por 5 diretrizes gerais de navegação que gostaria de compartilhar com você agora:
1 - Quando você acordou hoje, foram depositados 86.400 segundos em sua conta de vida. Eles são todos seus e, apesar de auto-renováveis a cada meia noite, não podem ser transferidos, doados ou vendidos. Contudo, o fato de não poder negociar com o relógio não significa que você não possa se aproveitar dele. Leve o tempo que for necessário para iniciar seu recomeço – só não leve tempo demais.
2 - Rasgue imediatamente seu bilhete de entrada para o metrô dos zumbis: dentro do possível e do impossível, desfrute e participe da paisagem que passa pela sua janela. Aprendizado sem mudança é desilusão. Mudança sem crescimento é frustração. Contemple a vista, aprenda, mude e se aprimore a cada dia.
3 - No final das contas, tudo isso de ruim e de bom é viver, e a viagem só acaba quando termina. Nunca desanime antes do fim. A única rua que leva ao seu fracasso é a Desistência e, enquanto estiver persistindo, você estará no caminho para o sucesso. Peça carona, empurre seu carro, vá a pé. Siga em frente, siga para os lados, siga para trás. Mas siga.
4 - Agir de modo independente não significa negligenciar as informações a cada esquina. Pergunte, peça ajuda. Alguns bons (e insuspeitos) amigos podem conhecer bons atalhos, bons restaurantes, boas atrações, boas oportunidades, e você tem 2 ouvidos, 2 olhos e apenas uma boca. Observe e ouça o dobro do que fala.
5 - Não tente fazer todas as coisas perfeitas. O caminho de volta pode não ser exatamente aquele que você fez na ida, mas ele existe e irá lhe proporcionar uma série de novas experiências e conhecimentos antes de lhe colocar confortavelmente em casa. Tentar percorrer sempre o mesmo caminho perfeito pode tornar o passeio monótono e paralisante. Então destrave. Pegue o primeiro ônibus que passa pelo bairro Perdidos No Espaço, vá viver a sua aventura da vida e tenha mais um dia extraordinário!
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12 outubro 2010
UM BRINDE AO DIA DEPOIS DO OUTRO
© Dr. Alessandro Loiola
Por gerações a perder de vista, os incontáveis povos que já passaram pela superfície no nosso planeta-grão-de-poeira adoravam eleger datas festivas para comemorar o que quer que fosse. Isso é uma coisa tão prevalente que me atrevo a dizer que somos o produto de milênios de seleção natural de ancestrais baladeiros e festeiras.
Por exemplo: os hindus têm um tal de Festival das Cores, para celebrar a germinação das sementes e a nova colheita que virá com a primavera. Tudo muito bonito, sincronizado com as fases da Lua, os primeiros dois dias todo mundo comportado, rezas, ladainhas, adorações, coisetal. E então, no terceiro dia… “loucura, loucura, loucura!”, como diria o Sr. Luciano “o Incrível” Huck. O festival vira festival mesmo e o bicho pega.
Um pouco pra cima da Índia, os chineses não fazem por menos. A partir da metade de setembro e até por volta da primeira semana de outubro, eles comemoram o Festival do Bolo Lunar, uma tradição com mais de 3.000 anos que celebra a derrota dos invasores mongóis. E segue-se um troca-troca sem fim de pequenos bolinhos adocicados em formato de Lua cheia. Quer dizer, eles dizem que tem formado de Lua cheia. Pra mim, é formato de bolo mesmo.
Os chineses são mestres em celebrações. Quem manda? Com 1,3 bilhões de pessoas, eles têm o próprio planeta deles por lá. Tanto é que o Ano Novo Chinês é comemorado entre 15 de janeiro e 15 de fevereiro. Ouvi falar que a tradição é soltar fogos de artifício, limpar a casa, sujar a rua com pequenos pedaços de papel vermelho e fazer muita comida, especialmente os Yau Gowk, bolinhos que simbolizam prosperidade.
Bolinhos chineses novamente. Fico imaginando o que esse povo tem com bolinhos. Deve ser algum fetiche. Sei lá.
Os muçulmanos comemoram o ano novo no meio do nosso ano. O ano novo judaico, chamado Rosh Hasanah ou a “festa das trombetas” (imagine a alegria dos vizinhos...), acontece um pouco mais tarde, em setembro. Os coreanos, mais animados, comemoram 2 anos novos: um baseado no calendário ocidental e o Seol Lal, baseado no calendário lunar chinês.
A primeira notícia que se tem de comemoração do Ano Novo no dia 1º de janeiro vem dos idos do imperador Julio Cesar, em 46 a.C, mas a data seria adotada pela cristandade apenas em 1582, com a oficialização do calendário gregoriano – que nos rege até hoje.
A celebração do Ano Novo marca um evento bastante simples e pouco altruísta: como nas demais festividades de todos os povos em todos os tempos, estamos celebrando nada mais, nada menos, que nossa própria sobrevivência.
Sobrevivemos a mais um giro, você completou mais uma volta. Ainda estamos aqui. Bata no peito, grite bem alto, levante sua taça – afinal, o ano se foi e você ficou! Agora, graças ao renascimento do calendário grudado na porta da geladeira, você poderá fazer novamente todas suas velhas promessas.
Celebrar a sobrevivência, apesar de previsível, não deixa de ser louvável. Nossos ancestrais miúdos, as amebas, vivem apenas dois dias. Uma miséria. Um glóbulo vermelho do seu sangue vive no máximo 120 dias: uma hemácia nascida no verão, provavelmente irá desaparecer antes do cair da primeira folha de outono. Pouquíssimas terão a oportunidade de conhecer o barulho de uma rolha de espumante.
Mesmo quando comparados a outros mamíferos, somos uma espécie longeva: um coelho vive apenas 10 anos. Gatos e cachorros, no máximo uns 18 anos. Gorilas e chimpanzés, cerca de duas reles décadas. Nós? Vivemos uma média de 75-80 anos. Faz sentido comemorarmos coletivamente cada um deles.
Mas eu iria além. Se estas festas de todos os dezembros marcam nossa sobrevivência ao longo do velório do ano velho e o trabalho de parto do próximo, porque não celebrar mais frequentemente a sobrevivência? Celebrar a imensa felicidade de acordar e desfrutar mais uma vez o mundo e as pessoas. Quer dizer, nem todas as pessoas, apenas algumas pessoas. Bem poucas, pra falar a verdade. Mas elas estão por aí e merecem um alô.
Será que temos essa inteligência suficiente para comemorar o cotidiano? Festejar a beleza elegante da evolução, a serenidade da sabedoria e o milagre absurdo que se esconde no simples fato de estarmos aqui, prestes a declarar o imposto de renda outra vez?
Considerando que o ano novo é a simples realização de que estamos vivos, porque não exaltar cada novo dia? Sim! Cada raiar do sol esconde um novo ano particular, uma oportunidade única para você refazer os cacos e juntar o todo. Que feliz ano novo que nada! Apesar da paganice, da receita federal e dos argentinos, desejo mesmo a você e toda sua família um Feliz Dia Depois do Outro! E outro. E outro. E outro. E sempre. Saúde!
Por gerações a perder de vista, os incontáveis povos que já passaram pela superfície no nosso planeta-grão-de-poeira adoravam eleger datas festivas para comemorar o que quer que fosse. Isso é uma coisa tão prevalente que me atrevo a dizer que somos o produto de milênios de seleção natural de ancestrais baladeiros e festeiras.
Por exemplo: os hindus têm um tal de Festival das Cores, para celebrar a germinação das sementes e a nova colheita que virá com a primavera. Tudo muito bonito, sincronizado com as fases da Lua, os primeiros dois dias todo mundo comportado, rezas, ladainhas, adorações, coisetal. E então, no terceiro dia… “loucura, loucura, loucura!”, como diria o Sr. Luciano “o Incrível” Huck. O festival vira festival mesmo e o bicho pega.
Um pouco pra cima da Índia, os chineses não fazem por menos. A partir da metade de setembro e até por volta da primeira semana de outubro, eles comemoram o Festival do Bolo Lunar, uma tradição com mais de 3.000 anos que celebra a derrota dos invasores mongóis. E segue-se um troca-troca sem fim de pequenos bolinhos adocicados em formato de Lua cheia. Quer dizer, eles dizem que tem formado de Lua cheia. Pra mim, é formato de bolo mesmo.
Os chineses são mestres em celebrações. Quem manda? Com 1,3 bilhões de pessoas, eles têm o próprio planeta deles por lá. Tanto é que o Ano Novo Chinês é comemorado entre 15 de janeiro e 15 de fevereiro. Ouvi falar que a tradição é soltar fogos de artifício, limpar a casa, sujar a rua com pequenos pedaços de papel vermelho e fazer muita comida, especialmente os Yau Gowk, bolinhos que simbolizam prosperidade.
Bolinhos chineses novamente. Fico imaginando o que esse povo tem com bolinhos. Deve ser algum fetiche. Sei lá.
Os muçulmanos comemoram o ano novo no meio do nosso ano. O ano novo judaico, chamado Rosh Hasanah ou a “festa das trombetas” (imagine a alegria dos vizinhos...), acontece um pouco mais tarde, em setembro. Os coreanos, mais animados, comemoram 2 anos novos: um baseado no calendário ocidental e o Seol Lal, baseado no calendário lunar chinês.
A primeira notícia que se tem de comemoração do Ano Novo no dia 1º de janeiro vem dos idos do imperador Julio Cesar, em 46 a.C, mas a data seria adotada pela cristandade apenas em 1582, com a oficialização do calendário gregoriano – que nos rege até hoje.
A celebração do Ano Novo marca um evento bastante simples e pouco altruísta: como nas demais festividades de todos os povos em todos os tempos, estamos celebrando nada mais, nada menos, que nossa própria sobrevivência.
Sobrevivemos a mais um giro, você completou mais uma volta. Ainda estamos aqui. Bata no peito, grite bem alto, levante sua taça – afinal, o ano se foi e você ficou! Agora, graças ao renascimento do calendário grudado na porta da geladeira, você poderá fazer novamente todas suas velhas promessas.
Celebrar a sobrevivência, apesar de previsível, não deixa de ser louvável. Nossos ancestrais miúdos, as amebas, vivem apenas dois dias. Uma miséria. Um glóbulo vermelho do seu sangue vive no máximo 120 dias: uma hemácia nascida no verão, provavelmente irá desaparecer antes do cair da primeira folha de outono. Pouquíssimas terão a oportunidade de conhecer o barulho de uma rolha de espumante.
Mesmo quando comparados a outros mamíferos, somos uma espécie longeva: um coelho vive apenas 10 anos. Gatos e cachorros, no máximo uns 18 anos. Gorilas e chimpanzés, cerca de duas reles décadas. Nós? Vivemos uma média de 75-80 anos. Faz sentido comemorarmos coletivamente cada um deles.
Mas eu iria além. Se estas festas de todos os dezembros marcam nossa sobrevivência ao longo do velório do ano velho e o trabalho de parto do próximo, porque não celebrar mais frequentemente a sobrevivência? Celebrar a imensa felicidade de acordar e desfrutar mais uma vez o mundo e as pessoas. Quer dizer, nem todas as pessoas, apenas algumas pessoas. Bem poucas, pra falar a verdade. Mas elas estão por aí e merecem um alô.
Será que temos essa inteligência suficiente para comemorar o cotidiano? Festejar a beleza elegante da evolução, a serenidade da sabedoria e o milagre absurdo que se esconde no simples fato de estarmos aqui, prestes a declarar o imposto de renda outra vez?
Considerando que o ano novo é a simples realização de que estamos vivos, porque não exaltar cada novo dia? Sim! Cada raiar do sol esconde um novo ano particular, uma oportunidade única para você refazer os cacos e juntar o todo. Que feliz ano novo que nada! Apesar da paganice, da receita federal e dos argentinos, desejo mesmo a você e toda sua família um Feliz Dia Depois do Outro! E outro. E outro. E outro. E sempre. Saúde!
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23 abril 2010
PROBLEMAS EMBARAÇOSOS DO ANIMAL HUMANO
© Dr. Alessandro Loiola
Alguns problemas simples do animal humano podem ser extremamente embaraçosos. Dependendo do caso, pode ser constrangedor até mesmo marcar uma consulta para tentar resolver o assunto: você corre o risco de ser recebido pelo médico com uma daquelas caras de “...mas o que esse sujeito veio fazer aqui, afinal de contas?”.
Para facilitar sua vida, listei 6 problemas teoricamente irrelevantes que podem lhe interessar – ou a alguém que você conhece.
CHULÉ
Dos vários odores típicos da sociedade moderna, poucos se igualam ao bom e velho chulé. Se você ainda duvida, respire fundo e sinta todo o frescor e suave aroma do tênis All Star de seu sobrinho adolescente. Mas, antes de conduzir este experimento, certifique-se de que a pessoa ao seu lado sabe realizar manobras de ressuscitação cardiorrespiratória. Jamais subestime o potencial letal de um bom tênis de lona.
Os odores que exalam dos pés estão relacionados ao ambiente quente e úmido que se forma dentro do sapato. Para controlar o chulé, use meias de algodão e sapatos feitos de materiais que facilitem a transpiração. Periodicamente, coloque sua palmilha e os tênis em um carrinho de bebê e leve-os para um agradável banho de sol - isso ajuda a eliminar alguns inquilinos indesejáveis, como fungos e bactérias. Se quiser optar pelo supra-sumo da sofisticação, compre um talco próprio para calçados e aplique à noite.
MAU HÁLITO
Se você se acha um conquistador nato, saiba que o que as mulheres observam mesmo é seu estado geral de higiene – e suas nádegas. Nada de bíceps de 50 cm ou abdome tanquinho: sapatos asseados, barba feita, uma roupa que pareça limpa e bons dentes são suas principais ferramentas de sedução. Mas bons dentes com mau hálito podem comprometer todo o pacote.
Apesar de escovar corretamente os dentes ajudar a prevenir cáries, a escovação pode no máximo disfarçar um pouco o mau hálito. O problema, na verdade, costuma estar escondido na língua, na garganta ou no estômago – não nos dentes. As bactérias presentes nessas regiões produzem compostos sulfurosos e, quando em excesso, podem dar ao seu bafo um toque acebolado com pitadas de alho. Escovar sua língua não irá eliminar estes compostos sulfurosos, mas beber bastante água durante o dia e utilizar soluções apropriadas para enxaguar a boca sim.
SUOR EXCESSIVO
Algumas pessoas suam aos menores esforços como tivessem saído de um dilúvio. Na maioria dos casos, o suor excessivo é traço genético hereditário, mas eliminar seus pais ou a família inteira não resolverá o problema. Converse com seu médico de confiança para excluir a possibilidade de problemas na tireóide, nos níveis sangüíneos de açúcar, alterações cardíacas e outros transtornos com manifestações parecidas.
Nos casos extremos, podem ser indicados procedimentos cirúrgicos para diminuir o suor nas palmas das mãos ou mesmo injeções periódicas de botox – essas injeções são capazes de paralisar as glândulas sudoríparas da região tratada por 6 a 12 meses.
BOLINHAS VERMELHAS
Aquelas pequenas bolinhas vermelhas que surgem nas nádegas, nas coxas e nos braços podem ser um problema denominado ceratose folicular. A ceratose é causada pela formação de pequenas rolhas endurecidas nas aberturas dos poros. As rolhas causam a retenção da secreção sebácea podendo formar lesões semelhantes a espinhas que, algumas vezes, podem inflamar e deixar manchas residuais.
Apesar de não existir um tratamento definitivo, uma boa loção ou creme pode ajudar a controlar o problema. Também é recomendável evitar roupas apertadas, tecidos sintéticos e aplicação de produtos cosméticos gordurosos nas áreas afetadas.
PELE OLEOSA
O excesso de oleosidade da pele pode estar relacionado à dieta, hereditariedade, níveis hormonais, gravidez, uso de contraceptivos orais, cosméticos, calor e umidade. Apesar daquela aparência permanente de atendente de lanchonete, existe uma vantagem: a pele oleosa envelhece mais lentamente que outros tipos de pele.
Um cuidado extra com a higiene, lavando os locais mais afetados com água morna e sabonetes neutros, duas ou três vezes ao dia, será suficiente para manter sua pele saudável. Mas atenção: evite produtos químicos muito fortes ou lavar com frequência exagerada. Isso irá apenas estimular a pele a produzir mais óleo.
DENTES AMARELOS
Fumar e consumir bebidas escuras em excesso (p.ex.: café, chá, refrigerantes a base de cola e vinho vermelho) podem alterar a coloração do esmalte dentário. E quanto mais tempo as manchas permanecerem nos seus dentes, mais difícil será retirá-las de lá. Pastas de dente contendo peróxido de carbamida ou sílica hidratada podem ajudar, mas os resultados mais dramáticos são obtidos através de tratamentos odontológicos especializados.
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Formado em Medicina pela Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, com especialização em Cirurgia Geral pela Fundação Educacional Lucas Machado (Belo Horizonte/MG), o médico capixaba Alessandro Loiola vem atuando há mais de 10 anos como desenvolvedor de conteúdo científico para jornais, revistas, canais de televisão e Internet. Palestrante, autor de vários livros sobre saúde e centenas de artigos publicados no Brasil e no exterior, Dr. Alessandro pode ser encontrado como colunista e colaborador em milhares de páginas na Web. Atualmente, reside e clinica em São José dos Campos, São Paulo.
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Alguns problemas simples do animal humano podem ser extremamente embaraçosos. Dependendo do caso, pode ser constrangedor até mesmo marcar uma consulta para tentar resolver o assunto: você corre o risco de ser recebido pelo médico com uma daquelas caras de “...mas o que esse sujeito veio fazer aqui, afinal de contas?”.
Para facilitar sua vida, listei 6 problemas teoricamente irrelevantes que podem lhe interessar – ou a alguém que você conhece.
CHULÉ
Dos vários odores típicos da sociedade moderna, poucos se igualam ao bom e velho chulé. Se você ainda duvida, respire fundo e sinta todo o frescor e suave aroma do tênis All Star de seu sobrinho adolescente. Mas, antes de conduzir este experimento, certifique-se de que a pessoa ao seu lado sabe realizar manobras de ressuscitação cardiorrespiratória. Jamais subestime o potencial letal de um bom tênis de lona.
Os odores que exalam dos pés estão relacionados ao ambiente quente e úmido que se forma dentro do sapato. Para controlar o chulé, use meias de algodão e sapatos feitos de materiais que facilitem a transpiração. Periodicamente, coloque sua palmilha e os tênis em um carrinho de bebê e leve-os para um agradável banho de sol - isso ajuda a eliminar alguns inquilinos indesejáveis, como fungos e bactérias. Se quiser optar pelo supra-sumo da sofisticação, compre um talco próprio para calçados e aplique à noite.
MAU HÁLITO
Se você se acha um conquistador nato, saiba que o que as mulheres observam mesmo é seu estado geral de higiene – e suas nádegas. Nada de bíceps de 50 cm ou abdome tanquinho: sapatos asseados, barba feita, uma roupa que pareça limpa e bons dentes são suas principais ferramentas de sedução. Mas bons dentes com mau hálito podem comprometer todo o pacote.
Apesar de escovar corretamente os dentes ajudar a prevenir cáries, a escovação pode no máximo disfarçar um pouco o mau hálito. O problema, na verdade, costuma estar escondido na língua, na garganta ou no estômago – não nos dentes. As bactérias presentes nessas regiões produzem compostos sulfurosos e, quando em excesso, podem dar ao seu bafo um toque acebolado com pitadas de alho. Escovar sua língua não irá eliminar estes compostos sulfurosos, mas beber bastante água durante o dia e utilizar soluções apropriadas para enxaguar a boca sim.
SUOR EXCESSIVO
Algumas pessoas suam aos menores esforços como tivessem saído de um dilúvio. Na maioria dos casos, o suor excessivo é traço genético hereditário, mas eliminar seus pais ou a família inteira não resolverá o problema. Converse com seu médico de confiança para excluir a possibilidade de problemas na tireóide, nos níveis sangüíneos de açúcar, alterações cardíacas e outros transtornos com manifestações parecidas.
Nos casos extremos, podem ser indicados procedimentos cirúrgicos para diminuir o suor nas palmas das mãos ou mesmo injeções periódicas de botox – essas injeções são capazes de paralisar as glândulas sudoríparas da região tratada por 6 a 12 meses.
BOLINHAS VERMELHAS
Aquelas pequenas bolinhas vermelhas que surgem nas nádegas, nas coxas e nos braços podem ser um problema denominado ceratose folicular. A ceratose é causada pela formação de pequenas rolhas endurecidas nas aberturas dos poros. As rolhas causam a retenção da secreção sebácea podendo formar lesões semelhantes a espinhas que, algumas vezes, podem inflamar e deixar manchas residuais.
Apesar de não existir um tratamento definitivo, uma boa loção ou creme pode ajudar a controlar o problema. Também é recomendável evitar roupas apertadas, tecidos sintéticos e aplicação de produtos cosméticos gordurosos nas áreas afetadas.
PELE OLEOSA
O excesso de oleosidade da pele pode estar relacionado à dieta, hereditariedade, níveis hormonais, gravidez, uso de contraceptivos orais, cosméticos, calor e umidade. Apesar daquela aparência permanente de atendente de lanchonete, existe uma vantagem: a pele oleosa envelhece mais lentamente que outros tipos de pele.
Um cuidado extra com a higiene, lavando os locais mais afetados com água morna e sabonetes neutros, duas ou três vezes ao dia, será suficiente para manter sua pele saudável. Mas atenção: evite produtos químicos muito fortes ou lavar com frequência exagerada. Isso irá apenas estimular a pele a produzir mais óleo.
DENTES AMARELOS
Fumar e consumir bebidas escuras em excesso (p.ex.: café, chá, refrigerantes a base de cola e vinho vermelho) podem alterar a coloração do esmalte dentário. E quanto mais tempo as manchas permanecerem nos seus dentes, mais difícil será retirá-las de lá. Pastas de dente contendo peróxido de carbamida ou sílica hidratada podem ajudar, mas os resultados mais dramáticos são obtidos através de tratamentos odontológicos especializados.
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Formado em Medicina pela Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, com especialização em Cirurgia Geral pela Fundação Educacional Lucas Machado (Belo Horizonte/MG), o médico capixaba Alessandro Loiola vem atuando há mais de 10 anos como desenvolvedor de conteúdo científico para jornais, revistas, canais de televisão e Internet. Palestrante, autor de vários livros sobre saúde e centenas de artigos publicados no Brasil e no exterior, Dr. Alessandro pode ser encontrado como colunista e colaborador em milhares de páginas na Web. Atualmente, reside e clinica em São José dos Campos, São Paulo.
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10 abril 2010
A VACINA CONTRA H1N1: NOTÍCIAS DIRETO DO ÚBERE DE BLOSSOM
© Dr. Alessandro Loiola
Era uma fresca manhã de 14 de maio de 1796 quando o médico inglês Edward Jenner pegou o menino James Phipps e arranhou e bezuntou seus braços com secreções purulentas colhidas das mãos de uma ordenhadeira chamada Sarah. Sarah havia recentemente contraído uma forma de varíola bovina das tetas de sua vaquinha predileta, Blossom. E Blossom, ruminando serena, nem sabia o que eram varíola ou tetas, tampouco que ela própria era um bovino.
E então James, de apenas 8 anos de idade, adoeceu, teve febre, sentiu-se mal por alguns dias e recuperou-se. Mas isso não foi suficiente para Jenner. Após alguns dias, ele investiu novamente sobre o menino (cientificamente falando, claro), sentando-lhe uma dolorosa injeção de material fresco de varíola humana. Afora a picada, o menino nada sentiu ou desenvolveu. Ele havia se tornado imune à varíola – o equivalente atual a ser imune ao HIV.
A experiência bizarra de Jenner poderia ser classificada como algo entre o desumano e o neonazista – ou ambos -, mas sua audácia resultou em um avanço que salvaria mais vidas que qualquer outra descoberta médica na assombrosa história da humanidade. Utilizando camponeses como porquinhos da Índia, Jenner havia descoberto a vacinação.
Quase 3 séculos mais tarde, somos assolados por uma nova epidemia. Desta vez, uma mutação do banal vírus da Gripe. Sim, banal. Perto de uma garrafa de cerveja, o influenza H1N1 é um iniciante: calcula-se que o H1N1 tenha ceifado cerca de 15 mil vidas no ano passado, em todo o mundo. No mesmo período e local, pelo menos 2,3 milhões de pessoas morreram devido a problemas relacionados ao consumo de álcool - e você não tem um ataque de pânico ao ver uma garrafa de Chivas, tem?
Ah, sim: segundo dados da OMS, a cada ano o trânsito causa mais de 1 milhão e duzentas mil mortes e o Fumo, cerca de 5.000.000 de óbitos. Se você conhece algum tabagista que dirige, providencie agora mesmo uma coroa de flores para ele. Quem sabe comprando adiantando você consegue um bom desconto.
Por causa da burrice generalizada... perdão, deixe-me corrigir: por causa das agendas equivocadas, da incapacidade institucionalizada e da corrupção hereditária, nosso governo vai investir uma senhora grana na aquisição e distribuição de mais de 100 milhões de doses da vacina contra H1N1. Pilhas e pilhas e pilhas de notas de reais investidos em uma campanha nacional de seringa-marketing. Tsc, tsc.
Quer melhorar a saúde da população? Então que tal não deixar faltar remédio para hipertensão no posto saúde e acompanhar de perto todo e qualquer hipertenso? Afinal de contas, a hipertensão arterial é responsável por mais de 7 milhões de mortes prematuras a cada ano.
Mas tudo bem. Isso combina como uma luva com a estratégia de saúde de um (des)Governo que criou com pompas e circunstâncias o Fome Zero, destinado a aplacar a desnutrição de 18 milhões de brasileiros – e pouco fez para controlar o excesso de peso que atinge outros 70 milhões de patrícios. Temos 3 gordos para cada 1 desnutrido e querem distribuir mais comida. Tá certo. Nada contra. O faturamento do meu consultório agradece.
Minha pirraça com esta campanha de imunização contra o H1N1 reside na sinistra rapidez com que uma vacina de massa foi desenvolvida e prontamente disponibilizada à população. Os primeiros casos de H1N1 foram detectados em abril de 2009 e menos de um ano depois já temos uma vacina “absolutamente segura e eficaz”? Hum... sei não... vou perguntar pro Papai Noel, pode?
Em 1999, uma vacina infantil “altamente eficiente” contra rotavírus foi rapidamente retirada do mercado nos EUA: após 14 meses de vacinações, as estatísticas mostraram que a RotaShield aumentava de modo significativo o risco de intussuscepção – um tipo de obstrução intestinal potencialmente fatal.
Até hoje, corre solta a discussão se o aumento nos casos de autismo observado nas últimas décadas não estaria relacionado ao timerosal, um conservante presente em muitas vacinas. A pressa é inimiga da perfeição – e vizinha do superfaturamento.
Uma (excelente) revisão recente da Cochrane Collaboration, envolvendo mais de 70 estudos científicos de qualidade, concluiu que nem mesmo a vacina contra gripe comum possui evidências concretas sobre sua eficácia em pessoas com mais de 65 anos de idade. Que dirá a vacina para o H1N1.
A princípio, espera-se que uma vacina cause menos efeitos que a doença contra a qual ela oferece proteção. Mas esses dados ainda não estão disponíveis para a vacina contra o H1N1. Os próprios especialistas americanos, do CDC, do FDA e do Departamento de Defesa estão vigilantes para identificar quaisquer eventuais efeitos colaterais. “Podem ocorrer alguns efeitos adversos, algo poderia acontecer, mas nós acreditamos que isto é altamente improvável”, disse o especialista Dr. Mark Mulligan, diretor executivo do Emory Vaccine Center, em Atlanta (EUA).
Como é que é? Eles “acreditam” que um efeito colateral é altamente improvável? É alguma procissão de fé? Chama o Papai Noel aí de novo.
Eu muito modestamente creio que um programa direcionado para a melhoria das condições sanitárias e nutricionais da população possuiria uma relação de custo-benefício bem superior a certas campanhas de vacinação. Por exemplo: por que não substituir a campanha anual de vacinação contra gripe por um programa sazonal orientando a população a utilizar suplementos de vitamina D3?
Ao contrário da vacina, a vitamina D3 oferece uma proteção quase universal contra o Influenza. Além disso, em doses maiores, a D3 pode ser capaz de curar a gripe.
Lamentavelmente, a mentalidade feudal de Edward Jenner prevalece. Seu legado intelectual pode ser insubstituível, mas não tenho vocação para cobaia. Entre as injeções contra H1N1 e o estábulo, ainda prefiro o úbere de Blossom.
Se a curiosidade lhe mordeu, recomendo então mais alguns links para artigos sensatos sobre H1N1 e a milagrosa vacina:
- Pandemia de gripe ou pandemia de pânico? - http://www.channel4.com/news/articles/science_technology/pandemic+flu+or+pandemic+panic/3279557
- Uma gigantesca indústria aguarda pela pandemia - http://www.spiegel.de/international/world/0,1518,637119,00.html
- O que nós realmente sabemos sobre a vacina?
http://www.theglobeandmail.com/news/opinions/what-do-we-know-about-the-vaccines-safety-not-enough/article1242422/
- Estudo de Vigilância Epidemiológica na Austrália conclui: não existem evidências mostrando proteção significativa da vacina contra gripe em qualquer faixa etária. http://pesquisa.bvsalud.org/h1n1/resources/mdl-19660248
- Entrevista com Dr. Tom Jefferson, renomado epidemiologista do Cochrane Collaboration Group - http://blogs.ft.com/healthblog/2009/09/11/interview-dr-tom-jefferson-and-pandemic-flu-vaccines/
Era uma fresca manhã de 14 de maio de 1796 quando o médico inglês Edward Jenner pegou o menino James Phipps e arranhou e bezuntou seus braços com secreções purulentas colhidas das mãos de uma ordenhadeira chamada Sarah. Sarah havia recentemente contraído uma forma de varíola bovina das tetas de sua vaquinha predileta, Blossom. E Blossom, ruminando serena, nem sabia o que eram varíola ou tetas, tampouco que ela própria era um bovino.
E então James, de apenas 8 anos de idade, adoeceu, teve febre, sentiu-se mal por alguns dias e recuperou-se. Mas isso não foi suficiente para Jenner. Após alguns dias, ele investiu novamente sobre o menino (cientificamente falando, claro), sentando-lhe uma dolorosa injeção de material fresco de varíola humana. Afora a picada, o menino nada sentiu ou desenvolveu. Ele havia se tornado imune à varíola – o equivalente atual a ser imune ao HIV.
A experiência bizarra de Jenner poderia ser classificada como algo entre o desumano e o neonazista – ou ambos -, mas sua audácia resultou em um avanço que salvaria mais vidas que qualquer outra descoberta médica na assombrosa história da humanidade. Utilizando camponeses como porquinhos da Índia, Jenner havia descoberto a vacinação.
Quase 3 séculos mais tarde, somos assolados por uma nova epidemia. Desta vez, uma mutação do banal vírus da Gripe. Sim, banal. Perto de uma garrafa de cerveja, o influenza H1N1 é um iniciante: calcula-se que o H1N1 tenha ceifado cerca de 15 mil vidas no ano passado, em todo o mundo. No mesmo período e local, pelo menos 2,3 milhões de pessoas morreram devido a problemas relacionados ao consumo de álcool - e você não tem um ataque de pânico ao ver uma garrafa de Chivas, tem?
Ah, sim: segundo dados da OMS, a cada ano o trânsito causa mais de 1 milhão e duzentas mil mortes e o Fumo, cerca de 5.000.000 de óbitos. Se você conhece algum tabagista que dirige, providencie agora mesmo uma coroa de flores para ele. Quem sabe comprando adiantando você consegue um bom desconto.
Por causa da burrice generalizada... perdão, deixe-me corrigir: por causa das agendas equivocadas, da incapacidade institucionalizada e da corrupção hereditária, nosso governo vai investir uma senhora grana na aquisição e distribuição de mais de 100 milhões de doses da vacina contra H1N1. Pilhas e pilhas e pilhas de notas de reais investidos em uma campanha nacional de seringa-marketing. Tsc, tsc.
Quer melhorar a saúde da população? Então que tal não deixar faltar remédio para hipertensão no posto saúde e acompanhar de perto todo e qualquer hipertenso? Afinal de contas, a hipertensão arterial é responsável por mais de 7 milhões de mortes prematuras a cada ano.
Mas tudo bem. Isso combina como uma luva com a estratégia de saúde de um (des)Governo que criou com pompas e circunstâncias o Fome Zero, destinado a aplacar a desnutrição de 18 milhões de brasileiros – e pouco fez para controlar o excesso de peso que atinge outros 70 milhões de patrícios. Temos 3 gordos para cada 1 desnutrido e querem distribuir mais comida. Tá certo. Nada contra. O faturamento do meu consultório agradece.
Minha pirraça com esta campanha de imunização contra o H1N1 reside na sinistra rapidez com que uma vacina de massa foi desenvolvida e prontamente disponibilizada à população. Os primeiros casos de H1N1 foram detectados em abril de 2009 e menos de um ano depois já temos uma vacina “absolutamente segura e eficaz”? Hum... sei não... vou perguntar pro Papai Noel, pode?
Em 1999, uma vacina infantil “altamente eficiente” contra rotavírus foi rapidamente retirada do mercado nos EUA: após 14 meses de vacinações, as estatísticas mostraram que a RotaShield aumentava de modo significativo o risco de intussuscepção – um tipo de obstrução intestinal potencialmente fatal.
Até hoje, corre solta a discussão se o aumento nos casos de autismo observado nas últimas décadas não estaria relacionado ao timerosal, um conservante presente em muitas vacinas. A pressa é inimiga da perfeição – e vizinha do superfaturamento.
Uma (excelente) revisão recente da Cochrane Collaboration, envolvendo mais de 70 estudos científicos de qualidade, concluiu que nem mesmo a vacina contra gripe comum possui evidências concretas sobre sua eficácia em pessoas com mais de 65 anos de idade. Que dirá a vacina para o H1N1.
A princípio, espera-se que uma vacina cause menos efeitos que a doença contra a qual ela oferece proteção. Mas esses dados ainda não estão disponíveis para a vacina contra o H1N1. Os próprios especialistas americanos, do CDC, do FDA e do Departamento de Defesa estão vigilantes para identificar quaisquer eventuais efeitos colaterais. “Podem ocorrer alguns efeitos adversos, algo poderia acontecer, mas nós acreditamos que isto é altamente improvável”, disse o especialista Dr. Mark Mulligan, diretor executivo do Emory Vaccine Center, em Atlanta (EUA).
Como é que é? Eles “acreditam” que um efeito colateral é altamente improvável? É alguma procissão de fé? Chama o Papai Noel aí de novo.
Eu muito modestamente creio que um programa direcionado para a melhoria das condições sanitárias e nutricionais da população possuiria uma relação de custo-benefício bem superior a certas campanhas de vacinação. Por exemplo: por que não substituir a campanha anual de vacinação contra gripe por um programa sazonal orientando a população a utilizar suplementos de vitamina D3?
Ao contrário da vacina, a vitamina D3 oferece uma proteção quase universal contra o Influenza. Além disso, em doses maiores, a D3 pode ser capaz de curar a gripe.
Lamentavelmente, a mentalidade feudal de Edward Jenner prevalece. Seu legado intelectual pode ser insubstituível, mas não tenho vocação para cobaia. Entre as injeções contra H1N1 e o estábulo, ainda prefiro o úbere de Blossom.
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- Uma gigantesca indústria aguarda pela pandemia - http://www.spiegel.de/international/world/0,1518,637119,00.html
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30 março 2010
A MAIOR INVENÇÃO DE TODOS OS TEMPOS
© Dr. Alessandro Loiola
Existe uma frase marcante creditada a Albert Einstein que diz mais ou menos assim: “Toda a nossa ciência, quando comparada à natureza, é absolutamente medíocre – e ainda assim, esta mesma ciência é a coisa mais preciosa que temos”.
Construímos prédios majestosos e computadores poderosíssimos, enviamos sondas para outros planetas e prolongamos a vida com vacinas e antibióticos, mas realmente nada se compara a uma das invenções mais extraordinárias da natureza: o cérebro humano.
Enquanto fiscaliza e organiza incontáveis funções do corpo, essa massa esponjosa que você tem bem aí entre suas orelhas analisa informações do meio externo, processa memórias, elabora raciocínios, cria pensamentos abstratos, descobre soluções e, nas horas de descanso, sonha. Ele nunca pára.
Ao nascer, o cérebro de um bebê tem por volta de 350g e, apesar do número de células cerebrais permanecer relativamente estável ao longo de nossas vidas, estas células aumentam de volume e passam a fazer mais conexões entre si com o passar do tempo. O cérebro de um humano adulto médio pesa cerca de 1,3 a 1,4 Kg, sendo 80% deste peso constituído por água pura.
Existem 2 tipos principais de células no cérebro: as células gliais e os neurônios. Ao contrário dos neurônios, que não se dividem, as células gliais se multiplicam acompanhando o crescimento do corpo, oferecendo sustentação, nutrientes e oxigênio para os neurônios.
As estimativas mais conservadoras dizem que temos entre 80 e 90 bilhões de neurônios dentro do crânio, e cada um desses neurônios estabelece cerca de 1.000 a 10.000 conexões com neurônios vizinhos. Em termos eletrônicos, se considerarmos que cada conexão neuronal corresponde a 1 bit, o resultado da capacidade de processamento de dados do cérebro totaliza impressionantes 100 trilhões de bites.
Indo mais além, imagine que cada “bit” cerebral, cada ligação entre os neurônios, corresponda a dois estados mentais diferentes. Por exemplo: quando ligada, uma determinada conexão neuronal seria igual a “acordado”, e quando desligada, igual a “dormindo”.
Para cada conexão (cada bit), teríamos 2 estados mentais diferentes: ligado e desligado, certo? Certo. Então, o número de estados mentais possíveis para um cérebro humano saudável seria igual a 2 (correspondendo às duas configurações possíveis para cada bit) elevado a potência de 100 trilhões (equivalente ao número de bites cerebrais). Este número inimaginavelmente enorme é bem maior, por exemplo, que o número total de átomos no universo. E os impulsos bioelétricos que passam por essas conexões transitam a mais de 300 km/h!
Sem dúvida alguma, existem estados mentais que jamais foram experimentados ao longo de toda nossa história evolucionária, idéias incríveis esperando por um relance, idéias que poderiam mudar o curso de nossa espécie neste planeta. A partir desta perspectiva, cada ser humano passa a ser único e raro, e considerar a vida como algo verdadeiramente sagrado começa a fazer algum sentido.
Considerando todo este potencial, não admira que o cérebro, representando apenas 2% do peso corporal, utilize 20% de todo o suprimento de sangue e oxigênio do organismo. Para manter seu prodígio neuronal sempre afiado é preciso exercitá-lo com freqüência, e um modo bem divertido de fazer isso é aprendendo coisas novas o tempo todo e utilizando a curiosidade para aguçar o raciocínio.
E por que deixar para depois? Comece agora mesmo a exercitar sua mente com uma brincadeira bem simples: descubra por si só ou com a ajuda de amigos as respostas para as perguntas a seguir. A solução está no final, mas não vale trapacear!
1. Você tem dois jarros cheios de água. Como poderia passar toda esta água para um só barril sem utilizar os jarros ou qualquer outro recipiente, e ainda assim ser capaz de dizer qual água veio de qual jarro?
2. O que é preto quando você compra, vermelho quando usa, e cinza quando joga fora?
3. Você é capaz de dizer o nome de 3 dias consecutivos da semana sem utilizar números ou as palavras segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira, sábado ou domingo?
4. O que é mais inusitado no seguinte o texto: “Cultivemos nosso polifônico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores. Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e professores! Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos, berço de heróis e de nobres descobridores de mundos novos”.
***
Funções das partes do cérebro
Lobo Frontal - Comportamento, pensamentos abstratos, solução de problemas, atenção, criatividade, algumas emoções, intelecto, reflexão, julgamento, iniciativa, inibição, coordenação de movimentos, alguns movimentos dos olhos, olfato, algumas habilidades motoras, reações físicas e libido.
Lobo Occipital - Visão e leitura.
Lobo Parietal - Tato, capacidade de identificar objetos segundo sua forma (estereognosia), resposta a estímulos internos (propriocepção), combinação entre estímulos sensoriais e compreensão, algumas funções da linguagem, da leitura e da visão.
Lobo Temporal - Audição, memórias (auditivas e visuais), música, medo, fala, linguagem, comportamento e emoções, sentimento de identidade.
Hemisfério direito - Controla o lado esquerdo do corpo, responsável pela relação temporal e especial, análise de informações não-verbais, comunica as emoções.
Hemisfério esquerdo - Controla do lado direito do corpo, produção e compreensão da linguagem.
Cerebelo - Equilíbrio, postura; possui centros de controle para funções cardíacas, respiratórias e vasomotoras.
Tronco cerebral - Centro motor e sensorial para o corpo e a face; possui centros de controle para funções cardíacas, respiratórias e vasomotoras.
Hipotálamo - Estado de humor, motivação, maturação sexual, regula temperatura corporal e vários processos de produção hormonal.
Hipófise - Regula processos de produção hormonal, crescimento e maturação física e sexual.
***
Respostas para o Quiz
1. Congelando a água primeiro.
2. O carvão.
3. Ontem, hoje e amanhã.
4. Este texto não possui uma única letra A, que é a letra mais comum no Português. A ordem de freqüência de ocorrência das letras em português é a seguinte: A E O S I R N D T C M U P L V G B F Q H J X Z K W Y. No inglês, a letra E é a mais comum.
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11 março 2010
UM BRINDE AO DIA DEPOIS DO OUTRO
© Dr. Alessandro Loiola
Por gerações a perder de vista, os incontáveis povos que já passaram pela superfície no nosso planeta-grão-de-poeira adoravam eleger datas festivas para comemorar o que quer que fosse. Isso é uma coisa tão prevalente que me atrevo a dizer que somos o produto de milênios de seleção natural de ancestrais baladeiros e festeiras.
Por exemplo: os hindus têm um tal de Festival das Cores, para celebrar a germinação das sementes e a nova colheita que virá com a primavera. Tudo muito bonito, sincronizado com as fases da Lua, os primeiros dois dias todo mundo comportado, rezas, ladainhas, adorações, coisetal. E então, no terceiro dia… “loucura, loucura, loucura!”, como diria o Sr. Luciano “o Incrível” Huck. O festival vira festival mesmo e o bicho pega.
Um pouco pra cima da Índia, os chineses não fazem por menos. A partir da metade de setembro e até por volta da primeira semana de outubro, eles comemoram o Festival do Bolo Lunar, uma tradição com mais de 3.000 anos que celebra a derrota dos invasores mongóis. E segue-se um troca-troca sem fim de pequenos bolinhos adocicados em formato de Lua cheia. Quer dizer, eles dizem que tem formado de Lua cheia. Pra mim, é formato de bolo mesmo.
Os chineses são mestres em celebrações. Quem manda? Com 1,3 bilhões de pessoas, eles têm o próprio planeta deles por lá. Tanto é que o Ano Novo Chinês é comemorado entre 15 de janeiro e 15 de fevereiro. Ouvi falar que a tradição é soltar fogos de artifício, limpar a casa, sujar a rua com pequenos pedaços de papel vermelho e fazer muita comida, especialmente os Yau Gowk, bolinhos que simbolizam prosperidade.
Bolinhos chineses novamente. Fico imaginando o que esse povo tem com bolinhos. Deve ser algum fetiche. Sei lá.
Os muçulmanos comemoram o ano novo no meio do nosso ano. O ano novo judaico, chamado Rosh Hasanah ou a “festa das trombetas” (imagine a alegria dos vizinhos...), acontece um pouco mais tarde, em setembro. Os coreanos, mais animados, comemoram 2 anos novos: um baseado no calendário ocidental e o Seol Lal, baseado no calendário lunar chinês.
A primeira notícia que se tem de comemoração do Ano Novo no dia 1º de janeiro vem dos idos do imperador Julio Cesar, em 46 a.C, mas a data seria adotada pela cristandade apenas em 1582, com a oficialização do calendário gregoriano – que nos rege até hoje.
A celebração do Ano Novo marca um evento bastante simples e pouco altruísta: como nas demais festividades de todos os povos em todos os tempos, estamos celebrando nada mais, nada menos, que nossa própria sobrevivência.
Sobrevivemos a mais um giro, você completou mais uma volta. Ainda estamos aqui. Bata no peito, grite bem alto, levante sua taça – afinal, o ano se foi e você ficou! Agora, graças ao renascimento do calendário grudado na porta da geladeira, você poderá fazer novamente todas suas velhas promessas.
Celebrar a sobrevivência, apesar de previsível, não deixa de ser louvável. Nossos ancestrais miúdos, as amebas, vivem apenas dois dias. Uma miséria. Um glóbulo vermelho do seu sangue vive no máximo 120 dias: uma hemácia nascida no verão, provavelmente irá desaparecer antes do cair da primeira folha de outono. Pouquíssimas terão a oportunidade de conhecer o barulho de uma rolha de espumante.
Mesmo quando comparados a outros mamíferos, somos uma espécie longeva: um coelho vive apenas 10 anos. Gatos e cachorros, no máximo uns 18 anos. Gorilas e chimpanzés, cerca de duas reles décadas. Nós? Vivemos uma média de 75-80 anos. Faz sentido comemorarmos coletivamente cada um deles.
Mas eu iria além. Se estas festas de todos os dezembros marcam nossa sobrevivência ao longo do velório do ano velho e o trabalho de parto do próximo, porque não celebrar mais frequentemente a sobrevivência? Celebrar a imensa felicidade de acordar e desfrutar mais uma vez o mundo e as pessoas. Quer dizer, nem todas as pessoas, apenas algumas pessoas. Bem poucas, pra falar a verdade. Mas elas estão por aí e merecem um alô.
Será que temos essa inteligência suficiente para comemorar o cotidiano? Festejar a beleza elegante da evolução, a serenidade da sabedoria e o milagre absurdo que se esconde no simples fato de estarmos aqui, prestes a declarar o imposto de renda outra vez?
Considerando que o ano novo é a simples realização de que estamos vivos, porque não exaltar cada novo dia? Sim! Cada raiar do sol esconde um novo ano particular, uma oportunidade única para você refazer os cacos e juntar o todo. Que feliz ano novo que nada! Apesar da paganice, da receita federal e dos argentinos, desejo mesmo a você e toda sua família um Feliz Dia Depois do Outro! E outro. E outro. E outro. E sempre. Saúde!
Por gerações a perder de vista, os incontáveis povos que já passaram pela superfície no nosso planeta-grão-de-poeira adoravam eleger datas festivas para comemorar o que quer que fosse. Isso é uma coisa tão prevalente que me atrevo a dizer que somos o produto de milênios de seleção natural de ancestrais baladeiros e festeiras.
Por exemplo: os hindus têm um tal de Festival das Cores, para celebrar a germinação das sementes e a nova colheita que virá com a primavera. Tudo muito bonito, sincronizado com as fases da Lua, os primeiros dois dias todo mundo comportado, rezas, ladainhas, adorações, coisetal. E então, no terceiro dia… “loucura, loucura, loucura!”, como diria o Sr. Luciano “o Incrível” Huck. O festival vira festival mesmo e o bicho pega.
Um pouco pra cima da Índia, os chineses não fazem por menos. A partir da metade de setembro e até por volta da primeira semana de outubro, eles comemoram o Festival do Bolo Lunar, uma tradição com mais de 3.000 anos que celebra a derrota dos invasores mongóis. E segue-se um troca-troca sem fim de pequenos bolinhos adocicados em formato de Lua cheia. Quer dizer, eles dizem que tem formado de Lua cheia. Pra mim, é formato de bolo mesmo.
Os chineses são mestres em celebrações. Quem manda? Com 1,3 bilhões de pessoas, eles têm o próprio planeta deles por lá. Tanto é que o Ano Novo Chinês é comemorado entre 15 de janeiro e 15 de fevereiro. Ouvi falar que a tradição é soltar fogos de artifício, limpar a casa, sujar a rua com pequenos pedaços de papel vermelho e fazer muita comida, especialmente os Yau Gowk, bolinhos que simbolizam prosperidade.
Bolinhos chineses novamente. Fico imaginando o que esse povo tem com bolinhos. Deve ser algum fetiche. Sei lá.
Os muçulmanos comemoram o ano novo no meio do nosso ano. O ano novo judaico, chamado Rosh Hasanah ou a “festa das trombetas” (imagine a alegria dos vizinhos...), acontece um pouco mais tarde, em setembro. Os coreanos, mais animados, comemoram 2 anos novos: um baseado no calendário ocidental e o Seol Lal, baseado no calendário lunar chinês.
A primeira notícia que se tem de comemoração do Ano Novo no dia 1º de janeiro vem dos idos do imperador Julio Cesar, em 46 a.C, mas a data seria adotada pela cristandade apenas em 1582, com a oficialização do calendário gregoriano – que nos rege até hoje.
A celebração do Ano Novo marca um evento bastante simples e pouco altruísta: como nas demais festividades de todos os povos em todos os tempos, estamos celebrando nada mais, nada menos, que nossa própria sobrevivência.
Sobrevivemos a mais um giro, você completou mais uma volta. Ainda estamos aqui. Bata no peito, grite bem alto, levante sua taça – afinal, o ano se foi e você ficou! Agora, graças ao renascimento do calendário grudado na porta da geladeira, você poderá fazer novamente todas suas velhas promessas.
Celebrar a sobrevivência, apesar de previsível, não deixa de ser louvável. Nossos ancestrais miúdos, as amebas, vivem apenas dois dias. Uma miséria. Um glóbulo vermelho do seu sangue vive no máximo 120 dias: uma hemácia nascida no verão, provavelmente irá desaparecer antes do cair da primeira folha de outono. Pouquíssimas terão a oportunidade de conhecer o barulho de uma rolha de espumante.
Mesmo quando comparados a outros mamíferos, somos uma espécie longeva: um coelho vive apenas 10 anos. Gatos e cachorros, no máximo uns 18 anos. Gorilas e chimpanzés, cerca de duas reles décadas. Nós? Vivemos uma média de 75-80 anos. Faz sentido comemorarmos coletivamente cada um deles.
Mas eu iria além. Se estas festas de todos os dezembros marcam nossa sobrevivência ao longo do velório do ano velho e o trabalho de parto do próximo, porque não celebrar mais frequentemente a sobrevivência? Celebrar a imensa felicidade de acordar e desfrutar mais uma vez o mundo e as pessoas. Quer dizer, nem todas as pessoas, apenas algumas pessoas. Bem poucas, pra falar a verdade. Mas elas estão por aí e merecem um alô.
Será que temos essa inteligência suficiente para comemorar o cotidiano? Festejar a beleza elegante da evolução, a serenidade da sabedoria e o milagre absurdo que se esconde no simples fato de estarmos aqui, prestes a declarar o imposto de renda outra vez?
Considerando que o ano novo é a simples realização de que estamos vivos, porque não exaltar cada novo dia? Sim! Cada raiar do sol esconde um novo ano particular, uma oportunidade única para você refazer os cacos e juntar o todo. Que feliz ano novo que nada! Apesar da paganice, da receita federal e dos argentinos, desejo mesmo a você e toda sua família um Feliz Dia Depois do Outro! E outro. E outro. E outro. E sempre. Saúde!
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12 fevereiro 2010
CORAÇÃO DE MULHER
Dr. Alessandro Loiola
- O negócio é o seguinte: mulher é um bicho complicado. Um bicho muito complicado!... - estava começando meu almoço e o amigo/conhecido, recentemente moído por uma experiência sentimental mal-sucedida, sentou-se descascando sua laranja:
- ... Pra você ter uma idéia, concluí que mulher não gosta de homem. Mulher gosta de dinheiro, sapatos de salto alto, cartão de crédito sem limite... nem de falar de homem, mulher gosta. Elas gostam mesmo é de falar de outras mulheres.
- Hum... ?
- É isso aí. Vá até uma banca, procure revistas para homens. O que você espera ver? Fotos de mulheres. Mulheres com roupa, mulheres sem roupa, mulheres com carros, mulheres na praia, mulheres em todo canto... e uma ou outra foto de um sujeito com cara de Zé fazendo alguma coisa pouco interessante. Agora, procure por revistas voltadas para mulheres. O que você verá?
- Nem imagino... – respondi lacônico, enquanto tentava decifrar porque o arroz tinha gosto idêntico ao da batata cozida. Esse sabor unânime da comida de hospital sempre foi um mistério para mim.
- Pois eu lhe digo: você verá a mesmíssima coisa ! Algumas vezes a revista traz “dez técnicas para acabar com a celulite”, “20 maneiras para vencer suas rugas”, ou “30 dicas quentes para estar na moda neste inverno”, mas no bojo, é tudo igual. Só tem mulher em revista de mulher.
- Olha, de repente se você trocar de revistas...
- Não adianta. Nós só pensamos em mulheres. Elas, idem. Mulheres... ô bicho complicado !
Realmente, entender as mulheres é tarefa para poucos profissionais. No meu caso, me considero no máximo um amador genuinamente interessado. Ainda assim, fui pesquisar para ver se o amigo de cotovelo quebrado possuía alguma razão. Terminei deparando com um outro fato interessante: a absoluta escassez de textos sobre problemas cardiovasculares nas publicações que se dizem voltadas para o ex-sexo frágil.
Páginas, entrevistas e testemunhos sobre AIDS, câncer, menopausa e infidelidade sobram para todo lado, mas pouco se fala sobre a saúde do coração feminino. Saúde orgânica, entenda-se. Apenas nos EUA, mais de 260.000 mulheres morrem anualmente vítimas de ataques cardíacos, um número 5 vezes maior que as mortes causadas pelo câncer de mama.
As mulheres possuem um risco de complicações mais de duas vezes maior que os homens quando se trata de doenças do coração. O motivo? Os sintomas raramente são típicos, provocando atrasos graves na detecção e tratamento do problema.
Dormências no pescoço, dores no meio das costas ou na região do queixo, fôlego
curto, vertigens, náuseas e vômitos podem sinalizar distúrbios cardíacos nas mulheres. Entretanto, como estas manifestações não costumam ser associadas imediatamente a problemas no coração, o diagnóstico correto demora a ser feito, aumentando a incidência de fatalidades.
Para cuidar melhor do seu coração, toda mulher deveria ter na ponta da língua 3 recomendações simples:
1. CONHEÇA SEUS RISCOS. O uso simultâneo de cigarro e pílulas anticoncepcionais aumenta consideravelmente o risco de ataques cardíacos e derrame. A terapia de reposição hormonal, indicada em alguns casos de menopausa, também pode aumentar suas chances de infarto. Converse com seu médico.
2. ATENÇÃO PARA SINTOMAS POUCO SUSPEITOS. Ao invés da clássica dor tipo aperto no lado esquerdo do peito, mulheres que sofrem de doenças do coração tendem a se queixar de dores nos braços, pescoço, costas ou boca do estômago, associadas a palpitações, suores e vertigens. É lógico que estes sintomas podem ocorrer em inúmeras outras situações, mas não deixe de pensar que eles também podem significar problemas no coração. Aja rápido.
3. FAÇA SEU DEVER DE CASA. pratique regularmente uma atividade física para manter a pressão arterial em 120/70. Trinta minutos de caminhada rápida pelo menos 3-4 vezes por semana, se possível temperados com exercícios de alongamento, meditação e controle da respiração, são uma boa ajuda neste sentido.
Siga uma dieta saudável capaz de elevar o colesterol bom (HDL) acima de 50 mg/dL e segurar os níveis de triglicerídios abaixo de 150 mg/dL.
E, finalmente, se quiser voltar ao seu peso ideal perdendo de uma só vez 80 Kg de gordura inútil, despache seu marido ou namorado para tirar uma foto de um iaque no Tibet. Porque, olha: homem é um bicho complicado. Um bicho muito complicado.
- O negócio é o seguinte: mulher é um bicho complicado. Um bicho muito complicado!... - estava começando meu almoço e o amigo/conhecido, recentemente moído por uma experiência sentimental mal-sucedida, sentou-se descascando sua laranja:
- ... Pra você ter uma idéia, concluí que mulher não gosta de homem. Mulher gosta de dinheiro, sapatos de salto alto, cartão de crédito sem limite... nem de falar de homem, mulher gosta. Elas gostam mesmo é de falar de outras mulheres.
- Hum... ?
- É isso aí. Vá até uma banca, procure revistas para homens. O que você espera ver? Fotos de mulheres. Mulheres com roupa, mulheres sem roupa, mulheres com carros, mulheres na praia, mulheres em todo canto... e uma ou outra foto de um sujeito com cara de Zé fazendo alguma coisa pouco interessante. Agora, procure por revistas voltadas para mulheres. O que você verá?
- Nem imagino... – respondi lacônico, enquanto tentava decifrar porque o arroz tinha gosto idêntico ao da batata cozida. Esse sabor unânime da comida de hospital sempre foi um mistério para mim.
- Pois eu lhe digo: você verá a mesmíssima coisa ! Algumas vezes a revista traz “dez técnicas para acabar com a celulite”, “20 maneiras para vencer suas rugas”, ou “30 dicas quentes para estar na moda neste inverno”, mas no bojo, é tudo igual. Só tem mulher em revista de mulher.
- Olha, de repente se você trocar de revistas...
- Não adianta. Nós só pensamos em mulheres. Elas, idem. Mulheres... ô bicho complicado !
Realmente, entender as mulheres é tarefa para poucos profissionais. No meu caso, me considero no máximo um amador genuinamente interessado. Ainda assim, fui pesquisar para ver se o amigo de cotovelo quebrado possuía alguma razão. Terminei deparando com um outro fato interessante: a absoluta escassez de textos sobre problemas cardiovasculares nas publicações que se dizem voltadas para o ex-sexo frágil.
Páginas, entrevistas e testemunhos sobre AIDS, câncer, menopausa e infidelidade sobram para todo lado, mas pouco se fala sobre a saúde do coração feminino. Saúde orgânica, entenda-se. Apenas nos EUA, mais de 260.000 mulheres morrem anualmente vítimas de ataques cardíacos, um número 5 vezes maior que as mortes causadas pelo câncer de mama.
As mulheres possuem um risco de complicações mais de duas vezes maior que os homens quando se trata de doenças do coração. O motivo? Os sintomas raramente são típicos, provocando atrasos graves na detecção e tratamento do problema.
Dormências no pescoço, dores no meio das costas ou na região do queixo, fôlego
curto, vertigens, náuseas e vômitos podem sinalizar distúrbios cardíacos nas mulheres. Entretanto, como estas manifestações não costumam ser associadas imediatamente a problemas no coração, o diagnóstico correto demora a ser feito, aumentando a incidência de fatalidades.
Para cuidar melhor do seu coração, toda mulher deveria ter na ponta da língua 3 recomendações simples:
1. CONHEÇA SEUS RISCOS. O uso simultâneo de cigarro e pílulas anticoncepcionais aumenta consideravelmente o risco de ataques cardíacos e derrame. A terapia de reposição hormonal, indicada em alguns casos de menopausa, também pode aumentar suas chances de infarto. Converse com seu médico.
2. ATENÇÃO PARA SINTOMAS POUCO SUSPEITOS. Ao invés da clássica dor tipo aperto no lado esquerdo do peito, mulheres que sofrem de doenças do coração tendem a se queixar de dores nos braços, pescoço, costas ou boca do estômago, associadas a palpitações, suores e vertigens. É lógico que estes sintomas podem ocorrer em inúmeras outras situações, mas não deixe de pensar que eles também podem significar problemas no coração. Aja rápido.
3. FAÇA SEU DEVER DE CASA. pratique regularmente uma atividade física para manter a pressão arterial em 120/70. Trinta minutos de caminhada rápida pelo menos 3-4 vezes por semana, se possível temperados com exercícios de alongamento, meditação e controle da respiração, são uma boa ajuda neste sentido.
Siga uma dieta saudável capaz de elevar o colesterol bom (HDL) acima de 50 mg/dL e segurar os níveis de triglicerídios abaixo de 150 mg/dL.
E, finalmente, se quiser voltar ao seu peso ideal perdendo de uma só vez 80 Kg de gordura inútil, despache seu marido ou namorado para tirar uma foto de um iaque no Tibet. Porque, olha: homem é um bicho complicado. Um bicho muito complicado.
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