Nossa Primavera Árabe, pretensamente motivada pela "defesa" da Operação Lava Jato, se iniciou em 15 de março de 2015, convulsionando reentrantemente nas ruas de 337 cidades até julho de 2016, quando arrefeceu ao inferir que bastava-se em si mesma, pois "o recado estava dado". Agora, neste segundo capítulo movido a diesel e eixos suspensos, tentamos colar na tela das TVs e dos smartphones uma série exibida em 1972, no Chile.
Revoluções são assim, compartilham esses começos brandos e recorrentes como qualquer mesoapendicite, para então deflagrar um quadro séptico que só uma cirurgia amputadora resolve.
Foi mais ou menos um quadro inflamatório desses que acometeu a França entre 1789 e 1799, por exemplo, quando a turba liderada por Marat, Danton, Hébert, Saint Just e Robespierre custou literalmente a cabeça de Luís XVI em 1793. O Comitê de Salvação Política, de Robespierre, cobraria o preço de outras 15 mil decapitações (em uma conta mínima).
Curiosamente, Robespierre e Danton terminariam experimentando em 1794 o mesmo método de debate que haviam tornado padrão: a guilhotina. Como consequência da revolução pela abolição e substituição da monarquia, da aristocracia e da igreja por uma república democrática secular radical, os franceses produziram um governo ainda mais autoritário, militarista e baseado na propriedade, resultando na desastrosa ascensão de Napoleão Bonaparte como Imperador e, na sequência, na restauração da Monarquia e na adesão à Primavera dos Povos de 1848.
Dinâmicas similares puderam ser observadas nos desdobramentos do Porfiriato Mexicano instituído em 1876; da Revolução Bolchevique de 1917; da falta de opções que Hindeburg tinha para indicar ao cargo de Chanceler da Alemanha em 1932; da Revolução da República Popular da China de 1949; da Revolução "popular" cubana de 1952; da libertação "democrática" do Camboja em 1975; do "livramento" do Iraque em 2006 (que substituiu Saddam Hussein por um braço do Califado Islâmico); do Chavo-Madurismo iniciado em 1999, e por aí vai.
Procure um país que tem o IDH em que você gostaria de viver e então me diga: como anda o respeito às Instituições, à Lei, à Democracia, à Liberdade de Mercado e ao CONHECIMENTO por lá? Uma dica: um finlandês - cujo país tem um IDH de meros 0,871 e ocupa a 26a posição em um índice de liberdade econômica envolvendo 180 países - lê em média 16 livros por ano... Agora procure um país onde você NÃO quer viver e me diga o resultado da análise dos mesmos itens.
Para qual país você acha que os "caminhoneiros" estão conduzindo você? Porque se você não está no volante, você não é motorista, brother: você é carga. Ou pista de manobra. E não se iluda sobre quem está ao volante. Como em um número de mágica, nada é o que parece a princípio.
Atente para o que escreveu David Hume, em 1740: "Se queremos governar um homem e induzi-lo a praticar uma ação, geralmente a melhor estratégia é trabalhar as paixões violentas em vez das calmas, dispor os objetos em situações que sejam apropriadas para aumentar a selvageria do arrebatamento, e dominá-lo antes por sua inclinação [à bestialidade] que por aquilo que vulgarmente se chama Razão".
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