A partir da Segunda Guera Mundial, a medicina passou a definir a simulação de doença como uma doença em si. Isso equivale a dizer que uma boa imitação de uma obra-prima deveria, segundo aqueles novos conceitos, ser considerada uma obra-prima.
No caso da doença mental, essa redefinição arbitrária significou aceitar compulsoriamente que uma nota de dinheiro falsificada deva valer o mesmo que uma nota verdadeira - e as manifestações diversas de Fraqueza Moral finalmente receberam sua validação como Doença, sem a necessidade de sustentar sequer um substrato anatomo-fisiológico qualquer que lhe justificasse o título.
Nos últimos 60 anos, tudo que fizemos para resolver este problema foi afrouxar nossos conceitos de doença e de obra-prima, forçando a medicina a aceitar e tratar toda histeria - até as falsificadas - como se fosse uma moléstia crônica "ipso facto".
Travestida de "ciência", a condescendência mercantilista patrocinada por laboratórios farmacêuticos, prontamente abraçada por agremiações de "especialistas" e gratamente recebida por manadas de indivíduos masoquistas em busca de aconchego para suas carências e inépcias, rapidamente alastrou-se pelo mundo e produziu, até aqui, duas gerações inteiras de pessoas confortavelmente assentadas em discursos de autovitimização privilegiada.
E esta farsa sem fim segue firme e forte.
18 novembro 2017
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