Nos tímpanos da geração Mimimi, a palavra “direito” virou um modo eufemístico de designar a obrigação dos outros.
Conforme exposto por Olavo de Carvalho, "há décadas o Estado vem gritando nos ouvidos dos estudantes que a educação é um direito, e isso só os tem impelido a cobrar tudo dos outros — do Estado, da sociedade — e nada de si mesmos".
Cruzadas publicitárias que "enfatizam a educação como um direito a ser cobrado, e não como uma obrigação a ser cumprida pelo próprio destinatário da campanha, têm um efeito corruptor quase tão grave quanto o do tráfico de drogas: elas incitam as pessoas a esperar que o governo lhes dê a ferramenta mágica para subir na vida sem que isto implique, da parte delas, nenhum amor aos estudos, e sim apenas o desejo do diploma", escreveu o autor de O Mínimo que Você Precisa Saber para Não Ser um Idiota.
O resultado disso é fácil de ser aferido: o Brasil ficou na 60.ª posição no ranking mundial de educação em uma lista elaborada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) envolvendo 76 países - um terço das nações do mundo.
Não é de admirar: segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro, o brasileiro lê em média 2 livros inteiros por ano. É isso que acontece quando o que deveria ser uma obrigação de cada um vira direito de todos - e dever de ninguém.
E se você se acha tão especial, inteligente e acima da média, que tal comentar citando os 3 (ou mais) livros inteiros que leu nos últimos 12 meses?
04 novembro 2017
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