22 outubro 2017

SOBRE A ESPERANÇA POR MERITOCRACIA

Passamos boa parte do século XX permitindo confortavelmente a construção de uma consciência nacional comunista. O resultado dessa mentalidade pode ser vista a partir de alguns índices reveladores: ocupamos a 175a posição no ranking mundial de "facilidade para se abrir uma empresa", somos o número 123 entre os melhores lugares para se fazer negócios, o 81o em competitividade, e nosso PIB ocupa a última posição em uma lista de 39 países. Três décadas de redemocratização pró-socialista nos deixaram na 60a posição de um ranking mundial de educação envolvendo 76 países.

Em pleno 2017, multidões de brasileiros assentados em sua subserviência insistem em conceituar Meritocracia como "começar do zero", descartando imediatamente o mérito de todo progresso surgido a partir das conquistas da geração anterior. O Mérito tornou-se intrinsecamente vinculado à obrigação do Estado-pai em prover igualdades prévias - por consequência, eximindo o indíviduo de qualquer responsabilidade pela missão do esforço pessoal.

Segundo esse raciocinio limitado, na ausência de politicas educacionais eficientes, a validade do Mérito exigiria que fôssemos todos nivelados desde a origem pela miséria purificadora. Fora desse cenário igualitário utópico, qualquer menção à Meritocracia é sumariamente conduzida para a velha guilhotina do discurso da luta de classes, com opressores oligarcas canibais de um lado e desafortunados congênitos oprimidos do outro.

O fato é que a dialética Meritocrática, protestante, liberal e capitalista não encontra eco consistente por aqui: o povo, há décadas mentalmente adoecido pelo eterno sonho da terra prometida engendrado pelo socialismo católico tupiniquim, tornou-se dependente de clonazepam, fluoxetina, analfabetismo funcional e empregabilidade estatal. E o poço apenas fica mais fundo a cada geração.

Nenhum comentário: