© Alessandro Loiola
A Disfunção Erétil, popularmente conhecida
como Impotência Sexual Masculina, afeta cerca de 10% dos homens e pode causar
um desgaste enorme na qualidade de vida do casal, resultando em sentimentos de
abandono, frustração, angústia, ansiedade ou raiva.
Infelizmente, por mais compreensiva que uma
mulher seja, ela jamais poderá compreender completamente a impotência sexual a
partir da perspectiva do homem. Uma mulher pode fingir um orgasmo, mas um homem
jamais conseguirá fingir uma ereção. É por isso que aqueles que sofrem de
Disfunção Erétil procuram sempre as desculpas mais esfarrapadas e, quando são
confrontados com o problema, tendem a se sentir culpados e inseguros. Eles não
têm como ou onde se esconder.
O pior – e mais triste – da história da
Disfunção Erétil é que a imensa maioria dos homens se esquece na hora daquilo
que AINDA é capaz de fazer: criar um clima sensual, beijar, ser agradável,
romântico, etc. O fundo da verdade é que muitos não estão preocupados em dar
prazer para sua parceira. Querem apenas provar para si mesmos que ainda são
Homem com H maiúsculo. Ter uma ereção confiável é como um carimbo de qualidade
no subconsciente masculino: “ainda sou macho!”. Lamentável.
Vez ou outra, atendo homens no consultório
procurando tratamento para a Disfunção Erétil sem conhecimento de sua esposa ou
parceira. É óbvio que boa parte destes casos não possuem um bom resultado
terapêutico. Os mais bem sucedidos são aqueles que vêm ao consultório
acompanhados. A avaliação do casal, a compreensão mútua do que está acontecendo
e do que pode ser feito, é a chave para o sucesso.
Se você tem um exemplar desses em casa e
deseja ajudar, minha recomendação é: procure um bom momento e pergunte
diretamente “O que eu posso fazer para lhe ajudar?”.
Determinar exatamente qual é este momento é
uma decisão delicada, mas vale a tentativa. Caso ele negue o problema, insista,
mantenha uma atitude positiva, apele para os sentimentos de “macho protetor”
que ainda existem sob aquela couraça. Por exemplo, você pode abordar a situação
dizendo “eu tenho um problema e preciso que você me ajude”. E o seu problema é
o fato dele ter um problema que afeta vocês dois.
Você também pode iniciar uma conversa sobre a
Disfunção Erétil falando dos seus sentimentos: “tenho me sentido mais sozinha
ultimamente” e etc, e emende daí o motivo da sua solidão. Abordar o problema a
partir de como você se sente em termos emocionais ajuda a retirar o homem da
defensiva. Em uma relação onde existe amor, o desejo dele em vê-la bem o tornará
capaz de contornar muitos obstáculos – inclusive o embaraço de admitir que
sofre de Disfunção Erétil.
Se vocês têm uma linha de diálogo mais franca
e você sentir que é possível, vá direto ao ponto: pergunte se ele sabe de
alguma clínica ou médico especialista em Disfunção Erétil. Atualmente, mais de
80% dos casos de impotência crônica são causados por problemas físicos,
orgânicos, que podem ser tratados. Por que continuar perdendo tempo?
Qualquer que seja o caminho que você tomou,
assim que você conseguir convencê-lo a ir a um médico, vá junto. Não sei como,
mas dê um jeito. Sua presença no consultório na primeira avaliação será
essencial. Se você o deixar ir sozinho, ele vai terminar dizendo ao médico que
passou só para checar a pressão, contará duas piadas e não dará uma palavra
sobre o problema. O tempo passou, mas ele continua terrível, eu sei.
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