© Dr. Alessandro Loiola
Na ralação do dia a dia, todo mundo sonha com aquela hora sagrada de juntar as coisas e voltar para casa. Para a calma, a paz e a segurança de casa – é óbvio que isto não vale para quem tem crianças em casa ou vizinhas com TPM, mas você entendeu o conceito...
Sentir-se seguro em casa é uma das maiores armas contra o estresse. Nada como esparramar-se no sofá e deixar a tensão ir embora entre um cochilo despreocupado e outro.
Quem poderia imaginar que, em um cenário desses, o perigo pudesse estar à sua espreita, muito mais próximo do que você jamais imaginaria. O perigo poderia estar no próprio ar que você respira! Nos últimos anos, várias pesquisas vêm indicando que o ar em nossas casas pode estar mais contaminado que o ar da “rua”, mesmo em grandes cidades industrializadas. Muitos poluentes apresentam níveis 2 a 5 vezes maiores dentro de casa do que na rua.
A raiz do problema está nas várias fontes domésticas emissoras de gases e partículas microscópicas. Além disso, uma ventilação inadequada aumenta os níveis de agentes nocivos ao não permitir uma renovação adequada da atmosfera no interior da casa. Temperaturas elevadas e altos níveis de umidade também aumentam as concentrações de certos poluentes. O resultado: chegando em casa para o merecido descanso, eis que seu corpo começa a travar uma nova e estressante luta contra toxinas altamente perigosas.
As fontes mais comuns de poluição doméstica incluem óleos, ceras, produtos de limpeza, gás de cozinha, materiais de construção, tapetes, carpetes, cortinas de tecido, inseticidas, ar condicionado e materiais de construção estocados de maneira inapropriada.
Os efeitos da exposição a esta forma de poluição podem surgir imediatamente ou levar anos até se manifestar. Os mais imediatos incluem irritação dos olhos, nariz e garganta, dor de cabeça, tonteira e fadiga. As manifestações são mais comuns em idosos e crianças, justamente os mais expostos ao ambiente doméstico.
Em muitos casos, é difícil determinar se os sintomas foram causados por exposição à poluição doméstica. Por isso é importante ficar atento ao local e ao período em que as alterações ocorreram: sintomas recorrentes sempre que se tem contato com um determinado ambiente da casa sugerem que a poluição doméstica seja a causa.
As principais medidas que você pode tomar para reduzir a concentração de poluentes em casa incluem:
Corrija infiltrações nas paredes, elas são uma fonte importante de fungos. Tenho vários pacientes cujas crises periódicas de asma estavam relacionadas a paredes com infiltrações escondidas atrás de armários e outros móveis.
Prefira cortinas de PVC ao invés de tecido.
Mantenha seus tapetes e sofás limpos. Contrate firmas especializadas para fazer o serviço, se necessário.
Janelas e portas devem ficar abertas sempre que for possível e seguro.
Cuidado redobrado com a ventilação, principalmente quando estiver realizando pinturas, cozimentos, soldas e reformas em geral.
Ao ligar o ventilador de teto, prefira a função de exaustor. E verifique sempre se as paletas do ventilador estão devidamente limpas.
Faça manutenção periódica no seu ar-condicionado.
Plantas no interior da casa regadas excessivamente podem abrigar fungos na terra que lhes sustenta, afetando pessoas alérgicas.
Troque seu colchão a cada 5 anos e seu travesseiro a cada 1-3 anos. Para você ter uma idéia: calcula-se que, após 5 anos de uso, 10% do peso de um travesseiro seja composto por ácaros e células mortas descamadas da sua pele.
E NUNCA fume dentro de casa.
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Dr. Alessandro Loiola é médico, palestrante e escritor, autor de PARA ALÉM DA JUVENTUDE – GUIA PARA UMA MATURIDADE SAUDÁVEL (Ed. Leitura) e VIDA E SAÚDE DA CRIANÇA (Ed. Natureza). Atualmente reside e clinica em Belo Horizonte, Minas Gerais.
16 fevereiro 2007
POLUIÇÃO DOMÉSTICA
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2 comentários:
Convivo desde cedo com esta realidade descrita em seu artigo.
Quando criança sofria com crises de asma. Agora, adulta, tenho rinite alérgica. Mas, parece-me que as crises estão bem espaçadas. Acho que a partir da maternidade, ganhamos um fôlego extra!!!
Mas uma coisa que percebo é que a gente se acostuma com o tipo de pó ou ácaro de nossa própria casa ou cama. Pois, basta eu não estar no meu ambiente de costume, principalmente durante o sono, para que eu tenha uma crise alérgica. Bastante interessante, não?
Att.
Flávia.
Eu sou alérgica.
Atchim...rs
Foi bom ler sua matéria.
Abraços.
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