A média de leitura do brasileiro é de 2,1 livros por ano – sendo que, em 50% dos casos, a taxa de leitura não é voluntária: ela se deve a livros exigidos pelas escolas.
Quando deixado à vontade, é possível ver com clareza como o brasileiro faz suas escolhas: 44% da população brasileira não lê coisa alguma e 30% nunca comprou um livro. Aqueles que lêem, consomem parcos 1,3 livros não-acadêmicos por ano.
Na Finlândia – país cujo sistema educacional vive sendo motivo de louvores por aqui -, cada cidadão lê em média 16 livros não-acadêmicos por ano. Na França, são cerca de 20 títulos.
Há 60 anos, a Coreia do Sul tinha altos índices de analfabetismo e quase metade das crianças e jovens fora da escola. Na década de 1970, instauraram uma reforma educacional apostando na leitura como base. Em 2006, a Coreia tomou da Finlândia o primeiro lugar em leitura no PISA (o Programa Internacional de Avaliação de Alunos).
Uma pesquisa realizada pelo Instituo Pró-Livro mostrou que o consumo médio de livros em 2007 era de 4,7 livros/habitante /ano. Em 2011, este índice caiu para 4,0 livros/habitante /ano. Não estamos progredindo: estamos nos tornando uma nação mais iletrada e mais burra a cada dia.
Mas você acha que depois de 3 votos no TRF-4 condenando um sociopata que jamais cumprirá 1 ano sequer de cadeia, e elegendo o candidato fanfarrão da vez - o protagonista pseudo-militar de uma ópera bufa chamada Mitolândia -, estamos no caminho certo.
Seu problema não é excesso de esperança: seu problema é falta de leitura. Quando começar a ler, verá que ter otimismo sem manter um contato lúcido com a realidade é nada além de nutrir uma tolice ingênua ante a vida. E foi exatamente assim, de tolice em tolice, que construímos uma nação infantil e mentalmente doente.
25 janeiro 2018
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário