31 dezembro 2007

VIAJANDO PELOS DOMÍNIOS DA VONTADE


© Dr. Alessandro Loiola


Um leitor manda seu pedido de socorro: como se não bastasse a dor de cabeça crônica, no último ano terminou desenvolvendo excesso de peso e hipertensão arterial. Para completar, sentia-se absolutamente sem energia para mudar, como se a vontade para vencer tivesse desaparecido no vento. Após vários exames, nada mais estava errado, exceto pelos problemas citados. Qual a saída?

Qualquer roteiro para solução de problemas que se preze deve começar pelo início que é o princípio de tudo: elimine primeiro o que mais incomoda. Como ninguém consegue fazer coisa alguma direito com dor – especialmente dor de cabeça -, seu controle se torna essencial para os passos seguintes.

A dor de cabeça - cefaléia, no jargão dos médicos - não constitui uma doença em si mesma, mas pode representar várias doenças potencialmente graves. O tipo mais comum, chamada cefaléia tensional, é causada pela contração persistente da musculatura do pescoço e ombros. Nada de aneurismas ou tumores no cérebro: a cefaléia tensional quase sempre decorre da incapacidade em lidar de modo adequado com o estresse do dia a dia. A carapuça coube?

Assim como outras dores, a cefaléia pode ser o sinal de alerta para distúrbios mais sérios. Nosso amigo garantiu que, no caso dele, a dor não estava relacionada a crises de pressão elevada, febre, problemas visuais ou quaisquer outros sintomas.

Para se livrar da cefaléia tensional, devem ser empregados antiinflamatórios, técnicas de relaxamento mental e revisão dos hábitos alimentares. Mas atenção: algumas pessoas podem achar que descontando na comida e entupindo o cérebro com açúcar estão fazendo um grande negócio. Consumir muitas calorias pode aliviar temporariamente a dor de cabeça, mas não resolve a questão, além de nutrir problemas diferentes como aterosclerose, obesidade e diabetes.

Superado o obstáculo número 1, passamos ao seguinte: a falta de vontade. “E a hipertensão ?”, você poderia perguntar. “Não é importante manter a pressão sob controle, corrigir logo o excesso de peso, os triglicerídios, o colesterol...?”. Ah, certo, mais um discípulo da Medicina Espetacularmente Reducionista Da Atualidade ! Não vou abreviar porque senão fica feio.

Esta nem tão nova escola médica funciona da seguinte maneira: o sujeito chega sedentário, fumante, se queixando de angina, arritmia, disfunção sexual e outras 7 pragas do Egito, e qual ação o médico toma? A mesma que o paciente espera receber: um carrinho de supermercado com vários quilos de pílulas, frascos e comprimidos. Um para cada sintoma. É mais fácil tratar várias conseqüências que descobrir uma causa.

Parece óbvio, mas vale a pena ouvir de novo: a raiz da imensa maioria dos seus problemas não está no reino das bactérias, vírus, gorduras trans e frangos contaminados por hormônios. Não raramente, esta raiz está fincada nos domínios da sua vontade. Para entender melhor o que isso significa, é preciso dar uma guinada no caminho para visitar a sociedade perfeita de Platão.

Platão, filósofo Grego, acreditava que a sociedade perfeita só seria alcançada quando Reis Filósofos governassem o Povo por meio de Soldados. Apesar da idéia de soldados e regimes totalitários não trazer boas lembranças, ela serve para uma analogia.

Para governar e progredir com seu corpo, essa máquina de 1 trilhão de células que acompanha a consciência, você deve trocar Reis Filósofos por “razão”, Povo por “desejo” e Soldados por “vontade”: o organismo humano realmente saudável é aquele onde a Razão governa o Desejo por meio da Vontade.

Sofrer de hipertensão, obesidade, diabetes, ansiedade ou depressão não é o fim do mundo - caixas de remédios oferecem bons paliativos para isso. Perder-se do raciocínio ou ver extinta a motivação para continuar lutando, sim, é o fim da picada. É por aí que qualquer tratamento de verdade deve começar.

A solução para muitos problemas de saúde aguarda sua visita nos domínios da vontade. Pegue seu passaporte de inteligência e comece ainda hoje essa viagem! Lembre-se: pode não haver cura para o nascer e o morrer, mas você é livre para ir saboreando o intervalo.

Feliz Ano Novo !


19 dezembro 2007

MITOS SOBRE A PÍLULA

© Dr. Alessandro Loiola

A Pílula é o método de contracepção mais comum no mundo, sendo utilizada atualmente por mais de 90 milhões de mulheres. Ela atua evitando a liberação do óvulo pelos ovários, um evento que normalmente ocorre por volta do 14º dia do ciclo menstrual e que pode resultar em graves crises de ansiedade em namorados adolescentes. Felizmente, sem ovulação, nada de gravidez.

Apesar das extensas pesquisas realizadas desde a década de 1960, alguns mitos sobre a popular Pílula ainda persistem. Para facilitar, selecionei os mais comuns. Quantos você é capaz de responder corretamente?


Pílula engorda?

Não engorda. Ainda que o ganho de peso esteja entre as queixas mais comuns das mulheres que tomam a pílula, mais de 70% das usuárias não sofrem qualquer alteração neste sentido durante todo o tempo de uso do anticoncepcional.


Pílula causa espinhas?

Não necessariamente. Os androgênios têm sido implicados na etiologia da acne vulgar, possivelmente por intensificar a hiperceratose folicular. A pílula reduz os níveis sangüíneos de androgênios, diminuindo a gravidade da acne. Contudo, provando mais uma vez que não existem verdades absolutas na medicina, existem alguns relatos de mulheres onde a acne ocorreu como um efeito colateral da pílula.


Mulheres que tomam Pílula demoram mais para engravidar quando param?
Verdade. O retorno à fertilidade em mulheres que interromperam recentemente o uso da pílula leva mais tempo quando comparado às mulheres que interromperam outros métodos contraceptivos. Felizmente, não parece haver prejuízo da fertilidade como um todo.


Antibióticos podem cortar o efeito do anticoncepcional?
Algumas vezes sim. Sabe-se que a ampicilina, um antibiótico bastante utilizado no tratamento de infecções urinárias, faringites, amigdalites e pneumonias, pode reduzir a eficácia da pílula. Outros remédios, como os anticonvulsivantes, por exemplo, também podem interferir com a ação da pílula. Nesses casos, a mulheres devem se certificar de que o contraceptivo oral escolhido contenha pelo menos 50 microgramas de etinil-estradiol ou mestranol.


A pílula causa varizes?
Parece que sim, mas as pesquisas ainda não produziram conclusivos até o momento.


A pílula pode alterar o humor?
Sim, pode, inclusive com náuseas, dor de cabeça, dor nos seios e depressão. Estes sintomas, mais comuns nos primeiros meses de uso da Pílula, freqüentemente desaparecem após alguns ciclos.


A Pílula alivia as cólicas menstruais?
Nem sempre. A menstruação dolorosa (chamada de dismenorréia pelos médicos) é menos freqüente nas mulheres que não ovulam, tornando a pílula um recurso útil em 70-80% dos casos de dismenorréia. Quando a pílula é suspensa, as mulheres podem voltar a sentir as mesmas cólicas de antes.

Todavia, algumas formulações da pílula podem resultar em menstruações muito volumosas e intensas. Além disso, sangramentos irregulares e menstruações dolorosas podem ocorrer em até 1/3 das mulheres após o início do uso da pílula.


A pílula aumenta o risco de câncer?
Mulheres jovens que tomam pílula possuem um risco maior para tumores benignos do útero (chamados Miomas) durante a pré-menopausa, mas a pílula não parece influenciar o risco de tumores malignos no útero ou na mama.


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Dr. Alessandro Loiola é médico, palestrante e escritor, autor de PARA ALÉM DA JUVENTUDE – GUIA PARA UMA MATURIDADE SAUDÁVEL (Ed. Leitura, 496 pág.) e VIDA E SAÚDE DA CRIANÇA (Ed. Natureza, 430 pág.). Atualmente reside e clinica em Belo Horizonte, Minas Gerais.

11 dezembro 2007

O FUTURO VAI POR AÍ

© Dr. Alessandro Loiola


Por mais incrível que possa parecer – e recomendo que você recoste mais profundamente na poltrona antes de continuar a leitura deste parágrafo – a burocracia brasileira deu um importante passo adiante. Um passo nanométrico, mas ainda assim um passo adiante. Esta semana, entre as pequenas notícias do dia a dia, fiquei sabendo que a 13ª Conferência Nacional de Saúde decidiu incentivar as pesquisas com células-tronco embrionárias no país.

As pesquisas terão que aguardar a regulamentação da Lei de Biossegurança – que anda perdida em alguma gaveta do planalto desde 2005, quando foi aprovada pelo Congresso Nacional -, mas nem por isso a manchete deixa de ser estimulante.

As células-tronco são encontradas em todos os organismos multicelulares (até mesmo em seu cunhado) e possuem a capacidade de se transformar nos mais diversos tipos de células especializadas. Entre os mamíferos, existem 3 variedades principais: células-tronco embrionárias, células-tronco do sangue do cordão umbilical e células-tronco adultas, sendo as primeiras consideradas de melhor qualidade para pesquisa e tratamento.

As células-tronco podem estar na moda, porém representam apenas uma pequena ponta de um imenso iceberg chamado biotecnologia. Esta indústria, que movimenta algo em torno de US$30 bilhões por ano, já produz centenas de medicamentos e vacinas. Suas possibilidades parecem avançar na velocidade do pensamento.

No século XVII, o notável físico Daniel Bernoulli tinha pouco mais de 37 anos de idade quando descreveu a relação inversa entre velocidade e pressão: quanto maior a velocidade entre duas superfícies, menor a pressão entre elas. Apesar desta idéia formar a base do que faz os aviões voarem, entre os experimentos de Bernoulli e a barrinha de cereal que nos servem a 36 mil pés de altura passaram-se mais de dois séculos e meio.

Pois bem. Entre os trabalhos iniciais do cientista canadense James Edgar Till, considerado o pai das células-tronco, e o emprego destas células para rejuvenescer o músculo cardíaco de pessoas com doença de Chagas ou portadoras de seqüelas de infarto agudo do miocárdio, passaram-se menos de 50 anos. E a biotecnologia está só tomando fôlego.

Em 2004, uma empresa nos EUA iniciou o fornecimento de microchips para implantes em seres humanos. Estes dispositivos podem ser utilizados para fornecer informações valiosas sobre o histórico médico da pessoa, presença de alergias, medicamentos atualmente em uso e telefones para contato em caso de acidentes. Em breve, poderão fornecer até a localização e temperatura do corpo - para felicidade da polícia e desespero de maridos infiéis.

A biotecnologia também vem estendendo seus tentáculos no campo dos órgãos artificiais. Desde os conhecidos marcapassos, passando pelas próteses penianas e outros membros robóticos de alta performance, esfíncteres artificiais, implantes cocleares para recuperar a audição, estimuladores cerebrais para tratar epilepsias e sintomas do mal de Parkinson, e um coração capaz de manter seu receptor vivo por mais de 1 ano (tempo necessário para encontrar um doador compatível), a indústria não pára.

Uma das grandes promessas da biotecnologia – e menos conhecida pelo público em geral - atende pelo nome de “interferência de RNA”. Esta tecnologia do arco do Exu é capaz de colocar muito patuá baiano no chinelo. A interferência de RNA consiste na anulação das doenças a partir dos genes que a produzem. Um conceito relativamente simples que poderá representar o controle definitivo de processos alérgicos, tumores malignos e inúmeras outras moléstias.

O potencial da interferência de RNA é tão incrível que o prêmio Nobel de Medicina de 2006 foi entregue aos cientistas descobridores da técnica, os doutores Andrew Fire e Craig Mello. (O Nobel de Medicina de 2007 foi entregue para pesquisas envolvendo... adivinhe? Células-tronco !).

Com a decisão favorável da Conferência Nacional de Saúde, o Brasil acertou novamente o passo rumo ao desenvolvimento biotecnológico e plantou a semente para tornar-se um berço de excelência, especialmente no campo das pesquisas com células-tronco. Existem obstáculos técnicos e éticos a serem superados, sem dúvida alguma. Mas boas noticias merecem ser comentadas. E comemoradas.


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Dr. Alessandro Loiola é médico, palestrante e escritor, autor de PARA ALÉM DA JUVENTUDE – GUIA PARA UMA MATURIDADE SAUDÁVEL (Ed. Leitura) e VIDA E SAÚDE DA CRIANÇA (Ed. Natureza). Atualmente reside e clinica em Belo Horizonte, Minas Gerais.

09 dezembro 2007

COMO ENVELHECER COM QUALIDADE - Primeira parte da entrevista para Rádio Senado

Por que envelhecemos? Como se preparar para o processo de envelhecimento? O que vc precisa fazer para manter sua qualidade de vida na maturidade?
Estas e outras perguntas fizeram parte de uma interessante entrevista para a RÁDIO SENADO, feita esta semana. Por praticidade, o programa está separado em 2 módulos. Confira a primeira parte logo abaixo:

03 dezembro 2007

ESTRÉIA DO QUADRO BEM VIVER NA TV ALTEROSA

A convite da produção do Jornal Primeira Página da TV Alterosa, e com uma enorme ajuda da sempre gentil Érika Gimenes, estreou hoje o quadro Bem Viver apresentado por este humilde blogueiro.

Todas as segundas-feiras, a partir das 7h, vc pode conferir temas novos sobre saúde em uma linguagem fácil e prática.

Envie perguntas e selecione a pauta da semana seguinte através da janela Interatividade disponível no link http://www.alterosa.com.br/html/pp_bemviver/pp_bemviver.shtml .

Para assistir à estréia do programa de hoje (03/12/07), basta clicar na url abaixo:




http://www.uaimidia.com.br/html/webs/modulos/streaming/getstreaming?file=200712D0939553961.wmv

02 dezembro 2007

LIGEIRAMENTE GRÁVIDA

© Dr. Alessandro Loiola
http://br.groups.yahoo.com/group/saudeparatodos



Fui até à observação ver como ela estava passando e comunicar os resultados dos exames. Pouco mais de 20 anos, o braço esticado tomando soro, mal contendo as lágrimas.
- E aí, doutor? – perguntou apreensiva. Tentei quebrar o clima tenso abrindo um sorriso e dizendo “meus parabéns”. Ela ameaçou uma nova versão do choro:
- Ai, doutor não faz isso comigo não...!
- Peralá, eu não fiz nada! – interrompi. - Se o seu teste de gravidez deu positivo, garanto que a culpa não é minha. Desse jeito você vai acabar me complicando lá em casa...

Com essa, consegui fazer a mãe e o namorado darem uma risada. Ok, o namorado nem tanto. Seguiram-se mais algumas explicações sobre a natureza daquele mal-estar e liberei o projeto de família para casa. Por alegria, expectativa ou assombro, o diagnóstico de uma gravidez quase sempre causa algum espanto. Mas não deveria.

Segundo dados da ONU, nascem anualmente no Brasil cerca de 16 bebês para cada grupo de 1.000 habitantes - ou 1 novo moleque melequento a cada 12 segundos! Ainda assim, estamos abaixo da média mundial (20 nascimentos por 1.000 habitantes/ano) e bem distantes do campeão reprodutor, o Congo, com a espantosa marca de 49 nascimentos por 1.000 habitantes/ano.

Ao invés de espanto, deveríamos receber a gravidez como uma doença sexualmente transmissível bastante comum e de difícil controle. Nem mesmo a camisinha oferece proteção infalível: em um ano, para cada 100 casais que utilizam a camisinha como único método contraceptivo, 10 a 14 serão surpreendidos por uma gravidez inesperada. A jovem paciente desta crônica, além de saborear essa estatística, experimentava outras manifestações da gestação.

Ao engravidar, a mulher aumenta a utilização de gordura para produzir energia, com uma discreta perda de peso nas primeiras semanas. A produção de proteínas se intensifica, os níveis de glicose diminuem e o corpo começa a reter líquidos - adaptações hormonais fazem com que sejam acumulados mais de 7 litros de água até o final da gravidez!

Nos primeiros 3 meses, a freqüência respiratória e o trabalho do coração aumentam cerca de 40%. A produção de saliva é maior e a velocidade do trânsito intestinal diminui, melhorando a absorção de nutrientes. O crescimento do útero reduz o espaço para o estômago, provocando refluxo e azia. Na tentativa de facilitar as adaptações necessárias para o desenvolvimento do bebê, o sistema nervoso responde a tudo isso com sonolência, distúrbios do humor, diminuição da audição e alterações da gustação e do tato. Uma verdadeira viagem psicodélica.

Para lidar com o turbilhão de mudanças, passo a frente os mesmos conselhos que dei para a jovem chorosa daquela noite:

- A grávida será desafiada diariamente pela barriga. Para contornar essa limitação, mantenha o ganho de peso dentro do recomendado, faça exercícios leves de alongamento, utilize travesseiros adicionais para melhor acomodar o corpo na cama, aplique compressas mornas nas regiões doloridas e invista em massagens relaxantes (acredite: se feitas por um profissional habilitado, elas compensam o gasto).

- Durma o máximo possível. Alguns bebês parecem participar de um estudo científico que visa comprovar que mulheres podem viver vários meses sem uma única gota de sono. Como você não sabe se a sua cria virá com esse tipo de programação, comece agora mesmo o seu estoque de noites bem dormidas.

- O enjôo matinal é mais comum da 6ª até a 12ª-13ª semana de gravidez. A solução: diminua o tamanho e aumente a freqüência das refeições. Antes de sair da cama pela manhã, coma algumas torradas ou biscoitos de água e sal. Fuja de refeições pesadas e gordurosas. Se puder, adicione um pouco de gengibre à sua dieta (ele é um excelente remédio natural contra náuseas).

- O excesso de gases pode ser reduzido mastigando mais devagar e evitando refrigerantes, feijões, brócolis, couve-flor e outros vegetais folhosos.

- Finalmente, a gestação é uma experiência intensa e repercute de modo similar sobre as emoções. A raiva transforma-se em tristeza e então em alegria e então novamente em raiva em questão de minutos. Estas mudanças são mais extremas nas primeiras 12 semanas. Para enfrentar a montanha-russa fisiológica, recomenda-se que a gestante aprenda técnicas de redução do estresse, procure ajuda profissional ao menor sinal de descontrole e mantenha distância de armas de destruição em massa.

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Dr. Alessandro Loiola é médico, palestrante e escritor, autor de PARA ALÉM DA JUVENTUDE – GUIA PARA UMA MATURIDADE SAUDÁVEL (Ed. Leitura) e VIDA E SAÚDE DA CRIANÇA (Ed. Natureza). Atualmente reside e clinica em Belo Horizonte, Minas Gerais.