Temos no Brasil um sistema de saúde com pretensões de oferecer um serviço de nível Canadense ou Australiano, com cobertura universal e amplo acesso.
A OCDE – Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico -, criada em 1960, possui um banco de dados abrangente, confiável e atualizado reunindo informações de 34 nações. Caso pertencesse à OCDE, o Brasil seria o antepenúltimo nos investimentos públicos em saúde, superando apenas Chile e México. Nos gastos per capita, só ficaria acima da Turquia.
Os investimentos públicos em saúde em nosso país representam 3,6% do PIB, contra 5,9% na Austrália, 7,2% no Canadá, 8,6% da França e incríveis 9,7% na Holanda. Até os EUA, que nem possuem um sistema propriamente público, gastam mais: o Estado americano dedica 7,9% do PIB em investimentos em saúde.
Junte-se a isso o fato de que Austrália,Canadá, França e Holanda possuem todos taxas de analfabetismo iguais ou inferiores a 1%, enquanto que a taxa de brasileiros considerados analfabetos funcionais é de 17,1%, chegando a 26,6% na região Nordeste e alcançando 20% de analfabetismo pleno entre as pessoas com 60 anos de idade ou mais.
Em resumo: em comparação aos países nos quais nos inspiramos para construir nosso sistema de saúde, investimos MENOS dinheiro para um público MAIS incapaz - mais incapaz de ler, mais incapaz de processar criticamente informações, mais incapaz de agregar conhecimento científico e, consequentemente, mais incapaz de compreender suas próprias responsabilidades.
Agora me diz: você acha mesmo que nossas políticas públicas de saúde - confortavelmente assentadas em eternas práticas numéricas de assistencialismo burocrático, populista, contraproducente e ineficaz - algum dia irão produzir avanço, prosperidade, ordem ou progresso nessa república tupiniquim?
17 agosto 2017
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