Depois
de estudos e pesquisas e reuniões de grupos de especialistas e mesas redondas
com desfiles de MsScs e PhDs e outros egos, vários governos – e o nosso
incluído - concluíram que mamografias são úteis para evitar câncer na mama. E milhões
de milhões de impostos passaram a ser investidos anualmente nessas campanhas.
Entretanto,
o debate sobre a verdadeira utilidade das mamografias está longe de uma
conclusão sumária. Inúmeros estudos (e foram muitos mesmo, pesquise e você
verá) vêm mostrando que as mamografias anuais ou bienais não produzem qualquer
benefício com relação ao Câncer na Mama – nem previnem, nem ajudam, nem
melhoram o prognóstico. Na verdade, as mamografias só parecem produzir mais
problemas.
Em
um dos maiores e mais meticulosos estudos sobre mamografias, 90.000 mulheres canadenses
foram acompanhadas por 25 anos e descobriu-se que os números de mortes por
câncer na mama era o mesmo entre as mulheres que haviam feito mamografias em comparação
àquelas que não haviam feito o exame.
Mas
os exames preventivos cobraram seu preço: 1 de cada 5 tumores encontrados e
tratados não representava risco para a vida daquela paciente, significando
que elas receberam quimioterapia, cirurgia e / ou radioterapia sem necessidade.
A
pesquisa foi publicada na edição de novembro (2014) do British Medical Journal:
Apesar
das dúvidas, nenhuma nação teve ainda a coragem de suspender as mamografias
periódicas. Nenhuma com exceção talvez da Suíça. Nos EUA, são realizados cerca
de 37 milhões de exames anualmente, atingido ¾ das mulheres com 40 anos de
idade ou mais. O custo? A bagatela 100 dólares por mamografia – agora
multiplica isso por 37 milhões e me conta se esse dinheiro cabe na sua
carteira. Mais de 90% das mulheres europeias com idade entre 50 e 69 anos de
idade já realizaram pelo menos 1 mamografia em suas vidas.
O
fato é que a indicação de mamografia deveria ser discutida paciente por
paciente, e não empurrada goela abaixo em escala populacional. O exame não
reduz a mortalidade específica associada ao câncer na mama e não se mostrou superior
ao velho exame físico de palpação.
A
política da mamografia precisa urgentemente ser revista. Os outubros não são rosas
– mas deveriam ser.
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