A televisão, os jornais e as mídias sociais vivem
sugerindo que pessoas com câncer deveriam apegar-se à fé e ao otimismo, pois suas
chances de cura poderiam ser aumentadas por meio de pensamentos positivos ou
adotando-se uma “mentalidade de luta”.
Lamento informar que não existem evidências científicas convincentes
de uma associação entre a personalidade e a sobrevida em pessoa com câncer. Os
estudos que mostram “associações positivas” em geral são de qualidade metodológica
inferior ou substancialmente menores que estudos mostram “nenhum efeito”
.
A psicoterapia pode melhorar a qualidade de vida e a adesão
ao tratamento, mas nenhum estudo clínico randomizado ou metanálise provou
qualquer efeito da psicoterapia na sobrevida de pacientes oncológicos. Tampouco
existem evidências sólidas de que “ter câncer” seja capaz de enriquecer a
experiência de vida de alguém ou leve a um crescimento pessoal capaz de aumentar
da percepção de felicidade.
Se uma doença não é um “faz-de-conta”, ela não deve ser
tratada com pensamentos ilusórios (wishfull thinking) trazidos diretamente da
terra das fantasias metafísicas não-comprovadas. Em Medicina, a melhora de uma
doença grave não depende da “torcida”. Ela depende de tratamento adequado e Ciência.
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