02 julho 2018

CHEGOU A HORA DE SUPERAR O LULOPETISMO?

Nas sociedades que têm mais recordações do que sonhos, muita gente passa muito tempo olhando para trás. Veem dignidade, segurança, afirmação e valor não por procurar essas coisas no presente, e sim no passado. E mesmo assim, muitas vezes não é um passado real, mas um passado imaginado e embelezado. Com efeito, essas sociedades concentram toda sua imaginação em tornar esse passado imaginado ainda mais belo do que foi, e em seguida se aferram a ele como um bote salva-vidas ou um terço ungido por forças sobrenaturais.

A história deixa perfeitamente claro como o ex-presidente Lula explorou sem escrúpulos - e com óbvios objetivos políticos - as emoções despertadas por um Estado paternalista, capaz de cuidar de todas as esperanças do povo, prometendo-lhes ao mesmo tempo ônus algum por suas benesses. Ao fazer isso, o Lulismo não somente dividiu os brasileiros entre si, mas também separou o país de sua própria identidade. Seu governo transformou o Brasil no país que luta contra a fome e a desigualdade social não por meio do empoderamento de seus cidadãos, mas através da intervenção direta do Estado ao custo da autonomia do povo. Dizendo-se portador de uma nova esperança, Lula patrocinou a disseminação da indústria da indolência e tornou o país um campo de extrativismo da autocomiseração.

Para prosperar, um país, assim como seus lideres e seu povo, tem de ser sincero consigo mesmo e enxergar claramente qual o seu lugar em relação às forças que o movem e aos demais países. Nenhuma nação se desenvolve sem passar por esse raio X sobre onde está e quais são seus limites, e aqueles que perdem o bonde do desenvolvimento são um pouco como os bêbados: para voltar a existir, têm de aprender a ver-se como na verdade são. É preciso tomar uma decisão positiva de dar os passos certos - o desenvolvimento não é um acaso, mas um processo voluntário de ordem e progresso. E tudo começa por uma introspecção brutalmente sincera antes, durante e após o encontro com a urna. Somente nós podemos nos derrotar se esquecermos dos princípios que deram certo durante muito tempo em muitos lugares diferentes.

Nestas eleições, ou agarramos novamente o colar de contas fantasiosas da esquerda e retomamos o caminho para a Venezuela, ou assumimos a responsabilidade de imaginar um futuro melhor e agir para consegui-lo. Qualquer que seja o resultado, ele certamente será o definidor da mentalidade de toda uma geração.

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